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24/07/2008 - 12:25

AEB projeta exportações de US$ 196,7 bi e saldo comercial de US$ 23,1 bi neste ano

Rio de Janeiro - Números divulgados no dia 23 de julho (quarta-feira), pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) sinalizam que o superávit da balança comercial brasileira este ano ficará em torno de US$ 23,150 bilhões. Embora represente uma queda de 42,2% em comparação ao saldo registrado no ano passado (US$ 40,039 bilhões), o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, avaliou, em entrevista à Agência Brasil, que a queda não é maior porque as exportações cresceram muito, em razão das elevadas cotações das commodities (produtos básicos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional).

Mesmo com essa retração expressiva, ele afirmou que se trata de um “bom superávit”, porque as importações estão crescendo quase 44%. Castro disse que o peso dos produtos básicos na pauta de exportações brasileira tende a crescer este ano. Segundo ele, os produtos básicos devem, certamente, bater recorde desde 1980.

"Os produtos manufaturados também vão bater recorde de exportação, mas negativo. Pela primeira vez, deve ficar abaixo de 50% a participação [na pauta de exportação], por conta de preço. O câmbio não ajuda a exportação de manufaturados, enquanto nos produtos básicos é o preço das commodities que faz com que eles estejam em um patamar bastante elevado", analisou Castro.

A AEB está preocupada com a balança de 2009 porque as commodities, de forma geral, estão perdendo o fôlego. “E não sabemos qual será o fôlego que elas terão em 2009. Se houver uma queda de preço, nós podemos claramente ter déficit comercial em 2009. Com o câmbio dando a entender que vai se manter no atual patamar no próximo ano, as importações devem continuar a crescer. Talvez não no percentual que está sendo este ano. Mas qualquer percentual menor, acompanhado de uma queda nas exportações, transforma-se em déficit comercial", comentou o vice-presidente da entidade.

O estudo divulgado pela AEB projeta para as exportações brasileiras uma expansão de 22,5% este ano, totalizando US$ 196,760 bilhões. “É um aumento surpreendente, porque é sobre uma base muita alta”, definiu Castro. No ano passado, lembrou ele, as exportações já atingiram um valor muito alto, de US$ 160,649 bilhões.

Considerando que as exportações mundiais devem crescer em 2008 em torno de 14% a 15%, isso significa que o Brasil está crescendo acima do comércio mundial. A projeção da AEB para as exportações brasileiras já superou a meta estabelecida para o ano pelo ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que era de US$ 190 bilhões.

O vice-presidente da AEB estimou que uma vez concretizada a previsão de exportações para 2008, o Brasil poderá alcançar este ano 1,25% de participação no comércio mundial, que é o percentual fixado como meta pelo governo para 2010. Castro sublinhou, entretanto, que essa meta está sendo alcançada em função de elevação de preço. “E eu imagino que o governo gostaria que ela fosse alcançada em função de aumento de quantidade”.

Os três principais produtos exportados pelo Brasil em termos de valor - minério de ferro, petróleo em bruto e soja em grão - integram a lista de produtos básicos e são os únicos que ultrapassam os US$ 10 bilhões cada. O produto manufaturado mais bem colocado são aviões, com US$ 5,4 bilhões.

A AEB aponta que a valorização do real compromete a rentabilidade e a competitividade dos produtos manufaturados, significando perda de mercado externo. Diz ainda que a defasagem cambial deve registrar a saída de cerca de 300 empresas do comércio exterior, especialmente de micro, pequeno e médio portes. | Por: Alana Gandra/ABr

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