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31/07/2008 - 11:39

Expansão da Rio Tinto abre espaço para pólo siderúrgico em Corumbá

O projeto de Corumbá (MS) estava na gaveta desde o início desta década.

Rio de Janeiro- A expansão da Rio Tinto no Brasil, projeto que envolve investimentos de 2,15 bilhões de dólares para produzir 12,8 milhões de toneladas de minério de ferro a partir de 2010, vai viabilizar a construção de um pólo siderúrgico em Corumbá (MS), informou o diretor financeiro e de recursos humanos da Rio Tinto Brasil, Aloísio Oliveira.

A logística era o maior desafio para a expansão da Rio Tinto no país, segundo Oliveira, mas a evolução do preço do minério e as boas perspectivas de demanda futura, puxada pela China, garantem a sustentabilidade do crescimento da empresa no Brasil, nesse e em outros projetos.

O projeto de Corumbá estava na gaveta desde o início desta década.

"Se o preço fosse o de cinco anos atrás não estaríamos aqui hoje", disse nesta quarta-feira Oliveira a jornalistas.

Na terça-feira, a empresa anunciou investimentos de 2,15 bilhões de dólares para expandir suas atividades em Mato Grosso do Sul.

Oliveira afirmou ainda que analisa áreas no Pará e na Bahia em busca de mais minério e bauxita, e que está aberto a todas as oportunidades que aparecerem.

A empresa, segunda maior mineradora do mundo e que busca se valorizar para evitar uma compra pela BHP, conseguiu este ano ajuste do minério maior do que a Vale, rompendo uma tradição de anos das mineradoras seguirem o mesmo índice do primeiro contrato fechado.

Ainda em fase de estudo de viabilidade por duas empresas, cujos nomes Oliveira ainda não pode revelar, o pólo siderúrgico de Mato Grosso do Sul poderá ter a adesão de mais três, informou.

O volume de aço a ser produzido vai definir o início da segunda fase da expansão da única mina da Rio no país, para 23,2 milhões de toneladas, informou o executivo.

A empresa já explorou ouro e níquel no Brasil, mas se desfez das minas entre 2003 e 2004 já que esses metais deixaram de ser foco da companhia. A mina de Corumbá foi adquirida do empresário Eike Batista.

Oliveira informou que os dois investidores internacionais já estão finalizando estudos de viabilidade, e que espera no mínimo produção de 1 milhão de toneladas de aço no local.

"O pólo terá muitos investidores e poderá tomar direções diversas (do tipo de produto), mas deve ser mais de 1 milhão de toneladas (por ano)", disse Oliveira, informando que já conversou com mais de dez investidores interessados no pólo.

Dentro do prazo - Ao contrário da Vale, que tem atraído parceiros siderúrgicos para dentro do país com a garantia de uma participação minoritária, a Rio Tinto não será sócia dos projetos siderúrgicos, mas terá contratos de longo prazo para a venda do minério.

"Por isso ainda não fechamos 100 por cento das exportações da expansão, porque parte poderá ir para o pólo", explicou, afirmando, no entanto, que alguns contratos já estão garantidos a partir de 2010, para mercados como Europa e Oriente Médio, quando a primeira fase da expansão, para 12,8 milhões de toneladas, terá sido concluída.

Ele estimou que a licença ambiental prévia para a primeira fase será concedida em agosto, tanto para a mina como para a logística. As licenças de instalação e de operação estão sendo aguardadas para o primeiro trimestre de 2009.

Para aumentar em seis vezes as vendas de minério de ferro a partir do Brasil, a Rio Tinto terá que elevar o número de barcaças que transportam a commodity da companhia pelo rio Paraguai até o Uruguai, de onde é exportado, de 134 para cerca de 280.

O número de barcos empurradores também terá que crescer e a construção deles poderá ser feita no Brasil, se houver espaço nos estaleiros, disse Oliveira, e dependendo do preço.

O total a ser investido dentro do Brasil, de acordo com o diretor de operações da Rio Tinto Brasil, José Luiz Carvalho, vai depender da capacidade dos estaleiros e dos preços que serão conseguidos.

Dos 2,15 bilhões de dólares, apenas 10 por cento será investido na mina em Corumbá, informou Carvalho. Cerca de 48 por cento do total, ou 1 bilhão de dólares, será para compra de barcaças e empurradores.

Os recursos restantes serão usados na construção de um porto em Albuquerque (MS) e outro no Uruguai, na região de Agraciada, investimentos de 250 e 320 milhões de dólares, respectivamente. Uma correia de 29 quilômetros que levará o minério até o porto custará 450 milhões de dólares.| Por: Denise Luna e Edição de Roberto Samora/Reuters.

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