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18/07/2008 - 08:29

PCH Santa Laura ganha Prêmio Fritz Müller


Empreendimento localizado no Oeste do Estado, pertencente ao Grupo Engevix, é premiado por utilizar técnicas naturais em áreas degradadas pelas lavouras. O troféu é o mais importante prêmio ambiental de Santa Catarina.

As técnicas alternativas aplicadas na recuperação de áreas degradadas na região da Pequena Central Hidrelétrica Santa Laura renderam o segundo prêmio Fritz Müller consecutivo ao empreendimento. A PCH, localizada no rio Chapecozinho, entre Ouro Verde e Faxinal dos Guedes, é conhecida como modelo de preservação ambiental. O empreendimento pertence ao Grupo Engevix e tem potência instalada de 15 MW. Começou a operar em outubro de 2007 e representou investimentos de R$ 52 milhões.

O trabalho de recuperação foi implementado com dois focos: recuperar regiões degradadas por lavouras e pastagens, consolidando uma Área de Preservação Permanente de 152 hectares – o equivalente a uma faixa de 100 metros – no entorno do reservatório, além das áreas do canteiro de obras. O princípio utilizado foi o da nucleação, que é a capacidade de uma espécie de melhorar a qualidade do ambiente, aumentando a chance de outras espécies se desenvolverem.

Parceria benéfica - Uma das técnicas a dos poleiros artificiais. Como a área era utilizada por pastagens e lavouras, não havia árvores ou galhos para a utilização de aves e morcegos. Com o objetivo de atrair para a área a fauna local, os galhos das árvores retiradas da limpeza do reservatório foram instalados para serem usados como poleiros. “É uma parceria benéfica: mais de 90 espécies de aves contribuem com a restauração das margens do reservatório porque atuam como disseminadores naturais de sementes”, explica Filipe Koefender, engenheiro sanitarista e ambiental. Hoje, os poleiros beneficiam espécies como asa-branca, pica-pau-do-campo e canário-da-terra, porque podem ser freqüentados na busca por abrigos, alimento e na atividade reprodutiva. aH HHá aproximadamente um ano da aplicação da técnica, já se observa o aumento da regeneração de algumas espécies florísticas, além da presença de sementes no solo que foram carregadas pelos pássaros.

Abrigo para animais - Outra ferramenta é o uso da galharia fina das árvores retiradas na limpeza do reservatório. Disposta em montes, ela cria nichos para a fauna terrestre se abrigar até que a vegetação seja recuperada. Várias espécies de roedores utilizam os locais para fazer reserva de alimento, em geral sementes que também acabam germinando. Junto aos galhos, são transportados também raízes e alguns caules com capacidade de rebrota. Com o passar do tempo, esse material se decompõe e fertiliza o solo. “Já é visível o aumento da quantidade de pequenos animais nas áreas que receberam essa técnica”, revela a bióloga Simone Pugues.

Plantando o futuro - Além disso, já foram plantadas na região, desde setembro de 2006, 40 mil mudas de cerca de 30 espécies da flora nativa, como bracatinga, jabuticaba, guajuvira e cedro. Até o final do ano, mais 40 mil mudas devem ser plantadas. Algumas foram coletadas na área do reservatório e, em parceria com um viveiro de Faxinal dos Guedes, outras são produzidas a partir de sementes coletadas na região. “Elas garantem a manutenção das características genéticas encontradas no ambiente local”, destaca Marcos Krieger, engenheiro agrônomo. O replantio de araucárias também recebeu atenção especial – até agora, foram plantadas mais de 5 mil mudas. Além disso, foi feito o plantio direto de pinhão.

Outro foco foi a restauração da área do canteiro de obras. O local de implantação da PCH abrange 47 hectares. Destes, 15 foram ocupados com estruturas permanentes. O restante, 32 hectares, está sendo recuperado. Antes da ocupação do terreno, a parte superior do solo, mais orgânica, foi retirada e armazenada. Quando as estruturas provisórias foram retiradas, o solo foi novamente espalhado e corrigido com adubo para receber outras técnicas de recuperação.

Trabalho constante - As ações ambientais serão realizadas por toda a vida útil da PCH e o monitoramento será constante. A previsão é de que a região esteja totalmente recuperada num período mínimo de quatro anos, dependendo das características de cada área e das técnicas de restauração aplicadas. Outra boa notícia é a presença de espécies como a perereca Hyalinobatrachium uranoscopum, que habita exclusivamente ambientes florestados, na área recuperada. “A manutenção de populações desses anfíbios na região após a implantação do empreendimento é um importante indicador de que as ações ambientais implementadas na PCH foram bem-sucedidas”, comemora Krieger.

Geração responsável - A PCH faz parte de um novo modelo de geração energética. Ela integra um grupo de empreendimentos que estão em expansão no País por causarem impactos menores ao meio ambiente em comparação com as grandes usinas, devido à relação entre potência gerada e área alagada. A Santa Laura ganhou o prêmio na categoria Recuperação de áreas degradadas. Na edição do ano passado, a PCH recebeu o Troféu Fritz Müller na categoria Energia Limpa.

O prêmio – O Troféu Fritz Müller é o mais importante prêmio ambiental de Santa Catarina um dos mais respeitados na área em todo o Brasil. O prêmio, que leva o nome do naturalista alemão falecido em Blumenau em 1887 e que colaborou com Charles Darwin na teoria da evolução das espécies, foi criado em 1982 pela Fatma (Fundação do Meio Ambiente de SC). O objetivo é estimular o processo de desenvolvimento sustentável em Santa Catarina, incentivando empresas, instituições de pesquisa, ONGs, escolas, prefeituras e pesquisadores a atuarem pela preservação do meio ambiente. O evento de entrega do Troféu acontece no dia 1º de setembro.

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