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02/08/2008 - 11:43

Indústrias Nardini comemora 100 anos de fundação entre as líderes no segmento de máquinas-ferramenta do País

Fundada em 1908 pelo imigrante italiano Domingos Nardini, a empresa iniciou as atividades produzindo utensílios agrícolas simples, como ferraduras, tesouras, foices e facões, cresceu em meio ao desenvolvimento industrial pós-Segunda Guerra, superou períodos turbulentos na economia e consolidou-se como referência na fabricação de máquinas-ferramenta dentro e fora do Brasil

Mais que o ingresso no seleto grupo de empresas brasileiras centenárias, a Nardini comemora em 2008 a retomada de sua posição entre as líderes no segmento de máquinas-ferramenta do País, lugar que ocupou durante a maior parte de sua história, permeada de altos e baixos e estreitamente ligada ao desenvolvimento industrial no Brasil. Atualmente é presidida por Renato Franchi, que assumiu a direção da empresa em abril de 1997, após um período de dificuldades que levou a Nardini a fechar suas portas por seis meses. Na época, o parque industrial de 45 mil m², localizado na cidade de Americana, interior de São Paulo, estava abandonado, os funcionários desamparados e a dívida com bancos e fornecedores era extremamente alta. Jovem e talentoso empresário do ramo de máquinas, Renato Franchi conseguiu aos poucos negociar as dívidas e colocar o parque industrial para funcionar novamente, fazendo a gigante Nardini reviver.

O choque de gestão implementado por Renato Franchi foi conduzido por ações fortes e consistentes, sempre direcionadas à renovação técnica e administrativa. Efeito dessas ações, o programa de produção sofreu significativa ampliação entre 1998 e 2000 e a Nardini passou a produzir a consagrada linha Diplomat, com objetivo de nacionalizar produtos como fresadoras-ferramenteira e fresadoras CNC (eletrônicas), entre outros. Também foi desenvolvida a versão Gold, incorporando modernas tecnologias tanto na linha de produtos convencionais quanto CNC. Com maior volume e diversificação da produção, a Nardini entrou no século XXI demonstrando sinais de recuperação, com crescimento sustentado principalmente pela demanda que suas máquinas CNC encontraram no mercado.

Esse crescimento impulsionou mais investimentos na área de engenharia integrada da empresa, visando atender à competitividade e exigência do mercado. Cada vez mais solicitadas, as máquinas CNC ganharam novos modelos, com diferentes unidades de comando. As inovações tecnológicas tornaram-se constantes, tanto em antigos como em novos produtos. Com isso, em 2005, a Nardini iniciou o projeto de um torno universal eletrônico, que na época desafiava todos os conceitos tecnológicos de automação existentes no mundo. No ano seguinte, começou então a produção dos Tornos Universais Eletrônicos Revolution, modelo RV-220. O pioneirismo teve continuidade com a produção de um torno CNC genuinamente brasileiro, equipado com unidade de comando MCS, conjugado a servos, acionamentos e inversores de freqüência WEG.

Investimentos estratégicos também foram direcionados por Renato Franchi ao suporte tecnológico de setores como engenharia, planejamento, processos, compras e administração de contratos, visando integrar e otimizar a produtividade entre as áreas técnico-administrativas. Os esforços dispensados com a reestruturação administrativa e a constante atualização tecnológica dos produtos renderam frutos e o nome Nardini voltou a ganhar força no mercado. Conhecido por sua visão empreendedora, Renato Franchi reconheceu o bom momento e decidiu expandir as atividades para outro setor. Assim, em 2007, a Nardini adquiriu a Sandretto do Brasil Ltda., filial brasileira de uma empresa italiana do segmento de plásticos, e passou a produzir também máquinas injetoras de termoplásticos de alta tecnologia. Ainda no mesmo ano, durante a Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (Feimafe), lançou o Torno Logic 750, um marco na fabricação de tornos CNC tipo pesado, visando atender à demanda por produção de peças voltadas ao setor de infra-estrutura, aquecido pelo crescimento do país e pelos incentivos do governo por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

De 2006 para 2007, a empresa conseguiu um crescimento de 24%. Para 2008, a expectativa é crescer 30% e chegar aos R$ 300 milhões de faturamento, apostando no incremento de toda linha, principalmente no que se refere a máquinas pesadas para os setores sucro-alcooleiro e de prospecção de petróleo. Para isso, até 2010, a Nardini estima um investimento de aproximadamente R$ 200 milhões, que serão destinados à modernização do parque fabril, já em andamento. Com cerca de 1.200 funcionários diretos, hoje a empresa produz mensalmente 80 máquinas CNC e 160 convencionais voltadas ao setor metal-mecânico, entre tornos, fresadoras e centros de usinagem (inclusive modelos sob encomenda), e outras 30 máquinas injetoras para o setor de plásticos, tendo como carro chefe as máquinas de grande porte e o Torno CNC Logic 195 II. No ano em que completa 100 anos, a Nardini comemora também cerca 200 mil máquinas fabricadas em toda sua história, das quais 150 mil instaladas no Brasil e o restante no exterior.

