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09/08/2008 - 20:24

Companhias marítimas apresentam na FIESC preocupações do setor


Florianópolis – O crescimento das importações acima das exportações, os altos preços dos combustíveis e a necessidade de planejamento e investimentos de longo prazo nos portos catarinenses estão entre as principais preocupações das maiores companhias marítimas que atuam em Santa Catarina. Essas questões foram debatidas no dia 7 de agosto (quinta-feira),em reunião da Câmara de Transporte e Logística da Federação das Indústrias (FIESC), que contou com a participação de representantes dos principais exportadores e portos do estado.

O gerente geral da companhia marítima CSAV no Brasil, Juan Pablo Richards, destacou que nos últimos anos o fluxo do comércio exterior inverteu-se no Brasil, com as importações crescendo num ritmo bem acima das exportações, principalmente entre as cargas conteinerizadas. Segundo o executivo, os navios de contêineres que trazem cargas de importação ao Brasil chegam, via de regra, 100% ocupado. Já quando saem do país levando produtos de exportação estão, em média, com 90% a 95% da capacidade ocupada. Por isso, afirmou, há hoje no Brasil uma sobra de contêineres, que acabam voltando para o exterior vazios, o que gera um custo extra nos fretes marítimos.

Richards também falou sobre o custo do combustível na navegação, que tem subido fortemente junto com as altas do petróleo. “Esse é o grande problema hoje dos armadores”, afirmou. Por isso, disse, é uma tendência cada vez mais forte que os fretes marítimos sejam variáveis, com o preço final ajustado de acordo com a mudança no custo do combustível de navegação, conhecido como bunker.

O gerente da Hamburg Süd / Aliança no Paraná e Santa Catarina, Wilson Roque, também mencionou a preferência dos armadores pelos contratos de fretes com preço variável, e deu números sobre a alta dos custos com bunker. Segundo o executivo, o valor médio da tonelada de combustível passou de US$ 68 em 1998 para US$ 650 atualmente. Na década de 1990, o combustível representava em média 21% dos custos de operação de um navio. Hoje essa fatia chega a 65%. Roque explicou, no entanto, que em função dos ganhos de produtividade no transporte marítimo o preço dos fretes não subiu no mesmo ritmo.

Roque comentou os novos investimentos nos portos catarinenses. Ele destacou que os projetos que já foram anunciados no estado – os novos portos de Navegantes e Itapoá, o novo terminal de contêineres em Imbituba e as ampliações em Itajaí e São Francisco do Sul – são muito bem-vindos e darão uma condição inédita para a infra-estrutura portuária no estado, porém ainda são insuficientes para dar conta da demanda futura do comércio exterior catarinense e brasileiro. “Isso, embora seja muito em relação ao nosso passado recente, ainda não atende nem de longe o que realmente precisamos. Temos que pensar em projetos realmente de longo prazo”, afirmou.

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