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26/07/2008 - 10:31

Indústria financeira de mercados emergentes se destaca em meio à crise americana, diz novo estudo do BCG

Segundo a consultoria, no primeiro trimestre de 2008 a crise no setor imobiliário dos EUA intimidou o desempenho dos emergentes, mas Brasil se destacou.

Historicamente, a indústria financeira mundial é atrativa do ponto de vista de geração de valor para o acionista. Nos últimos dez anos, a geração de valor foi de 9,9% e, nos últimos cinco, de 20,6% – índices alinhados às médias mundiais de todas as indústrias. A crise no setor imobiliário dos Estados Unidos (ou crise das subprimes), que teve início no fim de 2006, provocou um impacto significativo na indústria bancária em 2007. O valor de mercado desse setor cresceu somente 2,4%, alcançando US$ 8,3 trilhões, após crescimento de 31,6% em 2006. A geração de valor ao acionista, medida pelo TSR (total shareholder return) da indústria mundial caiu de 26,1%, em 2006, para 1,7% em 2007.

Os dados constam do relatório Creating Value in Banking 2008: Managing Shareholder Value in Turbulent Times, do The Boston Consulting Group (BCG), consultoria global líder em estratégia e gestão empresarial. O mais recente estudo do BCG também aponta que o desempenho de bancos não pertencentes aos dez maiores mercados desenvolvidos alcançou um retorno total ao acionista de 27%. A média de retorno total ao acionista nos países do grupo conhecido como Bric – Brasil, Rússia, Índia e China – foi de impressionantes 50%.

Diferenças entre os mercados desenvolvidos e os emergentes - Uma diferença de desempenho considerável separa os dez maiores mercados desenvolvidos do resto do mundo. O retorno total ao acionista dos bancos em mercados consolidados apresentou um declínio médio de 13%, enquanto os emergentes apresentaram um aumento médio de 27%. "O crescimento da atividade bancária em países do Bric tem sido surpreendente", diz Sunil Kappagoda, sócio sênior do The Boston Consulting Group em Nova York. "Seus desempenhos foram favorecidos pelo forte crescimento econômico e pela consolidação da classe média”, conclui.

O ranking de 2007, portanto, tem um novo desenho: três dos quatro bancos que mais geraram valor ao acionista são chineses. Em comparação, os três maiores bancos dos Estados Unidos, que tinham dominado o ranking em anos anteriores, perderam terreno.

No primeiro trimestre de 2008, a crise no setor imobiliário dos Estados Unidos derrubou o desempenho dos Brics. O Brasil, porém, registrou os melhores resultados: a queda na geração de valor ao acionista na indústria bancária brasileira foi de 11,1%, a menor entre os Brics no período. Nos últimos cinco anos, o valor de mercado da indústria bancária brasileira vem crescendo 51,3% ao ano, em reais, e 73,3% ao ano, em dólares, três vezes mais que o crescimento registrado pela indústria bancária mundial. Para os quatro maiores bancos brasileiros, a valoração do múltiplo P/L (preço/lucro) foi o principal driver do TSR nos últimos cinco anos, diferentemente da indústria financeira mundial, que gerou valor pelo crescimento do patrimônio líquido.

A importância da métrica TSR para estratégias corporativas - Desde 2000, o relatório Creating Value in Banking do BCG analisa a geração de valor dos bancos para seus acionistas. Nesta edição, quase 600 instituições financeiras, de diferentes regiões e segmentos, foram estudadas. Nesse grupo, estão 475 bancos múltiplos, 61 bancos de investimentos, 31 asset managers, 18 empresas de crédito ao consumidor e 8 empresas de financiamento de hipotecas.

Para o BCG, a geração de valor ao acionista deve ser medida pela métrica TSR (sigla em inglês para total shareholder return, ou retorno total ao acionista), que complementa outras importantes medidas de desempenho. A performance do TSR das empresas é alcançada por meio de três principais drivers financeiros: crescimento do lucro (crescimento de receita, margem e custo), expectativas dos investidores (confiança na administração, consistência de performance e acerto de previsões, mudanças no portfólio, foco em investidores adequados, políticas financeiras, expectativas de crescimento, valor da marca, perfil de riscos, etc.) e fluxo de caixa livre do acionista (gerenciamento de capital, dividendos, recompra de ações e dívida).

Segundo o relatório, em um mercado cada dia mais turbulento e competitivo, os bancos devem colocar o TSR no centro de suas estratégias corporativas. "Os bancos podem ter um maior controle sobre o futuro, focando em um plano eficaz para o TSR", diz Sunil Kappagoda. "Essa abordagem difere quanto à maneira que muitos bancos desenvolvem suas estratégias de longo prazo. O TSR tem sido visto tradicionalmente como um resultado e não como uma porta de entrada para a estratégia empresarial", conclui.

Perfil: The Boston Consulting Group (BCG) - Desde sua fundação, em 1963, o The Boston Consulting Group (BCG) tem se concentrado em auxiliar os clientes a obter vantagens competitivas. A empresa acredita que as melhores práticas ou benchmarks raramente são suficientes para criar valor permanente, e que uma mudança positiva requer novos insights sobre economia, mercados e dinâmica organizacional. O BCG considera que cada projeto apresenta um conjunto único de oportunidades e limitações, para o qual não há solução padronizada. O grupo tem 66 escritórios em 38 países e atua com clientes de todos os setores e mercados. | Site www.bcg.com.

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