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04/07/2008 - 10:39

A hora da nanotecnologia


Coincidiu com a nossa visita a Israel o pronunciamento feito pelo presidente Shimon Peres a um grupo de jovens, a respeito do futuro de Israel. Foi altamente revelador.

Com todos os riscos que isso importa, falou de improviso. Ao propor que os jovens sigam o seu próprio caminho, sugeriu que não deve existir preocupação só com o passado, mas com o mundo que está vindo: “A era da pedra passou, agora é a vez da ciência e da tecnologia. Devemos acompanhar os grandes ideais da sociedade moderna. Por isso, é essencial que vocês se dediquem cada dia mais ao conhecimento.”

Depois de reconhecer que a guerra é cara, exigindo grandes esforços financeiros, assinalou que o mercado israelense cresce como nunca. Identificou na inflação zero talvez a causa mais significativa, vencendo um período extremamente difícil, em que ela chegou a mais de 600% a.a.

São razões de otimismo do presidente: o PIB cresce em torno de 5% (cerca de 40% de incremento em três anos) e a exportação, hoje maior do que a importação, tornou o país economicamente independente. Confessou, enfaticamente: “Foram os jovens, cada um a seu modo, que se tornaram responsáveis por esse sucesso.”

Shimon Peres, que já veio algumas vezes ao Brasil, é fã de Bill Gates: “Ele se tornou o homem mais rico do mundo graças às suas invenções – e não à força das armas. Juntou-se a dois ou três colaboradores e construiu o seu império. Não teve medo do futuro.” O computador é poderoso, mas não dispõe de autonomia para pensar. Os seres humanos é que serão responsáveis pelos novos caminhos da humanidade, o que deve ser feito com talento, devoção e seriedade.

Peres, com toda a experiência administrativa e estratégica que acumulou, nos muitos anos de liderança, previu que os próximos 20 anos dependerão basicamente de três grandes fatores: energia, água e desenvolvimento científico e tecnológico.

Demonstrou uma grande esperança na nanotecnologia, que é capaz de mudar o nosso cotidiano. Além das conquistas na área da medicina, até a Força Aérea utiliza suas imensas virtualidades, tornando-a ainda mais forte. Estão sendo produzidos novos robôs inteligentes e o processo de dessalinização da água ganha outros contornos, sabendo-se que o mundo é coberto por 99% de água salgada. O exemplo que vimos em Eilat, no Mar Vermelho, bem demonstra o que pode o gênio humano. Toda a água ali utilizada é produto da dessalinização. Assim se conquista o deserto, vencendo a sua aridez.

Caminhamos para tornar menos importante a dependência do óleo e da gasolina. O presidente israelense fez ironia: “É mais fácil depender do sol, que é eterno, do que da Arábia Saudita.”

Deu força ao trabalho crescente dos cientistas para a valorização da energia solar – e outras fontes alternativas: “Tudo virá da ciência e da tecnologia, que serão nossos grandes parceiros, na tarefa do desenvolvimento.”Como não poderia deixar de ser, abordou a necessidade de paz para prosperar. Os recursos devem ser utilizados na ciência e na tecnologia, que não têm nacionalidade, nem barreiras.

Com o estilo tipicamente judaico, Shimon Peres comentou que o otimista e o pessimista morrem do mesmo jeito. Então, é preferível ser otimista e lutar por um mundo melhor e mais justo. Os jovens não podem perder isso de vista. A globalização é uma realidade, mas o esforço deve ser individual.

Para finalizar, com muitos aplausos, Shimon Peres garantiu que a ciência e a tecnologia são parceiros maravilhosos do progresso. Conclamou a juventude de Israel a estudar e pesquisar ainda mais, com otimismo e entusiasmo, para garantir uma vida de paz e progresso para o seu povo e a humanidade.

. Por: Arnaldo Niskier da Academia Brasileira de Letras e presidente do CIEE/RJ | [email protected]

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