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Feliz enfoque novo

Foco no crescimento do PIB precisa ser prioridade nacional em 2007

É muito preocupante a projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de que, mesmo promovendo melhorias no cenário econômico, o Brasil somente poderá ingressar num ciclo de crescimento sustentado anual de 5% a partir de 2017. Não podemos condenar a acreditada instituição pelo amargo prognóstico, pois seus técnicos baseiam as análises nas estatísticas e na política econômica. Aliás, nem seria necessário grande esforço de raciocínio para concluir não estar apto à prosperidade um país com os juros mais altos do mundo, dívida pública elevadíssima, impostos equivalentes a 37% do Produto Interno Bruto (PIB), burocracia exagerada, câmbio inimigo das exportações e deficiente em infra-estrutura.

Porém, a congruência entre a realidade e as estimativas do IPEA não deve nos levar à resignação de entender o vaticínio como irreversível. É possível mudar a história! Tal possibilidade está expressa em trabalho da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial). O documento, denominado “2007 / 2010: Brasil na Busca do Crescimento Econômico”, estabelece meta de 4% para o incremento da economia em 2007. Nos anos posteriores, até 2010, a evolução prevista é de 0,5 ponto percentual por exercício.

O estudo identifica os seguintes problemas a serem enfrentados: taxa básica de juros e spreads bancários muito altos; câmbio atual compromete o crescimento; os gastos públicos são excessivos e de baixa eficiência; o investimento público federal é insuficiente; o sistema previdenciário é insustentável; a carga tributária é excessiva e tem tributos de má qualidade. O cerne do trabalho é a mudança de enfoque da política econômica nacional: em vez de as metas inflacionárias, como hoje ocorre, balizarem as demais, a expansão sustentada e mais substantiva do PIB passará a ser a prioridade, condicionando todos os outros objetivos. Significativa queda dos gastos públicos e fim dos desvios financeiros, possibilitando aumentar os investimentos privados e do Governo Federal e viabilizando o superávit nominal da União, realização das reformas tributária e previdenciária e ajustes no câmbio sintetizam as estratégias para viabilizar o novo modelo.

Caso a política econômica não mude, o nível de atividades continuará letárgico, acelerando a desindustrialização por que estamos passando, deixando o País de ser competitivo, uma vez que a indústria foi a base de todos as nações do primeiro mundo. Esta é uma preocupação de todas as empresas, mesmo as que, por circunstâncias do mercado e inusitado esforço de superação, conseguiram resultados muito acima da média nacional em 2006, como a Dimep, que fechou o ano com faturamento de R$ 60 milhões, significando expansão de 20% ante 2005. É preciso um olhar mais amplo sobre a realidade nacional, disseminando-se a consciência de que o crescimento, além de desejável, é possível!

. Por: Dimas de Melo Pimenta II, economista, é presidente da Dimep e diretor do Departamento Sindical (Desin) da Fiesp

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