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Brasiliense inicia comemorações pelo Centenário de Caio Prado Junior

A Editora Brasiliense preparou uma série de atividades para celebrar o centenário de seu fundador, Caio Prado Junior, com destaque para o lançamento de uma biografia intelectual, para o Prêmio Literário Caio Prado Junior e para o documentário que a TV Cultura está produzindo. A abertura das comemorações será no dia 8 de fevereiro, em São Paulo.

O Centenário de Caio Prado Junior (1907–1990), considerado um dos maiores intelectuais brasileiros, será aberto oficialmente pela Editora Brasiliense no dia 8 de fevereiro no Centro Brasileiro Britânico. Uma série de atividades ao longo de 2007 marcará os cem anos do nascimento do fundador da Brasiliense e autor de Formação do Brasil Contemporâneo, lançamento de várias obras, concurso literário, seminários, exposição e documentário em televisão.

Danda Prado, presidente da Brasiliense, está à frente dos preparativos para o centenário de seu pai. “Ele foi um modelo para Brasil. Com essa iniciativa, queremos não só homenageá-lo e relembrar sua obra, mas também mostrar às novas gerações um pouco dessa figura que tanto estudou, produziu e fez pelo país. Estamos em contato com várias universidades interessadas em promover debates sobre a obra de Caio Prado”.

Caio Prado Junior foi um pensador completo e suas obras são clássicas na análise e interpretação do Brasil. Foi advogado, historiador, cientista social, filósofo, escritor, geógrafo, economista, político, editor, fotógrafo e turista. Escreveu Evolução Política do Brasil, Formação do Brasil Contemporâneo, História Econômica do Brasil, História e Desenvolvimento, História e Ideal, A Questão Agrária no Brasil, A Revolução Brasileira, O que é filosofia, O que é liberdade, A Cidade de São Paulo – Geografia e História, Dialética do Conhecimento, Notas Introdutórias à Lógica Dialética, Esboço dos Fundamentos da Teoria Econômica, entre tantas outras obras e artigos.

Outras atividades - A Brasiliense lançará, ainda no primeiro semestre de 2007, uma biografia intelectual de Caio Prado Junior escrita pelo historiador Paulo Iumatti a partir de sua tese de doutoramento.

O Seminário Caio Prado Junior e o novo Brasil, programado para abril, reunirá intelectuais para resgatar, rever e analisar as idéias do intelectual e confrontá-las com a realidade atual do país.

Cartas, anotações pessoais, fotos, livros autografados, objetos pessoais, filmes, pinturas e as primeiras edições de seus livros integrarão a exposição Caio Prado Junior e a Formação do Brasil, com curadoria do arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Carlos Zibel Costa. A exposição está prevista para maio.

O Prêmio Literário Caio Prado Junior será lançado ainda neste semestre e terá duas categorias, texto e projeto gráfico. O resultado será um livro que a Brasiliense publicará em novembro com a coletânea dos melhores artigos sobre o tema do concurso, Brasil Contemporâneo, e usando o melhor projeto gráfico escolhido.

No segundo semestre, será exibido um documentário sobre a vida e obra do intelectual que está sendo produzido pela TV Cultura.

Biografia resumida - Caio Prado Junior nasceu em São Paulo no dia 11 de fevereiro de 1907 numa das mais ricas e influentes famílias da Cidade. O pai foi Caio da Silva Prado; a mãe, Antonietta Penteado da Silva Prado (da Vila Antonieta, hoje sede da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP); o avô paterno, Martinho Prado Junior; e os tios-avô Antonio Prado e Eduardo Prado.

Teve uma formação elitista. Os estudos primários foram feitos em casa e os secundários no Colégio São Luis. Estudou em Londres. Viajou o mundo. Fez faculdade de Direito no Largo São Francisco, da USP. Cursou também Filosofia, na Usp, mas não concluiu.

Aos 15 anos, em 1922, participou de todos os eventos da Semana de Arte Moderna no Theatro Municipal de São Paulo. Aos 24, ao voltar de uma viagem ao Oriente Médio, resolveu conhecer o Brasil e percebeu que até então pouco sabia de seu país. “Eu era na realidade um burguês rico, de educação e visão européia, acostumado ao conforto material. Ignorava até então a nossa realidade”, declarou na época.

Em 1928, último ano do curso de Direito, inscreveu-se no Partido Democrático. A primeira de uma série de prisões foi em 1929. Em 1931, mudou para o Partido Comunista do Brasil e começou a estudar Marx e Engels. Nessa época decidiu conhecer a então União Soviética e na volta da viagem escreveu URSS, um novo mundo.

Em 1935 já participava ativamente da Associação dos Geógrafos Brasileiros e era vice-presidente da Aliança Nacional Libertadora. Este ano também foi marcante porque representou o início de sua mais longa prisão, que só teve fim em 1937.

Entre 37 e 39, exilou-se em Paris e atuou nas manifestações de solidariedade aos refugiados da Guerra Civil Espanhola, estudou na Sorbonne, participou de congressos e viveu intensamente a vida intelectual e universitária européia deste período.

Uma de suas principais obras, Formação do Brasil Contemporâneo foi lançada em 1942 pela Editora Martins. No ano seguinte, Caio Prado Junior fundou a Editora Brasiliense, com as primeiras publicações voltadas para obras de médicos, sanitaristas e especialistas das mais diversas áreas científicas. Em 1947, elegeu-se deputado estadual por São Paulo, mas o mandato foi cassado devido ao cancelamento do registro do Partido Comunista do Brasil. Lançou a Revista Brasiliense, que fez história e gerou polêmica até sua extinção em 1964.

Participou do terceiro aniversário da Revolução, em Cuba, em 62. Foi agraciado com o Prêmio Juca Pato em 1966 como o intelectual do ano. Em 1970 fugiu do Brasil por Iguassu e obteve asilo no Chile, onde já estavam Plínio de Arruda Sampaio, Almino Alfonso, Marcio Moreira Alves entre outros. Voltou ao Brasil ainda em 70 para seu julgamento e foi condenado pelo Tribunal Militar. No ano seguinte foi absolvido pelo Supremo Tribunal por unanimidade. E seguiu escrevendo livros, artigos, resenhas; descobrindo e lançando novos escritores; publicando obras que até hoje são referências culturais e políticas até sua morte, em 23 de novembro de 1990.

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