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17/07/2008 - 10:50

'Limites entre segurança e liberdade são tênues', diz Judith Miller

Jornalista vencedora do Pulitzer, que ganhou notoriedade ao passar 85 dias na cadeia nos EUA por se negar a revelar a identidade de uma fonte, participou no dia 15 de julho (terça-feira), do IV Congresso Brasileiro de Publicidade, em São Paulo.

O cerceamento à liberdade de comunicação está sob ameaça nos últimos anos em todo o mundo, afirmou nesta terça-feira (15) em São Paulo a jornalista norte-americana Judith Miller, que ganhou notoriedade após passar 85 dias presa por se negar a revelar a identidade de uma fonte em uma reportagem publicado no jornal "The New York Times".

Ela fez uma palestra durante o IV Congresso Brasileiro de Publicidade, na qual disse que mais do que uma sensação de mal-estar da modernidade, esse é um fato real. "A liberdade global dos profissionais em comunicação vem entrando em declínio em um processo contínuo", declarou Miller, repórter que já tem em seu currículo um prêmio Pulitzer, o mais importante do jornalismo mundial.

O agravante nesse cenário, segundo Miller, é que as restrições impostas à imprensa implicam diretamente em restrições a outros setores da sociedade democrática. "A maioria dos países do mundo impõe severas restrições à atuação dos jornalistas. Nos últimos sete anos houve um aumento de dez vezes no número de jornalistas intimados a depor em processos judiciais, mostrando a fragilidade das relações entre imprensa e governo", afirmou.

A situação não é diferente aqui na América Latina. "É o caso de Cuba e da Venezuela", disse Judith, que aproveitou para elogiar a atuação brasileira. "Nesse cenário, gostaria de parabenizar o Brasil por ter suspendido recentemente 20 artigos da lei de imprensa editados na época da ditadura."

Efeito 11 de setembro - A jornalista acredita que os ataques terroristas de 11 de setembro, em Nova York, e a morte de cinco americanos contaminados por antraz, foram molas impulsionadoras desse retrocesso nas estruturas democráticas, que colocaram em xeque a liberdade de imprensa. "O fato é que nossas vidas mudaram drasticamente após 11 de setembro de 2001. Passamos a ser monitorados 24 horas por dia." Para ela, a questão passou a ser preocupante a partir do momento em que essas ações começaram a reprimir a liberdade civil. "Hoje, podemos afirmar categoricamente que temos menos liberdade e menos segurança", disse.

Segundo Miller, organizações de defesa da liberdade de expressão averiguaram que em 63% dos países existe um cerceamento parcial ou total da liberdade de imprensa. "Os piores casos ocorrem na Rússia, na Ásia e na África subsaariana", disse. "O nível de liberdade de imprensa no mundo caiu pelo 6º ano seguido."

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