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03/07/2008 - 10:35

O grau de investimento impacta a sustentabilidade empresarial

Com a conquista de dois dos principais graus de investimento, concedidos pelas agências de rating Standards & Poor’s e Fitch, a euforia tomou conta do nosso mercado. Não é para menos. Há mais de dez anos que o país se prepara para esse momento. E agora, o que acontecerá?

Muitos investidores internacionais só podem investir em países com grau de investimento, e a maioria desses somente em países com grau de investimento reconhecido por, pelo menos, duas agencias de rating. Ou seja, o Brasil já é reconhecido como um “porto seguro”.

O país tem hoje a democracia mais sólida da América Latina; as regras comerciais são respeitadas; o arcabouço legal mostra sinais de avanços; e a estrutura reguladora apresenta critérios claros e técnicos. Isso significa que, do ponto de vista da estrutura institucional, avançamos bastante. Em relação à infra-estrutura, o Brasil tem muito o que fazer: melhorar a geração de energia; ampliar a malha ferroviária e hidroviária; reestruturar o transporte público; realizar as reformas trabalhista, do judiciário, da previdência. E o capital estrangeiro é muito bem-vindo para ficar e desenvolver socioeconomicamente este país. Atualmente, muitos investidores internacionais observam o Brasil e avaliam detidamente as oportunidades.

E a Sustentabilidade? O discurso da primeira ministra da Alemanha em visita ao Brasil, em maio deste ano, demonstrou a relevância de levar em consideração as questões socioambientais em conjunto com os econômico-financeiros. Ela foi categórica quando abordou que não tem como existir um produto competitivo financeiramente a custa de danos ambientais e humanos, pois, em um determinado momento, todos vamos pagar a conta. Ou seja, a ministra alemã deu a entender que isso é como “empurrar com a barriga”. A urgente decisão do governo federal na substituição do Ministério do Meio Ambiente demonstrou que o Estado brasileiro não pode se descuidar dessa área.

Provavelmente, os investidores internacionais socialmente responsáveis observaram com bastante atenção este acontecimento na esfera governamental. É importante que as empresas se posicionem de maneira transparente e de forma pragmática sua pró-atividade em relação ao desenvolvimento sustentável, para que esses recursos venham para o Brasil.

Temos todo o direito de desenvolver a nossa economia, mas não façamos como os europeus, que destruíram praticamente todas suas florestas e hoje não sabem o que fazer. Vamos buscar um equilíbrio e aproveitar da nossa biodiversidade em prol do crescimento socioeconômico sustentável. A luta pelos royaties da biodiversidade deveria ser uma bandeira não só do Estado nacional, como também das companhias brasileiras.

As praticas atreladas a sustentabilidade de empresas aqui no Brasil e o envolvimento internacional delas e de entidades como Instituto Ethos, Ibase, Bovespa, Apimec, IBGC, entre outras, contribuiu para o fortalecimento de uma nova percepção sobre o país. Os governantes, independentes das bandeiras partidárias, poderiam aprender, e muito, com a iniciativa privada quando se fala de sustentabilidade. O momento é muito oportuno pra realizarmos um Pacto pela Sustentabilidade, onde todos os agentes da sociedade participariam fazendo sua parte e compartilhando conhecimento.

O momento é oportuno para as empresas estruturarem suas gestões baseadas no retorno ao acionista com sustentabilidade.

.Por: Roberto Gonzalez é professor na Trevisan Escola de Negócios e na Universidade Imes; diretor de Estratégia de Sustentabilidade da The Media Group; assessor para Assuntos de Sustentabilidade da Apimec; e membro do Conselho do ISE/Bovespa e do Fundo Ethical da Abn Asset Management. | Email: [email protected]

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