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Agências de Viagens e Turismo vão desviar suas vendas para companhias aéreas concorrentes da Gol nos próximos dois dias

Agências são responsáveis por 73% das vendas da Gol e 85% da comercialização de produtos e serviços turísticos no Brasil; movimento nacional n ão prejudicará os passageiros.

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Agências de Viagens e Turismo de todo o Brasil vão priorizar a comercialização de bilhetes aéreos das companhias concorrentes da Gol, nesta quinta e sexta-feira, dias 1º. e 2 de fevereiro. O movimento, promovido pela ABAV Nacional - Associação Brasileira de Agências de Viagens - , é um protesto contra as políticas comercial e de marketing da companhia aérea, que desrespeita o consumidor final e a rede de distribuição formada pelas Agências de Viagens e Turismo. "Pretendemos reduzir o movimento médio diário de vendas da companhia nessas duas datas, principalmente nos trechos internacionai s operados pela Gol, onde há grande oferta de assentos de outras empresas", fala o presidente em exercício da ABAV, Carlos Alberto Amorim Ferreira.

As Agências de Viagens e Turismo são a máquina propulsora do turismo no Brasil e são responsáveis por cerca de 85% das vendas de produtos e serviços turísticos colaborando com a geração de emprego e renda em todo o País . Em pesquisa realizada pela ABAV e Sebrae no Programa PROAGÊNCIA com mais de 3.200 Agências de Viagens e Turismo associadas, constatou-se que o setor é constituído por uma maioria de micro e pequenas empresas, com faturamento de até R$ 400 mil segundo a classificação utilizada pel o Sebrae. Pela pesquisa divulgada hoje pelo IBGE, as empresas de pequeno porte dominam as atividades relacionadas ao Turismo, representando 97,2% desse universo. De acordo com o estudo apresentado pelo IBGE, as atividades relacionadas ao turismo geraram R$ 31,1 bilhões em 2003.

A orientação da entidade é para que suas associadas não percam vendas, mas apresentem a seus passageiros as vantagens em voar em outras empresas, incluindo as financeiras. "A Gol intitula-se low cost/low fare, mas pratica, em alguns casos, a tarifa média mais alta do mercado. Em dezembro, o preço médio das passagens nacionais foi superior ao da TAM, OceanAir, Varig e Webjet", explica Carlos Alberto.

Os passageiros não serão prejudicados. A entidade está recomendando que, nas cidades onde não houver opção de vôo com outras empresas, as Agências de Viagens comercializem os trechos operados pela Gol. "Não vamos comprometer nossa relação com os passageiros, mas eles precisam tomar conhecimento das práticas de mercado da Gol, que também o prejudicam".

Além de não atuar completamente no segmento de low fare, a GOL lança tarifas a R$1, R$25 e R$50, e não informa as Agências de Viagens a quantidade de assentos disponíveis em cada vôo. Na prática, a rede de distribuição não consegue comercializá-las. "Queremos saber quantos assentos são oferecidos nessas tarifas para termos como explicar aos passageiros que essas promoções de campanhas de marketing são inacessíveis para nós, Agentes de Viagens. Nada mais justo para o relacionamento com quem vende mais de 70% do movimento da companhia aérea e para o passageiro", complementa.

Na relação com os Agentes de Viagens, a Gol anunciou, numa estratégia desastrosa com sua rede de distribuição, a redução do comissionamento dos Agentes de Viagens desde o início de janeiro, como forma de diminuir seus custos. "Não representamos custo, geramos receita para a empresa. Em nenhum outro segmento da economia se vê tamanha falta de estratégia com a distribuição de um produto como a Gol está fazendo com suas passagens. A redução das vendas será sentida pela companhia, certamente, nas suas próximas demonstrações financeiras", finaliza Carlos Alberto.

A manifestação nacional conta com o apoio das mais importantes entidades do setor, como Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), Favecc (Fórum das Agências Especializadas em Contas Comerciais), Fenactur (Federação Nacional de Turismo), Sindetur-SP (Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de São Paulo) e TMC Brasil (Travel Management Companies).

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