Rio de Janeiro organiza missão à maior feira de orgânicos do mundo

O Centro Internacional de Negócios (CIN), parceria entre Firjan e SEBRAE/RJ, está com inscrições abertas para a missão empresarial à Biofach, que acontecerá de 15 a 18 de fevereiro em Nuremberg/Alemanha. Mundialmente conhecida por ser a maior feira dedicada ao setor orgânico, a Biofach reunirá as mais modernas técnicas, produtos, máquinas e equipamentos.

A missão contará com mais uma rodada do Programa Al-Invest, promovido em parceria com a Comissão Européia para gerar oportunidades comerciais entre os continentes europeu e latino-americano. Além do Brasil, os países participantes serão Argentina, Chile, Equador, México, Paraguai, Uruguai, Itália, Espanha, Reino Unido, França, Países Baixos, Eslovênia e Suécia. O prazo para as inscrições da rodada vai até segunda-feira, dia 5.

O CIN oferecerá apoio para tradução durante os encontros e visitas guiadas à feira. O programa também inclui seminário técnico; divulgação do perfil da empresa entre os países participantes; inclusão do perfil da empresa no catálogo da rodada de negócio; organização da agenda de reuniões; entradas para a feira válidas para todos os dias para participantes das rodadas AL-Invest, além de assessoria e atenção permanente por parte de equipe qualificada.

As inscrições são gratuitas. Há pacotes de viagens opcionais para expositores e visitantes. Os custos da viagem são a cargo da própria empresa. Informações e inscrições no Centro Internacional de Negócios - (21) 2563-4634 e 2563-4293 / [email protected]

Produto orgânico já aquece o lucro de pequenos - Sebrae enxerga na atividade opção de negócio lucrativo ao setor; mercado cresce de 30% a 50% por ano e é consenso que existe espaço para mais.

Os produtos orgânicos - produção agrícola que não usa agroquímicos ou hormônios - embalados pelas questões de saúde e da preservação ambiental, estão em expansão em todo o mundo. Na Europa o setor movimenta cerca de US$ 8 bilhões anuais, com uma taxa de crescimento de 10% ao ano. Na Alemanha, cerca de 70% do mercado de comida para bebê é orgânico. Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, 42% dos supermercados já têm algum item orgânico nas suas prateleiras.

Se o mundo inteiro pegou o 'bonde do orgânico', no Brasil essa produção aumenta de 30% a 50% por ano, o que ainda é considerado por especialistas um crescimento pequeno relativamente à demanda. É consenso, portanto, que existe espaço para ir mais longe e quem está aproveitando essa 'onda' são os pequenos produtores, responsáveis por cerca de 70% da produção nacional.

Para o pequeno produtor, que não tem condições de produzir em grande escala ou comprar agroquímicos, o orgânico é uma opção real de negócio. O Sebrae/RJ desenvolve, dentro do macroprograma de agronegócios, ações específicas voltadas para os produtos orgânicos. O trabalho prevê apoio a grupos de produtores rurais organizados (cooperativas, associações, grupos), com foco na elaboração de projetos e busca de parcerias para complementar outras demandas, como infra-estrutura, crédito e outros.

A produção de orgânicos é certamente uma oportunidade para o pequeno produtor. Nunca se falou tanto em produção natural; ela agrega valor a mercadoria. “O Sebrae não está direcionado ao manejo da terra - para isso contamos com entidades parceiras - mas sim para a comercialização dos produtos, nos vários canais de diálogo com o mercado”, informa Sergio Malta, diretor-superintendente do Sebrae/RJ.

O mercado - De acordo com o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) a demanda por orgânicos no Brasil é cerca de 35% superior à oferta. Para se ter uma idéia do potencial do setor, dados da Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada (Cati) de Campinas (SP) mostram que, sozinha, só a cidade do interior paulista tem um potencial de consumo de US$ 5 milhões anuais de orgânicos.

As grandes redes de supermercados já sentiram o cheiro do bom negócio. A venda de alimentos orgânicos deverá chegar R$ 1,25 bilhão em 2007, um crescimento de 25% sobre 2006. "O setor está se organizando e trabalhando melhor com os orgânicos e o consumidor tem comprando mais, pois o preço em relação ao produto tradicional vem caindo", argumenta João Carlos de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Hoje, esses itens custam em média 30% a mais que os convencionais. No ano passado, a diferença chegava a 60%. | Por: Sebrae/RJ.