Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

25/06/2008 - 09:44

África do Sul tem oportunidades em autopeças e biocombustíveis

Florianópolis − Depois de 14 anos vivendo em um regime democrático que trouxe estabilidade política e econômica ao país, a África do Sul se coloca como a principal porta de entrada para produtos e investimentos no continente africano. As oportunidades de negócios do país com Santa Catarina foram apresentadas no dia 24 de junho (terça-feira), durante o seminário “Fazendo negócios com a África do Sul”, realizado pela Federação das Indústrias (FIESC).

O cônsul geral da África do Sul no Brasil, Modiba Choshane, mencionou a cooperação já existente entre os dois países, com destaque para o Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (IBAS), mas afirmou que ainda há muito para avançar.

O diretor do departamento de Comércio e Investimentos da África do Sul, Yunus Hoosen, destacou dois eventos ocorridos em 1994 que foram fundamentais para a atual boa fase do país: o fim do regime de segregação racial do apartheid, com a volta da democracia, e a abertura comercial, com a entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC). O resultado, disse, foi que desde 1994 o Produto Interno Bruto (PIB) do país, em dólares, cresceu 108%. “Temos hoje 47 milhões de habitantes. Pode parecer pequeno em relação Brasil, mas a África do Sul é a porta de entrada para a Comunidade para o Desenvolvimento do Sul da África (SADC), que reúne 14 países e mais de 200 milhões de pessoas, e para todo o continente africano”, afirmou.

As oportunidades em dois setores foram detalhados no evento. O gerente do departamento de Comércio e Investimentos da África do Sul, Adriaan Adams, mostrou os números da indústria automotiva no país. Com fábricas de várias das maiores montadoras do planeta, a África do Sul fabrica atualmente quase 600 mil veículos e, segundo Adams, a produção deve dobrar até 2020. Além da produção crescente, disse, uma das principais vantagens para se investir na África do Sul é o tratado de isenção tarifária que o país tem com a União Européia para a exportação de automóveis e também de autopeças.

O presidente da Câmara para o Desenvolvimento da Indústria Automotiva da FIESC, Hugo Ferreira, que presidiu o seminário, falou da experiência e qualidade alcançada pelo país no setor. “Um exemplo disso é que a BMW escolheu a África do Sul para receber a sua primeira fábrica fora da Alemanha”, afirmou.

Ferreira mencionou também o setor de vinhos, em que, segundo ele, a África do Sul também se destaca. “Eles podem trazer a experiência, a tecnologia e também os seus produtos aqui para Santa Catarina, que está com uma indústria de vinhos em expansão”, disse.

Outra área para cooperação entre os dois países é no setor de biocombustíveis. De acordo com o gerente da empresa sul-africana Sasol, Brian Tait, a política do governo para os biocombustíveis, implementada em dezembro de 2007, deve incentivar investimentos e o crescimento do mercado. “Estamos com um projeto piloto de adicionar 2% de biocombustíveis nos combustíveis tradicionais pelos próximos cinco anos, e depois isso deve avançar mais”, afirmou. Ele mostrou dados da produção de biocombustíveis da África do Sul com diversos insumos, como cana-de-açucar e soja, e concluiu que o país tem poucas opções e condições de produzir todo o biocombustível que precisa. “Acho que o Brasil, com a experiência que já tem no setor, pode dar o empurrão necessário para que essa indústria se desenvolva no nosso país, tanto investindo quanto vendendo na África do Sul.

Comércio - Em 2007, Santa Catarina exportou US$ 189,5 milhões para a África do Sul, um crescimento de 28,85% sobre 2006. O país africano foi o 9º maior destino dos produtos catarinenses, e SC foi o 3º estado brasileiro que mais vendeu para a África do Sul no ano passado. Os produtos mais embarcados foram máquinas, aparelhos e material elétricos, com US$ 69,8 milhões, e carnes e miudezas de aves, com US$ 68,6 milhões.

A balança comercial é amplamente favorável a Santa Catarina, já que as importações provenientes da África do Sul no ano passado ficaram em apenas US$ 10,6 milhões, uma queda de 0,98% sobre 2006. O estado importou principalmente cobre (US$ 1,8 milhão), ferro fundido, ferro e aço (US$ 1,6 milhão), produtos derivados de plástico (US$ 1,4 milhão) e cordas e cabos de ferro e aço (US$ 1 milhão).

A maior parte das exportações sul-africanas está relacionada com mineração. O país é dependente de importações industriais, como bens de capital e matérias primas, que perfazem 80% das importações. || www.fiescnet.com

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira