Férias combinam com segurança e economia

As aulas terminaram, as malas estão prontas, é hora de descanso e diversão: a viagem de férias. Para um passeio mais tranqüilo, vale a pena prestar atenção em alguns detalhes para garantir mais segurança da casa que ficará fechada e economia de energia elétrica. Medidas simples podem fazer do retorno das férias um momento de alegria, sem sustos ou prejuízos.

Ao sair em viagem, apagar as luzes e desligar os aparelhos eletroeletrônicos pode não ser suficiente para evitar acidentes elétricos, pois o risco de uma sobretensão elétrica continua mesmo que os aparelhos não estejam em funcionamento. Daí a importância de retirar das tomadas todos os equipamentos eletroeletrônicos.

Isso porque a sobretensão provocada pela incidência de raios, mesmo distantes do local, é propagada pela rede de distribuição de energia e entra na residência pelos cabos que ligam a instalação à rede pública, chegando às tomadas e queimando os aparelhos mais sensíveis, mesmo que não estejam em funcionamento. Em casos críticos, a queima dos equipamentos pode provocar incêndios e se propagar para o restante do imóvel.

Esse dano pode ser evitado pela retirada dos equipamentos das tomadas e/ou pela instalação de dispositivos de proteção contra surtos (DPS) no quadro de força ou na própria tomada (entre a tomada e o aparelho). É recomendável que os cabos de telefone, de antenas de televisão, de provedores de internet sejam desconectados, pois também podem propagar sobretensões.

Quanto você pode economizar

Desconectar os aparelhos eletroeletrônicos das tomadas pode trazer uma vantagem a mais: a economia de energia elétrica. Mesmo com a casa fechada, é comum geladeira, freezer, rádio-relógio, relógios de microondas ficarem consumindo energia, além de uma lâmpada como medida de prevenção a assaltos. Somam-se a estes itens os demais eletroeletrônicos que têm luzes de stand-by (a luz vermelha que indica que o produto está ligado à energia), que também consomem energia.

A geladeira, por exemplo, consome cerca de 36 kWh mensais, se ligada durante quatro horas diárias. O consumo de cinco luzes stand-by num mês chega a 3,6 kWh e de um rádio-relógio, a 7,2 kWh. Uma lâmpada de 40W pode consumir 28,8 kWh ao mês, o que totalizaria 75,6 kWh ou um custo estimado de R$ 28,35. Entretanto, se apenas a geladeira ficar ligada durante o mês de férias, o gasto pode cair para R$ 13,50. E se a geladeira estiver na intensidade mínima, o gasto pode ser reduzindo ainda de 20% a 30%.

Para aqueles que quiserem deixar uma lâmpada acesa, uma solução é a instalação de um temporizador, que pode ser programado para acender e apagar a lâmpada em uma determinada hora, racionalizando o uso da energia elétrica.

Cuidados longe de casa

Diferentes localidades possuem tensão elétrica (voltagem) variada. Algumas utilizam somente 110V ou 220V, outras utilizam as duas. É preciso atenção para não queimar os aparelhos ou achar que estão com algum defeito. Com os eletroportáteis bivolts não há problema, mas é preciso verificar se o ajuste é manual ou automático.

Viagens ao exterior requerem ainda mais atenção, pois além da mudança de voltagem pode haver alteração na freqüência - no Brasil, nos Estados Unidos, em parte do Japão, etc., é de 60Hz e em alguns países da Europa e da América do Sul é de 50Hz -, embora, de maneira geral, a freqüência não altere muito o funcionamento do aparelho. O tipo de tomada também varia, problema que pode ser resolvido com o uso de um adaptador - nunca se deve fazer improvisações com plugues e tomadas, pois há risco de choques elétricos e danos aos equipamentos e às instalações.

E, para finalizar, outra dica importante para manter o período de férias tranqüilo e seguro é nunca deixar as crianças empinarem pipa junto à rede elétrica. No período de férias escolares é quando ocorre o maior número de acidentes deste tipo, causando queimaduras, amputação de membros e até choques fatais.

. Por Hilton Moreno, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Elétricos NEMA Brasil - focada no avanço da indústria elétrica e de equipamentos eletromédicos para terapia e diagnóstico por imagem e que participa ativamente no desenvolvimento de normas e na defesa de posições técnicas que visem o legítimo interesse dos consumidores e tratem todos os fabricantes de modo justo e igualitário.