O Diagnóstico correto é fundamental para o tratamento e prevenção das crises nos pacientes asmáticos

No Brasil, cerca de 376 mil internações por ano ocorrem por conta dessa doença.O inverno e a atividade física podem precipitar as crises. O teste de broncoprovocação pode ajudar os pacientes que pioram quando praticam esportes.

Hoje, 20% dos brasileiros têm ou já tiveram alguma manifestação associada à asma, sendo que 25% destes têm a forma moderada ou grave e podem evoluir com grandes riscos se não receberem o diagnóstico e o tratamento adequados. Na época do inverno, os portadores de asma costumam sofrer mais com os sintomas da doença - tosse, chiado no peito e falta de ar - devido, principalmente, à permanência em ambientes fechados, sem ventilação adequada.

“Nestes locais, a concentração de ácaros, poeira, mofo e outras substâncias é maior, ocasionando crises de asma e outras alergias respiratórias”, explica João Marcos Salge, assessor médico da Pneumologia do Fleury Medicina e Saúde. No Brasil, esta é a terceira causa de hospitalização pelo SUS, provocando, de acordo com o Datasus, 376 mil internações ao ano.

Qualquer que seja o caso ou a gravidade da doença, as crises podem ser evitadas e, dessa forma, o paciente consegue uma boa qualidade de vida, muitas vezes sem se privar dos esportes que pratica.

O diagnóstico da asma se baseia na história do indivíduo, no conjunto de sintomas, na avaliação clínica e em exames complementares, a exemplo da radiografia de tórax, da prova de função pulmonar e da espirometria, que avaliam o grau de obstrução e a função global do pulmão. “Algumas vezes, é necessário um exame mais detalhado, como é o caso do teste de broncoprovocação, que avalia a obstrução após a indução por exercícios físicos. Esse procedimento é aplicado aos pacientes que só manifestam a doença quando praticam exercícios”, explica o especialista.

Para aliviar as crises, recomenda-se o uso de broncodilatadores, que agem exatamente de modo contrário à resposta de hiper-reatividade, abrindo os brônquios. “Quando o efeito do broncodilatador se mostra insatisfatório, geralmente é associado um corticóide, que serve para desinflamar os brônquios do asmático e evitar futuras manifestações agudas”, afirma Salge.

Perfil da asma - A asma é uma doença pulmonar caracterizada pela inflamação e obstrução das vias aéreas, que ocorre porque o paciente tem uma resposta imunológica exagerada quando em contato com determinada substância, denominada alérgeno.

Uma vez que as vias aéreas estejam inflamadas e, portanto, mais sensíveis aos alérgenos, as crises de asma podem ser desencadeadas por diversos fatores ambientais, como alterações climáticas, ou quando ocorre contato com poeira, mofo, pólen, cheiros fortes, fumaça, pêlos de animais, com agentes infecciosos causadores das gripes ou resfriados, ou ainda com a ingestão de alguns alimentos ou medicamentos.

Os principais sintomas da asma são tosse, chiado no peito e falta de ar, que normalmente aparecem de forma cíclica, com alternância de períodos de melhora e piora.

Quem tem a predisposição para ter essa hiper-reatividade das vias respiratórias precisa conhecer e evitar os motivos que desencadeiam as crises. De qualquer modo, é indispensável manter o ambiente do asmático o mais limpo possível e restringir seu contato com alérgenos ou com substâncias irritantes. O tabagismo e a asma, por exemplo, são absolutamente incompatíveis.

Outros cuidados dizem respeito aos animais que devem ser mantidos fora de casa, ou no mínimo, impedidos de entrar nos quartos de dormir. Colchões e travesseiros devem ser forrados com material lavável, o qual precisa ser higienizado periodicamente.