Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

02/07/2008 - 10:45

BNDES defende manutenção da TJLP, diz o presidente


O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, defendeu no dia 1º de julho (terça-feira), a manutenção em 6,25% ao ano da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), decidida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A taxa é usada em empréstimos do banco.

Coutinho lembrou que a taxa responde por financiamentos de projetos de média e longa duração, e não afetará a decisão do governo de manter a inflação em torno dos 4,5% ao ano, como fixada no plano de metas do Banco Central até 2010.

“A TJLP é uma taxa que financia projetos de longa a maturação, de 15 a 25 anos. É, portanto, uma taxa de longo prazo e a nossa meta de inflação para 2010 foi fixada em 4,5%. Isto revela a firme disposição do governo em manter a inflação dentro da meta fixada. E eu espero que no médio prazo a inflação fique até abaixo da meta”, afirmou.

Na avaliação do presidente do BNDES, seria precipitado por parte do CMN pensar em mexer na TJLP neste momento. “Considerando a inflação e a sua perspectiva, a TJLP está no lugar certo”, disse.

De acordo com Coutinho, a formação de infra-estruturas novas, com longa maturação, não podem ficar subordinadas a flutuações de curto prazo.

“A concessão de crédito com criação de capacidade industrial nova, também com período de maturação grande, especialmente na parte de produção de insumo e em áreas intensivas em capital, implicam em um cálculo econômico de médio e longo prazos, e os investimentos são fundamentais para a sustentação da saúde do crescimento. O crescimento saudável é aquele aonde o investimento cresce na frente, mais rápido”, afirmou.

Brasil não terá de sacrificar crescimento para controlar inflação, diz o presidente.

O Brasil tem como responder à pressão dos alimentos sobre a inflação e, por isso, não terá que sacrificar o crescimento de sua economia com o objetivo de manter a inflação sob controle. “O Brasil tem uma meta de inflação de 4,5% ao ano, que vai ser perseguida de maneira muito firme”, afirmou.

Coutinho destacou que outros países, entretanto, terão de abrir mão do crescimento para conter a disparada de preços provocada pela alta dos produtos agrícolas. Segundo ele, o Brasil poderá responder à crise de maneira muito afirmativa em termos de oferta agrícola e, com isso, reduzir as pressões inflacionárias sobre o custo dos alimentos, problema que tem ocorrido no mundo inteiro. Para ele, essa é a grande vantagem brasileira: “Uma economia que tem capacidade de respostas afirmativas e positivas para os seus problemas.”

Ele ressaltou, porém, que o país não pode abrir mão do controle inflacionário e sacrificar uma das grandes conquistas do Plano Real, que fez hoje 14 anos. “O Plano Real foi um grande avanço, um grande ganho. Ele quebrou uma hiperinflação e a reduziu. Então, não podemos deitar por terra o esforço feito para mantê-la sob controle. Nós aprendemos, a duras penas, como é danosa a inflação, principalmente para as classes de baixa renda. Sacrificar essa conquista é simplesmente falta de inteligência.”

Sobre as medidas incluídas no Plano Safra, que serão anunciadas nesta semana, Coutinho adiantou que, paralelamente, o BNDES também ampliará financiamentos e dará melhores condições para que as empresas do setor agrícola adquiram implementos e máquinas para melhorar a produtividade no campo.

“Embora o financiamento do crédito agrícola não seja uma função especifica do BNDES, e sim do Banco do Brasil, vamos ampliar o financiamento e dar melhores condições [de crédito] às empresas para a compra de máquinas e implementos agrícolas – o que será muito importante para melhorar a produtividade da agricultura brasileira que vem crescendo de forma extraordinária e pode crescer ainda mais.”| Nielmar Oliveira/ABr

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira