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Ajorpeme apóia exportação de produtos de maior valor agregado

As micro e pequenas empresas brasileiras exportaram pouco mais de R$ 2,15 bilhões em 2005. Isso representa pouco mais de 1,8% do total das vendas externas do País, que superaram os R$ 118,3 bilhões. Foram 9.150 empresas de micro e pequeno porte que colocaram seus produtos no mercado internacional nesse período. Se os números comprovam que a participação do segmento nas exportações nacionais é extremamente pequena, uma análise mais detida dos dados aponta outras questões importantes. Os produtos comercializados são, em sua maioria, acabados ou semi-elaborados, de maior valor agregado, ou seja, são poucos os empreendimentos que vendem commodities. A Associação de Joinville e Região da Pequena, Micro e Média Empresa (Ajorpeme) que congrega 2.300 associados, apóia as iniciativas que ampliem as exportações do segmento, como é o caso do 3º Seminário de Comércio Exterior, que acontece dia 10 de novembro, em Joinville (SC).

No contexto das microempresas, os segmentos empresariais que mais se destacam são madeiras serradas ou cortadas em folhas (0,7%), pedras preciosas e semi-preciosas trabalhadas(0,59%), pedras preciosas em bruto ou serradas (0,75%), móveis de madeira (0,73%), calçados de couro natural (0,44%) e camisetas de malha de algodão (0,54%). Entre as empresas de pequeno porte, os destaques são para madeiras serradas ou cortadas em folhas (1,33%), móveis de madeira (1,08%) calçados de couro natural (0,88%), granitos trabalhados e obras (0,84%) e móveis de madeira para quartos de dormir (0,67%).

Dados mais antigos divulgados pelo Sabrae mostram que os produtos manufaturados responderam por 82,7% e 80,0%, das exportações das micro e pequenas empresas industriais brasileiras no primeiro semestre de 2004. Os semi-manufaturados representam 9,6% e 13,9%, respectivamente, cabendo aos produtos básicos as percentagens de 6,7% e 5,7%. A comparação desses resultados com os relativos a iguais períodos dos dois anos anteriores revela um ligeiro aumento da concentração nos produtos manufaturados, ocorrendo declínio da participação dos básicos e semimanufaturados. No caso das empresas industriais de maior porte, a parcela relativa aos manufaturados é significativamente inferior (58,4%) e o peso dos produtos básicos mais expressivo (26,6%).

No tocante aos produtos industrializados exportados pelas micro e pequenas empresas, predominam os de baixa e média-baixa intensidade tecnológica, os quais, em conjunto, correspondiam a cerca de 82% do valor das exportações no primeiro semestre de 2004. A participação dos produtos de média-alta e alta intensidade tecnológica assume a mesma ordem de grandeza nos dois estratos (respectivamente, em torno de 16% e 3%). Distintamente, essas duas classes de produtos de maior intensidade tecnológica respondem por 35% do valor das exportações das médias e grandes empresas.

O presidente da Ajorpeme, Celso Trentini, analisa os números acima como bastante positivos para o contexto das exportações brasileiras. “O crescimento das vendas de produtos de maior valor agregado representa mais recursos para o País e mais empregos sendo gerados. Além disso, leva as micro e pequenas empresas a estarem mais atentas à questão da inovação, investindo em tecnologia e tornando-se cada vez mais competitivas” observa.

Diante desses fatos Trentini lembra que a associação incentiva todas as ações concretas que levem ao aumento das exportações. E também faz suas próprias promoções, como é o caso do 3º Seminário de Comércio Exterior. Além das questões relativas a procedimentos e legislação, o evento contará com a presença de representantes das câmaras de comércio da Itália e da Venezuela. Os italianos buscam oportunidades de investimentos e formalização de joint ventures. Já os venezuelanos pesquisam novos fornecedores. “São duas oportunidades concretas para a geração de negócios”, completa o presidente da Ajorpeme.

Micro e pequenas empresas de Joinville que atuam no mercado internacional: Orquidário Purpurata - Há dez anos no mercado, o Orquidário Purpurata exporta há quatro anos para o mercado americano, europeu e asiático. Comercializa mudas de orquídeas produzidas em laboratório de micropropagação. As mudas levam quatro anos para estarem prontas e serem comercializadas e mais quatro anos para florir. Problemas com a demora na liberação de documentos são o principal obstáculo, que acaba superado pela importância em tornar o nome da empresa conhecido internacionalmente.

Segundo Débora Kricheldorf Arnhold, diretora comercial da Orquidário Purpurata, a quantidade média exportada é de 200 a 500 mudas por ano e os países que solicitam o produto são: Estados Unidos, Bélgica, Japão, Alemanha e Portugal. Débora explica que a exportação é um processo muito válido, pois coloca o nome da empresa em evidência no mercado estrangeiro. Porém, ela enfatiza que a empresa que exporta passa por muitas dificuldades. “É muita burocracia, muito documento, muita papelada para preencher e despachar. Além disso, no meu segmento, eu preciso pegar o certificado do Ibama, e só este documento demora 40 dias para chegar às minhas mãos. O restante da papelada demora mais 20 dias. Então, são 60 dias que o cliente fica esperando, e o desgaste é grande”, informa.

D+Z Comex - A D+Z Comex é uma empresa nova, com cerca de um ano e meio. Atua como trader, ou seja, abre novos mercados para seus clientes, fazendo pesquisas, negociações e fechamento de negócios. Segundo o sócio-gerente, Luciano Santos, este é um caminho mais curto e menos dispendioso para empresas de qualquer porte que queiram iniciar no mercado internacional. “Como trabalhamos por comissionamento nas vendas, as empresas não precisam investir na formação de estruturas próprias para atuar nas exportações”, explica. Para as pequenas e microempresas é uma maneira de contar com assessoria especializada que pode evitar erros já cometidos por outras empresas e oportunizar a abertura de novos mercados.

Atualmente a D+Z Comex conta com três clientes de médio e grande portes: Portobelo, no segmento de pisos e revestimentos; Viqua, que produz torneiras e plásticos de engenharia; Menegotti, que fabrica betoneiras. De acordo com Santos, são empresas que apostaram na terceirização da área de comércio exterior e hoje estão ampliando a fatia das vendas externas em seu faturamento. “Os negócios só não estão melhores porque o câmbio nos afeta diretamente. Mesmo assim, acredita ele, as empresas devem estar atentas a abertura de novos mercados e aproveitar este cenário adverso para buscar a formação de novas parcerias”, finaliza.

Clientes e mercados - Viqua: linha completa de torneiras e plásticos de engenharia. Atualmente está abrindo os mercados da Bolívia e Guianas.

Portobello: pisos e revestimentos. Através da D+Z Comex, a Portobello coloca seus produtos na Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.

Menegotti: fábrica de betoneiras. Atende pela D+Z Comex países da América Latina (menos Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai), México e Caribe.

Dois Rios Moda Íntima - Há 16 anos no mercado de Joinville, a empresa Dois Rios Moda Íntima ex-porta há cinco anos para Argentina, Chile, Uruguai, México e África, e participa de feiras na França, Austrália, Panamá e Cuba, com a intenção de conquistar clientes nesses países também. Como o produto exportado é moda íntima, estar em dia com as tendências internacionais é fundamental. A modelagem das peças para os outros países é diferente, pois cores, tamanhos e formas mudam, e satisfazer os clientes estrangeiros fica um pouco mais complicado.

Para Matheus Diogo Fagundes, presidente da Dois Rios, entrar no mercado internacional não foi fácil, mas valeu a pena. “Com o tempo, conseguimos superar as dificuldades do processo de exportação, que ainda é muito burocrático, e estamos mais experientes neste campo”, comenta.

Para ele, as grandes dificuldades são a parte cambial - a variação do dólar complica o processo -, a demora na liberação de crédito e a burocracia. A empresa fabrica 200 mil peças por mês e, deste total, 5% são exportados. Matheus salienta que em 2005 a empresa já dobrou a quantidade de peças exportadas e neste ano aconteceu novamente. “A produção aumentou e dobramos mais uma vez o número de peças que mandamos para fora. Estamos com 200 funcionários e já podemos ser considerados uma das maiores empresas do segmento no Sul do país”, afirma.

A Ajorpeme - A Ajorpeme surgiu em 16 de maio de 1984 reunindo 34 empresários. Hoje são 2.300 sócios que colocam a associação como uma das maiores da América Latina em seu gênero. A entidade está localizada em Joinville – Santa Catarina e promove diversos eventos em favor das micro e pequenas empresas, além de defendê-las em questões importantes para seu desenvolvimento. Lei Geral, TEF – Transferência Eletrônica de Fundos, Segurança, entre outros movimentos, são bandeiras da Ajorpeme. Também são promovidos eventos de capacitação, reuniões de Núcleos Setoriais e atividades de responsabilidade social, estas últimas desenvolvidas pelo Instituto Ajorpeme – Ética e Desenvolvimento Social. A associação está localizada na rua Urussanga, 292, Bucarein e contatos podem ser feitos pelo (47) 2101-4100 ou [email protected]. Site: www.ajorpeme.com.br.

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