Brasil está bem perto de atingir "grau de investimento", diz secretário adjunto do Tesouro

Brasília - O secretário adjunto do Tesouro Nacional, Paulo Valle, afirmou,no dia 31 de janeiro, que o Brasil está bem próximo do “grau de investimento”, classificação que dá aos investidores sinal verde para aplicar em um país. Ao divulgar o Relatório Anual da Dívida Pública Federal, Valle disse que, em visita ao Tesouro Nacional, especialistas apresentaram estimativas de que essa melhora na perspectiva brasileira sairia entre o fim deste ano e o início de 2008.

“Por toda a melhoria que a gente vem observando na condição macroeconômica do Brasil, a cada dia, nossa percepção de atingir o grau de investimento aumenta”, comentou Valle.

O relatório da dívida pública apresenta o esforço feito pelo governo para melhorar o perfil da dívida brasileira – um dos empecilhos argumentados pelas agências de classificação de risco para elevar o grau brasileiro. Alongar o prazo da dívida e aumentar os títulos prefixados ou indexados a índices de preço é a principal estratégia utilizada pelo Tesouro na estruturação da dívida.

Para cumprir essa meta, o governo espera ampliar a participação do investidor na compra de papéis da dívida interna. “Os estrangeiros têm maior apetite por papéis de longo prazo”, ressaltou Valle. O relatório por ele apresentado revela que, em 2006, o governo conseguiu atrair a atenção dos investidores estrangeiros por meio da isenção do Imposto de Renda para não-residentes sobre ganho de investimentos em títulos públicos da dívida interna. Com isso, as aplicações de estrangeiros nesses papéis saíram de R$ 8,9 bilhões, em fevereiro de 2006, para R$ 28,8 bilhões em dezembro.

Valle acredita que há espaço para participação crescente dos estrangeiros na dívida. “No México, essa participação é de 10%. Nós ainda estamos em 2,64%”, disse.

Alcançar o grau de investimento é um dos objetivos do governo brasileiro, porque ajudaria a implementar o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Além de atrair investidores para o país, essa classificação tornaria mais baratos os empréstimos feitos no exterior, porque tornaria os juros mais baixos.

No dia 30 de janeiro, agência de classificação Standard & Poor's deu essa classificação à Índia. Com isso, o Brasil passa a ser o único dos países emergentes do chamado Bric (Brasil, Rússia, Índica e China) que não tem o grau de investimento. Atualmente, o Brasil está no nível BR-, a um passo do grau de investimento.| Por: Edla Lula/ABr