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Logística: o desafio da inclusão digital das pequenas empresas

Mais do que o investimento em recursos de informatização, ampliar a abrangência da cadeia de suprimentos exige primeiro a definição de uma estratégia eficiente.

A maior parte das empresas conduz suas estratégias de atuação no mercado a partir de uma missão. Cumpri-la envolve a implementação de atividades diversas, todas vinculadas à agregação de valor aos acionistas, colaboradores e mercado. Estas atividades integram uma estrutura cuidadosamente planejada, na qual se levam em conta a cultura da empresa, recursos humanos, o ambiente de negócios, a concorrência e os processos internos.

Neste último quesito está inserida a logística de distribuição. Muito além de apenas fazer com que os produtos e serviços cheguem ao seu destino final, a logística eficiente precisa gerar toda sorte de informações preponderantes para a gestão da empresa. Seus processos, quando bem executados, permitem saber exatamente tudo aquilo que as mais distintas partes, dentro e fora da organização, precisam saber para afinar melhor os instrumentos que conduzem as estratégias de mercado. Em um mundo competitivo e globalizado é fundamental que todos os esforços sejam despendidos para atualizar o conceito básico de “ter o produto certo no lugar certo” para o abrangente “planejar, possuir a quantidade certa, entregar o item correto, no lugar correto e ao menor custo”.

Também a busca das empresas por processos integrados de reciclagem final dos produtos vem-se tornando prática agregada à logística para atender aos novos requisitos demandados pela nova ordem das empresas ambientalmente responsáveis. Inúmeros setores econômicos se desenvolvem continuamente para dar apoio à viabilização do cumprimento destas funções: embalagens; infra-estrutura física, de armazenagem, de transporte; equipamentos de movimentação; as vias de transporte. Também se investe em novas tecnologias e sistemas de informação apoiados em softwares, meios de comunicação, recursos para automatizar a captura e acompanhamento de dados etc.

Apesar desse desenvolvimento, o que se vê no mercado, em grande parte, ainda é uma logística praticada de forma parcial: de um lado existe a empresa que entrega e, do outro, aquela que recebe. Esse talvez seja o grande desafio a ser vencido quando pensamos em ampliar a visão de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Isso porque a expansão e modernização desse conceito depende inevitavelmente de recursos e investimentos em informatização, com vistas à melhoria na gestão dos processos, que certamente não estão disponíveis para as micro e pequenas empresas.

São inegáveis os danos da exclusão digital à competitividade das empresas brasileiras, ao processo de inovação tecnológica, no custo de produção, nas práticas do comércio eletrônico, na pauta de exportação e no acesso às informações governamentais. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) essa situação prejudica de forma significativa parcela dos cerca de cinco milhões de MPEs existentes no País. Com base nisso, a Secretaria de Tecnologia Industrial do MDIC estruturou um amplo programa de inclusão digital para MPEs. Uma das estratégias adotadas é a implantação de Telecentros de Informação e Negócios, que visam, basicamente, à alfabetização digital desses empresários.

De acordo com levantamento realizado em 2003, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), com base em dados de 1.163 MPEs paulistas, cerca de 47% delas possuem microcomputador e 54% têm acesso à internet. Em geral, essas empresas possuem apenas um computador, de configuração básica, que é utilizado muito mais para acesso a serviços, comunicação via e-mail, pesquisas e site para divulgação da empresa. Do total de entrevistados, 44% afirmaram não comprar novos equipamentos devido aos “elevados investimentos exigidos”.

Assinado em outubro do ano passado, com orçamento superior a R$ 18 milhões, o Programa de Informatização da Pequena Empresa do Sebrae Nacional (Proinpe) abrange projetos de informatização das MPEs, a partir de incentivos para aquisição de software de gestão e serviços de informática, além da capacitação para uso dos recursos de Tecnologia da Informação.

Seja como for, e ainda que sejam fundamentais tais projetos, vale ressaltar que, em grande parte, o que os empreendedores gostariam primeiramente seria poder contar com a indicação de um caminho certo e de retorno seguro para passar a investir em tecnologia, um suporte para reduzir ao máximo as variáveis de risco de um capital já reduzido. O caminho mais adequado a seguir seria a adoção de padrões e boas práticas, com base em experiências bem sucedidas. No entanto, é preciso considerar que os padrões globais para gerenciamento da cadeia de suprimentos, que já existem, nem sempre podem ser entendidos e adequados às necessidades específicas das MPEs brasileiras.

A solução, então, está no conhecimento adquirido na prática, na busca e encontro de soluções por meio da ação, associada à cooperação e à troca de experiências, ao apoio mútuo entre as empresas. Este é o cerne dos programas da GS1 Brasil para gerenciamento da cadeia de suprimentos, que têm demonstrado serem capazes de fortalecem as empresas participantes, acelerando a execução e tendo o sucesso como resultado freqüente.

Atualizados com os processos globais, os padrões da GS1 Brasil para o gerenciamento da cadeia de suprimentos incluem o código de barras, EDI, catálogo de produtos (GDSN), e a etiqueta eletrônica (EPC/RFID). Os programas de disseminação desses conceitos são construídos sobre vasta experiência prática de implantação no mundo todo e, mais importante, são adequados a empresas de qualquer porte. Encontrado o caminho para modernizar conceitos de logística de distribuição, torna-se factível o sonho de todo micro e pequeno empresário de conduzir seus negócios dentro dos padrões adotados mundialmente, com isso atingindo novos horizontes em termos de mercado.

.Por: Roberto Matsubayashi é gerente de Soluções de Negócios da GS1 Brasil

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