Termo de cooperação industrial assinado entre Brasil e Venezuela

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério venezuelano do Poder Popular para as Indústrias Leves e Comércio (MPPILCO) assinaram no dia 27 de junho, em Caracas, na Venezuela, o termo de cooperação para ‘Apoio à Formulação de Estratégias e Implementação de Projetos Industriais’ na ocasião do encontro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez.

O apoio a projetos industriais é um dos seis pontos do ‘Programa de Trabalho em Matéria de Cooperação Industrial’, entre Brasil e Venezuela, e atuará em sete projetos que visam auxiliar o desenvolvimento de até 11 unidades produtivas que formarão parte do Plano das 200 Fábricas que desenvolve o Governo da República Bolivariana da Venezuela.

Desde março os dois países vêm discutindo os projetos que incluem a construção de fábricas de equipamentos de refrigeração industrial e para processamento de alimentos; de tubos de PVC; de embalagens (vidro e metal); de cartões de circuitos impressos, de fundições e de minisiderurgia. As duas últimas, prioridade para a Venezuela. A cooperação se desenvolverá em três fases: Preparação (pré-projeto das unidades); detalhamento e implantação dos projetos.

A ABDI é a responsável por articular entidades e empresas públicas e privadas brasileiras para assessoria, assistência e serviços técnicos especializados no desenho, desenvolvimento, execução e funcionamento das unidades e na construção de fábricas estatais previstas pelo governo venezuelano. O apoio ao projeto foi facilitado com a instalação de um escritório da ABDI e da Embrapa em Caracas.

“O trabalho que a Agência está fazendo colabora para a integração bilateral entre os setores produtivos. Estamos auxiliando a Venezuela a fortalecer suas indústrias e ajudando as empresas brasileiras a venderem produtos e serviços que a Venezuela precisa neste momento”, afirma Reginaldo Arcuri, presidente da ABDI.

A oferta e procura citada pelo presidente da ABDI já pode ser traduzida em números pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ). Na missão ao país realizada pela ABDI, em maio, empresários do setor de bens de capital discutiram possibilidades de negócios. A estimativa é de que as aquisições fiquem em torno de US$ 100 milhões a US$ 150 milhões.

Apesar dos bons resultados para o Brasil no comércio internacional com a Venezuela, o presidente da ABDI ressalta que o projeto envolve mais do que vender máquinas e equipamentos. “O projeto é amplo e abrange conhecimentos em atividades de base tecnológica, de capacitação de pequenas e médias empresas e de treinamento de mão-de-obra e gerencial”, afirma Arcuri.

Uma equipe técnica da Venezuela esteve no Brasil para conhecer a Política de Desenvolvimento Produtivo, visitar unidades industriais, entidades empresariais, governamentais e de pesquisa. O grupo foi a Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina para obter informações sobre tecnologias, estrutura industrial e atuação de instituições de apoio ao desenvolvimento industrial, identificando possíveis parceiros e fornecedores no Brasil para projetos com a Venezuela.

O Programa de Trabalho em Matéria de Cooperação Industrial terá seis frentes de trabalho: produção de leite e criação de gado leiteiro; produção de alimentos; complexo industrial da saúde; financiamento de empresas e atividades de base tecnológica; capacitação de pequenas e médias empresas; e formulação de estratégias e implementação de projetos industriais. O programa inclui ações da Embrapa, Finep, Ministério da Saúde, Hemobrás, BNDES, Sebrae, Senai e Suframa. À ABDI cabe a articulação da implementação do programa industrial, conforme designação do Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. | www. abdi.com.br