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Baía de Ilha Grande aposta na produção de moluscos


A produção de mexilhões, cocquilles saint jacques e ostras tem ganhado corpo na baía de Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. Antes, era apenas uma complementação de renda para pescadores artesanais. Mas, com a escassez de peixes, já começa a ser a principal atividade para as famílias de pescadores e ex-pescadores que vivem na região.

“Hoje, é mais rentável trabalhar a maricultura do que a pesca artesanal, que está cada vez mais difícil, necessitando saídas para mar aberto”, diz o presidente da Associação dos Maricultores da Baía da Ilha Grande (Ambig), Ronaldo de Souza Viana.

Segundo Ronaldo, a ausência de um manejo adequado para a pesca na região tem feito com que as pessoas que vivem da atividade se afastem cada vez mais da costa. “E quanto mais longe, maior o custo e maior o risco para os pescadores artesanais”, assinala.

Para o presidente da Ambig, além de estar sendo mais rentável, com dois salários mínimos por mês por família, tendo em vista a média anual de vendas da associação, a maricultura apresenta outra vantagem. É que os ex-pescadores agora convivem mais com suas famílias, que passaram a trabalhar nas fazendas marinhas onde são cultivados mexilhões, cocquilles e ostras.

Com 38 associados, entre eles o seu ‘Osmar das Ostras’, que mantém um restaurante flutuante nas proximidades da praia de Passa Terra, em Ilha Grande, a Ambig é uma das associações integradas ao projeto ‘Maricultura na Costa Verde’, que está inserido na metodologia Gestão Estratégica Orientada para Resultados (Geor) do Sebrae.

“A entrada desse projeto na Geor foi muito importante, porque a metodologia uniu forças aqui na região da Costa Verde, despertando o interesse do poder público pela atividade e distribuindo responsabilidades entre todas as instituições e entre os produtores de moluscos também”, avalia Ronaldo.

O viés da união em torno de objetivos comuns também é destacado pelo técnico responsável pelo projeto ‘Maricultura na Costa Verde’ na Secretaria de Pesca de Angra dos Reis, André Luiz de Araújo. “A união dos maricultores, das três prefeituras (Angra dos Reis, Mangaratiba e Paraty) e da iniciativa privada indica caminhos para o crescimento da atividade”, avalia.

André Luiz diz que o apoio e articulação do Sebrae no Rio de Janeiro foram fundamentais para consolidar o projeto. Além disso, destaca o técnico da Secretaria de Pesca de Angra dos Reis, o Sebrae tem levado produtores e gestores públicos para conhecer projetos que estão tendo êxito em outras regiões do País.

Uma das missões foi para Florianópolis (SC) e para a praia de Bombinhas, no litoral catarinense, locais onde a produção de mexilhões e ostras é referência para o restante do Brasil. “Vamos trazer a metodologia que eles usam lá para a região”, anuncia André Luiz.

Como desafios para a atividade, André Luiz coloca a questão da legalização das fazendas marinhas junto aos órgãos ambientais. “São muitas normas que, às vezes, diferem de um órgão para o outro. Diria que há um excesso de normas, uma burocracia que acaba tendo reflexos em outras áreas, como a de acesso ao crédito, por exemplo”, assinala.

Maricultor faz sucesso com bar flutuante - Osmar dos Santos cria mexilhões, cocquille saint jacques e ostras na Ilha Grande com apoio do Sebrae; moluscos viram tira-gostos servidos aos clientes em um bar flutuante na praia Passa Terra.

Quem anda nas proximidades da enseada da praia de Passa Terra, na Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ), logo nota a presença peculiar de um bar inovador, que flutua nas águas mansas da região. Construído em cima de uma balsa artesanal, o bar atraí lanchas cheias de turistas, todos ávidos por experimentar os pratos e tira-gostos à base de moluscos como mexilhões, cocquilles saint jacques e ostras. Tudo é preparado pelo autor da idéia e dono do restaurante flutuante, o ex-pescador e agora maricultor Osmar de Araújo dos Santos.

Aos 55 anos, seu Osmar, como é conhecido na Ilha Grande, decidiu construir o bar flutuante há dois anos. Ex-pescador, hoje ele se dedica à produção de mexilhões, ostras e cocquilles saint jacques, sendo um dos maricultores atendidos pelo projeto ‘Maricultura na Costa Verde’, que tem apoio do Sebrae no Rio de Janeiro, Governo Federal, prefeituras e empresas privadas da região. “Esse projeto tem dado um apoio bom e os cursos do Sebrae trouxeram um monte de idéias pra gente”, diz.

Foi a partir dos cursos de culinária e de boas práticas na manipulação de alimentos que as receitas do bar flutuante passaram a ser ainda mais apreciadas pelos turistas. O bar flutuante foi a forma encontrada pelo maricultor para comercializar os mexilhões, ostras e cocquilles saint jacques que produz em sua fazenda marinha em Ilha Grande em forma de pratos e tira-gostos.

Para o maricultor, o sucesso deve-se ao fato de que parte dos frutos do mar cultivados em sua fazenda marinha é levada ao bar flutuante. Assim, os clientes que chegam de lancha, escolhem o prato e ainda selecionam os mexilhões, ostras e cocquilles saint jacques. Os moluscos ficam armazenados em gaiolas dentro da água, todas presas por cordas à estrutura da balsa flutuante. “O pessoal gosta muito, porque sabe que é tudo fresquinho”.

Os pratos de maior sucesso, conta seu Osmar, são o cocquille ao alho e óleo, o cocquille na manteiga com ervas finas e a tradicional ostra com limão. “Esses três são os que o pessoal gosta mais e sempre pede. Mas tem também tira-gosto como o mexilhão, que também tem boa saída”.

Para a gestora estadual do projeto ‘Maricultura na Costa Verde’ pelo Sebrae no Rio de Janeiro, Lídia Regina Marins Espíndola, o sucesso do restaurante de seu Osmar é resultado do perfil empreendedor do maricultor. Sucesso que, aliás, já fez com que ele ficasse conhecido na região como ‘Osmar das Ostras’. “Foi uma sacada empreendedora e que está fazendo muito sucesso”, diz Lídia.

O projeto - O projeto ‘Maricultura na Costa Verde’ está sendo desenvolvido com maricultores dos municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba e Paraty. O atendimento é feito junto àqueles organizados em associações ou cooperativas. Desde 2005, o projeto integra o modelo Gestão Estratégica Orientada para Resultados (Geor), adotado pelo Sistema Sebrae desde 2003.

Pela Geor, os empresários beneficiados, no caso os maricultores, definem os resultados a serem alcançados. O modelo Geor também facilita a composição de parcerias com entidades de fomento, como secretarias vinculadas às prefeituras locais, governos estadual e federal e até empresas privadas que atuam na produção e comercialização desses produtos.

O projeto ‘Maricultura na Costa Verde’ envolve parcerias instituições com as prefeituras de Angra dos Reis, Mangaratiba e Paraty, Associação dos Maricultores de Paraty (Amapar), Associação dos Maricultores da Baía da Ilha Grande (Ambig) e Colônia Z-18 de pescadores de Paraty.

Também apóiam o projeto instituições como a como a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (Seap-PR), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), empresa Rio Maricultura, entre outras.

O objetivo é fortalecer e ampliar a cadeia produtiva da maricultura na região da Costa Verde, priorizando o cultivo de moluscos bivalves (mexilhões, ostras e cocquilles saint jacques). Todas as ações são feitas observando o caráter de uma produção sustentável do ponto de vista social, econômico e ambiental. | Associação dos Maricultores da Baía da Ilha Grande – (24) 9817-3400.

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