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26/07/2008 - 10:50

Estudo relaciona deficiência de minerais com doença genética

Trabalho desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP revela que portadoras da Síndrome de Turner apresentam deficiência de zinco e selênio.

A Síndrome de Turner é uma anomalia genética que ocorre em indivíduos do sexo feminino e pode ser definida como uma combinação de alterações das características físicas (baixa estatura) e a ausência completa ou parcial de um dos cromossomos sexuais (45,X).

Foram analisadas concentrações de zinco no plasma, nas células vermelhas (eritrócitos) e na urina desta população. Os primeiros resultados mostram a deficiência de zinco em 22,2% das crianças, 68,4% das adolescentes e 14,3% das adultas, quando avaliada a concentração desse mineral no plasma. Nas células vermelhas, foi verificada deficiência de zinco em 66,7% das crianças; 57,9% das adolescentes e 28,6% das adultas. Já na urina, 55% das pacientes analisadas, nas três fases de desenvolvimento, estavam eliminando baixas concentrações do mineral.

O estudo demonstrou também que um elevado percentual das pacientes apresentou deficiência em selênio quando avaliadas as concentrações no plasma, nas células vermelhas, na urina e nas unhas.

O zinco e o selênio exercem funções importantes na diferenciação celular, no metabolismo dos nutrientes, na participação do sistema de defesa antioxidante, no sistema imunológico e no metabolismo dos hormônios tireoideanos.

Algumas doenças crônicas não-transmissíveis também são associadas à Síndrome de Turner, como diabetes, doenças tireoideanas, resistência à insulina, alterações do sistema cardiovascular e osteoporose.

Segundo a pesquisadora Liliane Viana Pires, na Síndrome de Turner existe maior prevalência para o aparecimento dessas doenças, principalmente na fase adulta. “Muitos desses fatores estão relacionados ao desequilíbrio hormonal presente nessa população. Esses mecanismos ainda não estão esclarecidos, provavelmente o aparecimento dessas doenças esteja ligado à perda cromossômica (45, X), que caracteriza essa síndrome”, explica.

“Estudos têm demonstrado que nessas doenças crônicas não-transmissíveis ocorre uma deficiência desses minerais. Eles são essenciais nos mecanismos de regulação homeostática e, quando deficientes, comprometem o bom desenvolvimento metabólico do organismo, uma vez que esses minerais atuam na regulação de muitas enzimas importantes nesses processos”, conclui Liliane.

Ainda segundo a pesquisadora, o objetivo do estudo foi avaliar o estado nutricional dessa população em relação aos minerais (zinco e selênio). Os resultados obtidos com esse estudo poderão auxiliar no tratamento das alterações metabólicas, na promoção e recuperação da saúde.

O estudo Estado Nutricional Relativo ao Zinco e ao Selênio de Pacientes com Síndrome de Turner em Diferentes Fases de Desenvolvimento é tese de mestrado de Liliane Viana Pires e tem como orientadora a professora Silvia M. F. Cozzolino, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

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