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25/06/2008 - 09:02

Presidente Lula, ministros e empresários lançam compromisso para promover eqüidade no mundo do trabalho em evento do Ethos

São Paulo– O Encontro de Presidentes “RSE e Direitos Humanos”, promovido pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos – SEDH – e o Instituto Ethos, foi realizado nesta manhã e contou com as presenças do presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, dos ministros Paulo Vannuchi (Secretário Especial dos Direitos Humanos), Nilcéia Freire (Secretária Especial de Políticas paras as Mulheres), Edson Santos (Ministro-Chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), Carlos Lupi (Ministro de Estado do Trabalho e do Emprego), do governador José Serra e do prefeito Gilberto Kassab, bem como de Ricardo Young (presidente do Instituto Ethos), de Oded Grajew (presidente do conselho deliberativo do Instituto Ethos) e de mais de 250 presidentes de empresas como HP, Banco Real, Banco Itaú, Vale, Grupo Tel efônica, Dupont, Wal Mart, CEF e Alcoa, entre outras.

A plenária foi iniciada por Paulo Vannuchi que, em seu discurso, realçou quatro fatores da importância do evento: a celebração do aniversário dos 60 anos da criação da Declaração dos Direitos Humanos e que, coincide com os 10 anos do Instituto Ethos, além dos 20 anos de democracia plena no País; a articulação da sociedade civil organizada e de órgãos de governo que propiciaram uma confluência inédita de interesses da iniciativa privada e do setor público na definição de compromissos para o avanço dos direitos humanos na empresa e na sociedade; a divulgação desta agenda, que promove a discussão do tema fora do âmbito da criminalidade e da violência; e a qualidade do compromisso que o encontro sugere. “É no diálogo entre sociedade civil organizada e poderes republican os que acontece o avanço nos direitos humanos “afirmou o ministro Vannuchi. “Estamos aqui para aprender uns com os outros”, finalizou ele.

Para o presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young, este encontro é emblemático, porque põe a discussão dos direitos humanos no cotidiano das empresas. “De hoje em diante, não será mais um tema ‘de fora’, circunscrito a especialistas ou militantes das causas sociais”, comentou Young. “Direitos Humanos é assunto estratégico, que precisa avançar no mesmo ritmo dos negócios e do crescimento do país”, enfatizou ele, citando os dados da pesquisa do IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, divulgada hoje, e a pesquisa Ethos-Ibope sobre o perfil social, racial e de gênero das 500 maiores empresas do país. O estudo do Ipea demonstra que, nos últimos oito anos, houve um aumento da renda da parcela mais pobre da população; no entanto, o panorama geral ainda é desolador, principalmente em relaç&a tilde;o à infância. A pesquisa Ethos - Ibope divulgada em dezembro de 2007 traz um recorte sobre o quadro funcional e executivo das 500 maiores empresas do país dos últimos sete anos. Por meio dele, constata-se que não houve mudanças significativas em relação à equidade de raça e gênero, de oportunidade para jovens e profissionais com mais de 50 anos, bem como inclusão de pessoas com deficiência. Apenas 11% dos cargos executivos são ocupados por mulheres, 3,5% por negros e 0,3% dos deficientes ocupam cargos de supervisão. “Por que as empresas acabam reproduzindo os padrões de recrutamento e seleção voltados à contratação de um homem branco com 25 anos?”, questionou o presidente do Instituto Ethos. Ainda segundo ele, os inúmeros projetos sociais mantidos pelas empresas têm importância, mas não res olvem as desigualdades apontadas, porque elas ocorrem “da porta pra dentro” da empresa. “Se não houver vontade política e estratégias deliberadas para enfrentar a situação, dificilmente promoveremos mudanças no perfil funcional”, ressalta Young.

O presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos, Oded Grajew, foi mais longe e afirmou que as ações afirmativas empresarias em prol de maior diversidade da força de trabalho é item fundamental no processo de ampliação dos direitos humanos para todos os segmentos da sociedade. “A empresa precisa se conscientizar de que a decisão de contratar esta ou aquela pessoa tem um impacto profundo da vida dos cidadãos e da comunidade”, alerta Grajew. Para ele, este encontro representa a hora da verdade para as políticas de RH adotadas até hoje. “O empresário precisa sair desta reunião e, junto com seus executivos, verificar se a companhia está mesmo realizando um trabalho que melhora a vida de todos”.

Maria Fernanda Ramos Coelho, presidente da Caixa Econômica Federal, leu a Declaração do Encontro de Presidentes, na qual as empresas se comprometeram a reunir esforços na defesa e na garantia dos direitos humanos por meio da aplicação de planos de ação que levem à melhoria dos indicadores de responsabilidade social no que tangem à promoção da equidade de gênero e raça no local de trabalho, erradicação do trabalho escravo nas cadeias de valor, a inclusão de pessoas com deficiência, além do apoio à promoção dos direitos das crianças, jovens e adolescentes. Treze empresas já são signatárias: Grupo Telefônica, Banco Real ABN Amro, Alcoa, Wal Mart, Banco HSBC, Petrobras, BNDES, Magazine Luiza, CEF, HP do Brasil, Instituto Bovespa, Dupont do Brasil e Banco Itaú. É livre ades&at ilde;o de empresários a este compromisso sobre direitos humanos nas empresas; a declaração lida no evento estará disponível do site do Instituto Ethos (www.ethos.org.br) a partir da próxima semana.

Exploração sexual - José Serra, governador do Estado de São Paulo, enfatizou bastante a criação de medidas no combate a exploração sexual infantil como, por exemplo, o envolvimento dos setores de transporte e cargas nas políticas sociais públicas e privadas. “As associações de empresários, a meu ver, podem e devem capacitar seus membros e empregados em relação à formação de seus profissionais a respeito da diversidade”, sugeriu ele. O governador também, lembrou que o FUNCAD é um importante instrumento para alavancar esforços em políticas sociais.voltadas às crianças e adolescentes. “Por que as empresas e os cidadãos não o utilizam mais?”, perguntou José Serra.

Encerrando a plenária da manhã, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que várias mudanças significativas ocorreram nos últimos 30 anos em relação aos direitos humanos. ”O que é importante é que trabalhemos hoje para que nos próximos 15 ou 20 anos, possamos nos lembrar de uma reunião como esta e observar que aconteceram avanços, que a sociedade mudou para melhor”. O presidente propôs um desafio para os empresários presentes e para o País: que daqui a quinze ou vinte anos, o Brasil já seja um país mais igual e não apresente um indicador tão vergonhoso como, entre outros, o de apenas uma em cada quatro mulheres negras ter emprego com carteira assinada. O presidente Lula deixou seu recado para os presidentes: “Movimentos sociais, intelectuais, cientistas, artistas, empresários e to da a cadeia produtiva, todos precisam estar engajados para vencer o desafio da promoção e do exercício pleno dos direitos humanos no Brasil”.

Perfil do Instituto Ethos - O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, criada com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade sustentável e justa. Seus 1500 associados – empresas de diferentes setores e portes – têm faturamento anual correspondente a cerca de 30% do PIB brasileiro e empregam cerca de 1 milhão de pessoas, tendo como característica principal o interesse em estabelecer padrões éticos de relacionamento com funcionários, clientes, fornecedores, comunidade, acionistas, poder público e com o meio ambiente.

Idealizado por empresários e executivos oriundos do setor privado, o Instituto Ethos é um pólo de organização de conhecimento, troca de experiências e desenvolvimento de ferramentas que auxiliam as empresas a analisar suas práticas de gestão e aprofundar seus compromissos com a responsabilidade corporativa. É hoje uma referência internacional no assunto e desenvolve projetos em parceria com diversas entidades no mundo todo. Seu presidente é Ricardo Young.

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