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24/07/2008 - 12:13

Dr. Morris e a banda Os Vivos fazem temporada de shows no Ópera Buffa


Eles receberão convidados, como Axial, Chuck Hipolitho, do Forgotten Boys, e DJ Tudo, todas as quintas de agosto e aproveitam para antecipar o primeiro CD, '5'.

O músico Dr. Morris e sua banda Os Vivos fazem temporada de shows todas as quintas-feiras de agosto no Teatro Ópera Buffa, com a participação de convidados especiais. Com Morris à frente na voz e no violão, Os Vivos é formado por Yvo Ursini (guitarra), Camila Lordy (teclado), Henrique Alves (baixo) e Pedro Ito (bateria) Fazendo uma ponte entre MPB, pop rock e outras referências, os anfitriões recebem, no dia 7, a banda Axial, adepta a mesclagens sonoras, unindo eletrônica, eletroacústica, étnica e literatura. No dia 14, é a vez da Urbanda, antigo grupo do Dr. Morris, se juntar ao projeto, dando à noite um clima mais acústico. O guitarrista Chuck Hipolitho, da banda de rock Forgotten Boys, faz participação no show do dia 21. No dia 28, Morris e cia. dividem o palco com DJ Tudo, alter ego do músico Alfredo Bello.

"A idéia dessas apresentações é que os convidados toquem uma música nossa com a gente e nós interpretemos uma música deles com eles. Vamos entrar no universo deles e eles, no nosso", adianta o anfitrião. O músico aproveita a série de shows para antecipar canções de seu CD '5', o primeiro com a banda Os Vivos, que deve ser lançado em outubro. Nesse trabalho autoral, que também conta com algumas parcerias, ele dá vazão às suas referências musicais, captadas ao longo dos anos. Nesse caldeirão, cabe de tudo um pouco: rock, pop, MPB, samba e world music.

O 'doutor' do nome Dr. Morris não veio com nenhum diploma de medicina. Foi um jeito carinhoso que Ângelo Madureira, bailarino do Balé Popular do Recife radicado em São Paulo, inventou para chamar o amigo. "Ô Doutor!" Já o Morris foi nome de batismo dado pelos pais e que soa meio inglês. Não que a linhagem inglesa faça parte da árvore genealógica do músico. Na verdade, ela é muito mais complexa que isso. Seus antepassados eram portugueses judeus que foram parar no sul da Itália. Daí seu sobrenome italiano Picciotto. É filho de pai sírio e mãe libanesa, que saíram do Oriente Médio para tentar a vida em São Paulo, Brasil.

Tudo conspirava para que Morris herdasse os negócios do pai, comerciante, mas, por essas peças que o destino prega, ele acabou se encontrando na música. E olha que, em sua casa, música era coisa rara. Mas quando os pais ouviam alguma coisa, eram sempre canções francesas e árabes. Nos anos 80, o pai comprou um Opala e, na mesma época, apareceu uma fita cassete do 'Expresso 2222', de Gilberto Gil, lá na casa deles. Como o pai ia para o trabalho a pé, deixava o carro na garagem. E Morris e o irmão faziam a festa: passavam a tarde inteira ouvindo aquela fitinha dentro do carro. "Esse disco é uma referência muito forte para mim", conta o também cantor e compositor.

Depois, veio a descoberta de 'Sentinela', álbum de Milton Nascimento, também numa fita cassete. A Gil e Milton, se juntaram, mais tarde, The Clash, Rolling Stones, Bob Marley, Chopin, Mozart, Bach, João Gilberto e o que mais pudesse caber nessa salada de referências. Todas essas experiências foram construindo seu repertório musical, mas Morris não se considerava músico. Tentou trabalhar em outras coisas, mas, de repente, bateu uma vontade de sentar num baquinho e tocar violão igual a Gil. Estudou violão e canto, foi vizinho de Ná Ozzetti e Benjamin Talbkin, tocou na noite.

Como a mulher é atriz de teatro, ele andava para cima e para baixo com o pessoal do meio e logo começou a fazer trilhas para peças. Num primeiro momento, montava trilhas a partir de músicas de outros compositores, usando sua experiência de DJ, para depois começar a compor as trilhas. "Fazer trilhas para teatro foi uma escola. Isso veio antes da carreira de músico de palco, de CD", conta Dr. Morris. Suas composições podem ser ouvidas em peças como 'Noites Brancas' e 'A Serpente' - esta estrelada pelas irmãs-atrizes Débora e Cynthia Falabella.

Foi também produtor da Orquestra Popular de Câmara e criou o projeto 'Um Sopro de Brasil', com Myriam Taubkin. Todas as vivências serviram para ele se aproximar do que realmente queria, que era - e é - fazer música. Essa proximidade maior se deu com a formação da Urbanda, coletivo acústico que perdurou por cinco anos. A banda acabou, mas essa passagem da carreira funcionou como uma espécie de laboratório para seu lado compositor se exercitar. "A gente compunha muito."

Agora, com sua nova banda Os Vivos, Dr. Morris quer fazer o trabalho inverso da maioria dos músicos. Ao invés de lançar CD e só depois marcar shows, ele vai se jogar na estrada ao mesmo tempo que está em estúdio. "Por isso, a sonoridade vai ser muito de banda, com bateria, teclado, guitarra, baixo, violão e voz. São minhas músicas, com uma leitura de banda. O CD vai acompanhar essa trajetória, será algo bem parecido com o que é meu show."

Dr. Morris e Os Vivos - Dias 7, 14, 21 e 28/08, às 21h. Teatro Ópera Buffa. Praça Franklin Roosevelt, 82 - Consolação. Telefone (11) 3237-1980. R$ 20 (R$ 10 estudante e lista de desconto). Capacidade: 50 lugares.

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