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25/06/2008 - 09:26

Novo biofármaco revolucionará tratamento de fraturas e de implantes dentários

Produto foi desenvolvido em células de mamíferos .

Uma pesquisa inédita do Núcleo de Terapia Celular e Molecular (NUCEL), da Universidade de São Paulo, possibilitará a produção de um remédio que revolucionará o tratamento de fraturas ósseas. Este biofármaco brasileiro é produzido a partir de células de mamíferos. Trata-se da proteína BMP recombinante, que estimula a formação óssea e pode ser utilizada em reparos ósseos tanto em ortopedia como em odontologia. Milhões de pessoas com fraturas e traumas ósseos, decorrentes de osteoporose ou de problemas dentários serão beneficiadas com o biofármaco, que poderá chegar ao mercado brasileiro em cerca de dois a três anos.

Nos Estados Unidos, estima-se que ocorram cerca 2,6 milhões de fraturas em pacientes com mais de 65 anos. Os gastos com esses pacientes somaram US$ 19 bilhões somente no ano 2000, incluindo internação, encaminhamento de emergência e tratamento. Um estudo com 25 casos de fratura óssea persistente (que não se une), publicado em 2007 nos EUA, mostrou que o custo final de pacientes tratados com BMPs é duas vezes menor e o tempo de internação é 3,5 vezes menor.

O biofármaco será elaborado a partir das proteínas formadoras de osso (BMP2 e BMP7), utilizando-se células de ovário de hamster. O desenvolvimento deste biofármaco é fruto do projeto de pesquisa — tese de doutorado do pesquisador Juan Carlos Bustos Valenzuela —, que contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento do Ensino Superior (CAPES), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP.

As proteínas sintéticas (rhBMP2 e rhBMP7) são produzidas por cinco empresas nos Estados Unidos e na Europa. O FDA regulamenta o uso de, no máximo, duas doses por paciente, o que equivale a 3,5 mg a cada grama de colágeno (uma dose). No mercado americano, atualmente, a grama desta proteína pode custar até US$ 1,5 milhão.

Apesar dos benefícios deste tratamento, no Brasil, por enquanto, este produto só pode ser obtido através de importação, levando os custos do tratamento com estas proteínas a serem muito superiores ao tratamento convencional, afirma a coordenadora do NUCEL, Mari Cleide Sogayar, orientadora da pesquisa. Para que haja uma boa aceitação pelo público brasileiro e pelo SUS, o preço final do biofármaco desenvolvido pelo NUCEL deverá ser bem menor do que aqueles das empresas americanas.

Felizmente, o desenvolvimento já realizado pelo NUCEL com as BMPs recombinantes acabou atraindo a atenção de uma empresa farmacêutica nacional, que se interessou em levar avante esta proposta de transformar os produtos gerados no NUCEL em remédios comercializáveis.

A introdução deste biofármaco no mercado brasileiro certamente permitirá melhor recuperação de fraturas e pega mais eficiente de implantes dentários, devendo promover melhor qualidade de vida aos pacientes e economia significativa de recursos ao SUS.

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