Acrefi: Copom vai precisar fazer um forte ajuste na taxa de juros

Projeção de inflação, divulgada hoje pelo boletim Focus, mostra inflação praticamente no teto da meta.

A Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) acaba de divulgar nota em que prevê um arrocho muito mais forte na economia, nos próximos meses, do que se esperava até então.

Segundo o vice-presidente da instituição, José Arthur Assunção, é praticamente impossível prever, nesse momento, qual será a taxa de juros necessária para conter a inflação, que mostra força e solidez. “Já existe um contágio generalizado em todos os preços. Isso é um passo para alguém vir a público requerer algum tipo de indexador para preços e salários. Daí em diante é a desorganização geral da economia”.

Assunção lembra que as projeções do boletim Focus, divulgadas semanalmente pelo Banco Central, apontam para uma inflação cada vez mais ascendente: “Semana retrasada era de 5,80%, passando para 6,08% na semana passada e para 6,30% hoje, quase estourando o teto da meta, que é de 6,5%”

Está na hora de o Banco Central partir para o combate com todas as armas de que dispõe para estancar a inflação: “Acho que seria importante pôr um viés de alta na taxa de juros desde já ou mesmo elevar a Selic antes da próxima reunião do Copom. Mas se não acontecer, não creio que o aumento, na próxima reunião do colegiado, seja novamente de 0,5 ponto percentual. O ideal seria um tiro de calibre bem maior – uns dois pontos percentuais de uma vez só - acompanhado de uma elevação do depósito compulsório dos bancos”.

“O ministério do Planejamento divulgou um corte de despesas importante na semana passada, mas que também poderá não ser o bastante para uma situação como a que se avizinha. Não estamos no fim do mundo, longe disso. Mas para mantermos a economia fortalecida como vem se mostrando nos últimos anos, a hora de quebrar a inércia inflacionária é agora”.