Panorama do setor - De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) o mercado nacional de máquinas e equipamentos faturou R$ 61,6 bilhões em 2007, apresentando crescimento de 12,6% em relação a 2006. No mesmo ano, a exportação no setor totalizou US$ 10,5 bilhões em vendas, 21,3% a mais que em 2006. Os Estados Unidos (US$ 1,2 bilhão) continuam sendo um dos principais destinos das máquinas e equipamentos nacionais, seguidos pela Argentina (US$ 508 milhões). O consumo aparente (produção + importações - exportações) e a utilização da capacidade instalada também apresentaram crescimento em 2007, com aumentos de 18,7% e 5,6% respectivamente.

Ano passado, os investimentos no setor somaram R$ 7,836 bilhões, 13,7% a mais que em 2006. A previsão da Abimaq para 2008 são investimentos na ordem de R$ 9,3 bilhões. Desse total, estima-se que R$ 5,8 bilhões sejam destinados à compra de máquinas e equipamentos e os outros R$ 3,5 bilhões à modernização tecnológica. Só no primeiro trimestre deste ano, através do Finame, linha de financiamento do BNDES voltada à produção e comercialização de máquinas e equipamentos novos de fabricação nacional, já foram desembolsados cerca de R$ 4,3 bilhões. A expectativa da Abimaq é que a indústria se mantenha aquecida, o que deve gerar forte demanda para o setor em 2008.

Desenvolvimento sustentável - A responsabilidade ambiental é uma preocupação constante para a Nardini. O desafio de alcançar a eficiência produtiva respeitando o meio ambiente levou a empresa a tomar uma série de medidas em prol de um desenvolvimento sustentável. No setor de fundição, foram investidos US$ 3,5 milhões para instalação de um Forno de Indução (elétrico) que possibilitou a redução de 100% dos efluentes gasosos gerados pelos fornos antigos, tipo Cubilo, operados com materiais combustíveis e altamente poluentes como carvão coque ou vegetal. Também foi implantado um sistema de captação e tiragem no Forno de Indução, para garantir a total eliminação de qualquer emissão de efluente gasoso, o que demandou um investimento de mais US$ 300 mil.

Outros US$ 3 milhões foram investidos no sistema de recuperação da areia utilizada na Fundição. O pátio de estoque foi readequado e o processo passou a ser isolado, de modo que atualmente 100% da areia utilizada é recuperada, evitando o descarte da mesma. O processo também foi equipado com sistema de captação, que custou US$ 500 mil, para eliminação dos efluentes particulados gerados na recuperação da areia. Como resultado de todo investimento e reestruturação, a Fundição da Nardini foi certificada com o ISO 9000, outorgado pelo Bureau Veritas Certification em março de 2008.

Parceria com Senai - Visando contribuir para a difusão tecnológica e formação de mão-de-obra especializada no segmento, a Nardini firmou com o Senai-SP um convênio no qual doou algumas máquinas em regime de comodato para serem utilizadas em unidades da entidade para instrução dos alunos em cursos nas áreas de mecânica industrial, usinagem, eletromecânica, automação, manutenção, plásticos, entre outras. Em janeiro de 2007, por meio da Deb’maq, foram doadas para inauguração de uma unidade do Senai na cidade paulista de Sumaré 12 tornos universais CN (convencionais), dois tornos universais Revolution CNC, três furadeiras-fresadora, quatro fresadoras-ferramenteira, um torno CNC Logic 195 Milenium e um centro de usinagem SkyBull 650, cujo valor agregado gira em torno de R$ 1,3 milhão. Também possuem máquinas Nardini as unidades localizadas no Brás (centro da capital), em São Bernardo do Campo (ABC) e Americana (interior).

Uma das máquinas mais famosas da Nardini, o Torno Mascote, fabricado na década de 60, é até hoje referência para formação de todo torneiro mecânico que passa pelo Senai.

Responsabilidade Social - Em junho de 2007, a Nardini inaugurou nas dependências de sua fábrica em Americana uma creche que atenderá gratuitamente 50 crianças entre quatro meses e quatro anos de idade. São crianças cujos pais possuem renda mensal abaixo de R$ 1.500,00, algumas delas filhos de funcionários da Nardini e a outras de pessoas da comunidade local. A creche, batizada de Centro de Orientação Infantil Carlos Benito Franchi, funciona das 7h às 17h, oferecendo aos pequenos quatro refeições diárias e assistência psicopedagógica por meio de diversas atividades lúdicas e educativas.

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