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08/08/2008 - 09:47

Cuide bem de seu fêmur

Prevenção. Essa deveria ser a máxima condutora das ações dos órgãos da Previdência Social do Brasil. Milhões de reais gastos pelo sistema público de saúde do país com tratamentos e internações poderiam ser poupados ou direcionados a outros setores não menos necessitados se houvesse uma mobilização mais intensa no que diz respeito às campanhas preventivas de inúmeras doenças e acidentes, especialmente os que atingem a terceira idade.

Um dado divulgado recentemente ajuda a reforçar a tese e a mostrar a importância de se prevenir, antes que remediar. No Brasil, cerca de 30% das pessoas com 60 anos ou mais sofrem quedas ao menos uma vez por ano e 13% caem de forma recorrente. Em 2006, o sistema público de saúde nacional gastou quase R$ 50 milhões com internações de idosos vítimas de fratura de fêmur. Os números revelam um quadro ainda mais grave ao se identificar que dois terços das mortes acidentais são conseqüência de quedas.

Somente em São Paulo, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, 9,4 mil idosos foram internados em 2007 devido a fraturas de fêmur provocadas por quedas. Ao menos 30% dos cerca de três milhões de idosos paulistas caem uma vez por ano. Cerca de 800 faleceram, em 2005, vítimas desse tipo de acidente.

Para enfrentar essa realidade, que obriga as famílias a mudar, muitas vezes de forma dolorosa, toda a rotina de vida, uma abrangente campanha nacional de prevenção, por exemplo, seria muito eficaz. A divulgação de orientações aos familiares e dicas práticas de cuidados – sobre o mobiliário mais seguro para a residência do idoso, sobre a identificação clara dos medicamentos por ele usados ou, ainda, sobre os tipos de vestuário mais propícios à locomoção – certamente baixariam os índices acima citados. Afinal, a grande maioria dos acidentes acontece por falhas que poderiam ser evitadas.

Assim como esse, muitos outros cenários poderiam mudar com campanhas semelhantes. A vacinação contra a gripe em idosos é um exemplo claro de sucesso. Muitas doenças e até mesmo óbitos foram evitados com tal ato preventivo, divulgado fortemente em todo o país pelo governo federal. De acordo com o Ministério da Saúde, as doenças do aparelho respiratório representaram a terceira maior causa de mortes nos maiores de 60 anos, entre 2001 e 2005. Com a vacinação, o número de óbitos pode cair até 30%.

Os dados mostram que a ação preventiva faz com que todos ganhem. Idosos têm uma vida mais saudável e a União pode investir mais recursos na busca de novas tecnologias e na maior qualificação dos profissionais da saúde.

Orientar e ensinar a prevenir inúmeras doenças e acidentes, aos quais qualquer pessoa está sujeita, não somente a terceira idade, é mais fácil e menos oneroso do que remediar. É, acima de tudo, menos doloroso tanto para quem sofre o acidente quanto para seus familiares.

. Por: Milton Dallari é diretor administrativo e financeiro do Sebrae-SP e conselheiro da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp.

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