Boletim de Conjuntura Industrial detalha crescimento na indústria geral e nos seus índices de emprego

A criação de empregos formais atingiu, no primeiro trimestre do ano, volume equivalente à quase 40% do total de vagas criadas em todo o ano de 2007.

O Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) apresentam mais uma edição do Boletim de Conjuntura Industrial, publicação trimestral que traz a análise da política industrial brasileira. Entre os tópicos destacados está o crescimento de 6,3% da indústria geral no primeiro trimestre de 2008, se comparado ao mesmo período do ano anterior.

O Boletim aponta que, dos 27 setores incluídos na Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIMPF/IBGE), 23 apresentaram crescimento no final do primeiro trimestre deste ano. Observando a contribuição dos setores ao crescimento do período, vê-se que os cinco principais setores foram veículos automotores (24,5%), máquinas e equipamentos (10,9%), outros produtos químicos (8,7%), outros equipamentos de transporte (6,4%) e metalurgia básica (6,3%).

A publicação mostra também que o desempenho favorável da produção industrial tem se traduzido na aceleração dos índices de emprego da indústria. Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES/IBGE), o pessoal ocupado assalariado na indústria geral cresceu 3%. Os dados da PIMES também mostram aumento de 6,4% da folha de pagamentos real da indústria geral no acumulado do primeiro trimestre de 2008, intensificando o crescimento observado no acumulado do ano passado.

A criação de empregos formais atingiu, no primeiro trimestre do ano, o patamar de 153,1 mil vagas na indústria como um todo (149,7 mil na indústria de transformação e 3,4 mil na indústria extrativa). Esse patamar significou um volume equivalente à quase 40% do total de vagas criadas em todo o ano de 2007.

O Boletim de Conjuntura Industrial vislumbra ainda que a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), recém lançada pelo Governo Federal, deve gerar externalidades positivas para estimular o investimento, a inovação e a produção. Medidas como, por exemplo, a elevação dos prazos nas operações do BNDES para bens de capital, a depreciação acelerada sobre investimentos em bens de capital, dentre outras, contribuirão para a melhoria da competitividade das empresas brasileiras. Neste contexto, as iniciativas voltadas para o aumento da inovação e da competitividade assumem grande importância, dado o cenário de crescimento mundial menos favorável nos últimos anos, o que deve resultar em uma demanda externa menos aquecida e conseqüentemente acarretar um acirramento nas condições de concorrência no mercado externo.

Por fim, a publicação apresenta uma detalhada caracterização da Indústria de Couro e Calçados, com seu desempenho, desafios competitivos e tendências mundiais. | www.abdi.com.br