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25/06/2008 - 09:50

Conflitos de interesses podem afetar processo de reestruturação de empresas


Participação de todos os envolvidos é fundamental para conseguir que a companhia saia da situação de crise.

Empresas que começam a perder o nível de controle, ou seja, apresentam relatórios de baixa qualidade, informações imprecisas e não confiáveis para tomada de decisões, que têm problemas no controle interno, atrasam a entrega de balanços e de relatórios contábeis e ainda demonstram outras dificuldades com freqüência, são grandes candidatas a enfrentarem crises futuras. Quando essas companhias não percebem esses sinais e chegam a um estado de colapso, começa-se então o conflito de interesses entre os diversos stakeholders ligados a ela.

De acordo com o especialista em planejamento estratégico Fábio Bartolozzi Astrauskas, sócio da Siegen, consultoria especializada em recuperação de empresas em crise e sucessão familiar, esses stakeholders podem ser divididos em cinco grupos: os financeiros, os fornecedores, os clientes, os empregados e os acionistas. Numa situação de colapso, essas cinco entidades são prejudicadas, inclusive os acionistas da empresa. “Quando o dono da companhia procura ajuda para reestruturá-la é porque ele mesmo já não consegue mais retirar o seu pró-labore”, afirma Astrauskas.

Cada um desses envolvidos possui um perfil diferente e naturalmente busca a melhor situação para si, o que os leva a responder à crise de maneiras distintas. O financeiro busca seu crédito, o fornecedor busca manter a parceria por dois motivos: o primeiro, devido à possibilidade de não receber, o segundo, por receio de perder a oportunidade de continuar faturando para este cliente. “O fornecedor tende a ser mais colaborativo e tem medo de ser cortado. Ele olha a empresa de forma diferente e quer poucas mudanças”, explica o especialista.

Já o cliente, preocupa-se em ter o fornecimento regular do produto ou serviço que está adquirindo, tem ainda medo de enfrentar atrasos na entrega e de ter problemas com as duplicatas. A relação de parceria continuará se os produtos da empresa forem de boa qualidade.

Outro grupo de envolvidos são os empregados. Em geral, nesses momentos os colaboradores ameaçam greves para receber salários atrasados e evitar demissões. Caso seja necessário fazer uma reestruturação forte, com demissão de muitos funcionários, a companhia enfrentará dificuldades na negociação com o sindicato.

Quanto aos acionistas, o consultor explica que o processo se desenvolve com mais facilidade se for apenas um, entretanto, em grupos maiores os condutores do processo de reestruturação podem ter mais dificuldade na negociação. “Sempre tem aquele acionista que não está na empresa, têm ainda vários outros que dependem da atividade da organização e outros com atividades paralelas e os que não querem ser afetados pela crise e pretendem continuar fazendo suas retiradas”, afirma Astrauskas.

São cinco comportamentos diferentes e que devem ser contemplados diante a uma situação de reestruturação. “Cabe aos condutores e aos próprios stakeholders encontrarem uma solução que seja ótima para o grupo, mesmo que cada um deva abrir mão de alguma coisa”, conclui.

Fonte: Fábio Bartolozzi Astrauskas é sócio da consultoria Siegen. O especialista defendeu tese na Universidade de São Paulo tendo como tema a nova Lei de Falências e a importância da recuperação das empresas. É membro do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Na área acadêmica, foi professor adjunto do Centro Universitário FMU, na Faculdade de Economia entre 1993 e 1999.

Perfil Siegen - Criada há 11 anos pelos economistas Augusto Paes Barreto e Fábio Bartolozzi Astrauskas, a Siegen é uma consultoria especializada em recuperação de empresas em crise e sucessão familiar. Atualmente, a empresa trabalha com 12 companhias em recuperação judicial. (www.siegen.com.br).

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