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04/07/2008 - 10:22

Museu Oscar Niemeyer apresenta mostra de Tarsila

O Museu Oscar Niemeyer , a exposição Percurso Afetivo Tarsila. Pela primeira vez é exibida em Curitiba uma mostra individual de Tarsila do Amaral, caracterizando-se como uma das mais importantes do calendário expositivo do ano. A visitação pública acontece de 04 de julho e 05 de outubro.

O curador Antonio Carlos Abdalla, ao lado de “Tarsilinha”, sobrinha-neta da artista, selecionou 57 trabalhos entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e objetos de uso pessoal da modernista, como pincéis, espátulas, cadernos de desenhos, binóculo e agenda de telefones. A obra de maior destaque é Antropofagia, produzida em 1929, que, ressalta o curador, “sintetiza o Abaporu e A Negra, entre as obras mais famosas de Tarsila”. Outras importantes surpresas da mostra são Procissão, de 1954, a segunda versão de A Negra, iniciada em 1940, e o Estudo para A Negra, em nanquim sobre papel.

“Com sete metros de comprimento, Procissão nunca foi exposta fora de São Paulo porque é muito grande. A tela só foi exibida no 4o. Centenário de São Paulo, em 1954. E, acredito que até os anos 70 a segunda versão de A Negra foi trabalhada e retrabalhada, permanecendo inacabada. O que sugere a continuidade da leitura do trabalho da artista e a abertura para inúmeras possibilidades de interpretação da obra de Tarsila, que permanece aberta”, ressalta o curador. Entre as obras há também as duas gravuras em metal de Abaporu e Antropofagia, ambas sem data, mas que, segundo Abdalla, seriam posteriores às duas famosas pinturas de Tarsila. As obras são provenientes de acervos de museus de São Paulo e Bahia e de coleções particulares de São Paulo e Rio.

O foco central da mostra é o caminho afetivo de Tarsila do Amaral (1886-1973) impregnado em sua obra. Um caminho que é traçado a partir da descoberta do Diário de Viagem –da década de 1920, com desenhos e impressões das viagens que a artista fez pelo Brasil e pelo exterior. A exposição tem o patrocínio da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e da Compagas, com o apoio do Ministério da Cultura, do Governo do Paraná e da Caixa.

Emblemática - Tarsila é uma figura emblemática para a compreensão do Modernismo no Brasil e de tudo o que se seguiu a ele. Formando o chamado “Grupo dos 5”, ao lado de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti e Menotti del Picchia, a artista tem seu nome registrado na história da arte brasileira como a vanguardista. A partir do final dos anos 1920, envolvendo-se de forma direta nos movimentos Pau-Brasil e Antropofágico, “ajuda a dar um contorno único e especial à cena cultural brasileira”, afirma o curador.

Abdalla diz que esta é uma “ocasião rara” para ver obras de Tarsila em uma exposição individual, de conceito biográfico-documental, com “especial atenção a um único documento: o diário de viagem, que traça o percurso afetivo da vida da artista”. Além do acervo da família, a mostra reúne pinturas e desenhos vindos de importantes coleções, como Nemirovsky, Rodrigo Jacques Perroy, Roberto Marinho, Paulo Kuczynski, Pinacoteca de São Paulo, e dos museus de Arte Contemporânea e de Arte Moderna de São Paulo, entre outros. O curador chama atenção para o recorte onírico que “desde sempre esteve presente na produção de Tarsila”.

No segmento biográfico surgem os retratos de Mário de Andrade, Blaise Cendrars, Luís Martins e Lasar Segall, companheiros de formação e atuação, e da neta Beatriz do irmão Milton, seguidos de obras da fase antropofágica. A vida urbana, a presença da máquina e o forte contraste social, o olhar místico e a fuga para a natureza, com o surgimento do onírico, completam os temas abordados. “Esta exposição foi bastante ampliada em relação à primeira (Pinacoteca) e, nesta nova leitura, não foram considerados os períodos –Pau-Brasil, Antropofágico e Social – habitualmente identificados na obra de Tarsila. O enfoque dado, em primeiro lugar, foi intimista; depois, temático e, quando possível, cronológico. Há um proposital e aparente caos, planejado para que o visitante possa sentir-se mais próximo da vida da artista e admire as obras individualmente, livres de classificações mais rígidas”, conclui Antonio Carlos Abdalla.

Percurso Afetivo Tarsila, com exibição ao público: de 04 de julho a 05 de outubro de 2008,de terça a domingo, das 10h às 18h no Museu Oscar Niemeyer, Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico – CEP: 80530-230. Telefone: (41) 3350-4400. Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes.(Não pagam crianças de até 12 anos, maiores de 60 anos e grupos agendados de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental).Patrocínio: Copel e Compagas. Apoios: Ministério da Cultura, Governo do Paraná e Caixa.

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