Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

Arranjo Produtivo de lácteos em Goiás já mostra resultados

Entre eles estão surgimento de cursos de formação de mão-de-obra especializada, contribuindo para profissionalizar a produção local.

Brasília - Pelo menos um parente de cada um dos 37 integrantes da Associação de Produtores de Leite de São Luís de Montes Belos e Região (AproLeite), em Goiás, participam de cursos de formação universitária nas áreas de Agronegócios e Tecnologia em Laticínio ou de um curso técnico em bovinicultura de leite.

A avaliação é do presidente da Associação, Jesus Camargo da Silva, que garante: os cursos já são resultado de gestões do Arranjo Produtivo Local (APL) de Lácteos da microrregião de São Luís de Montes Belos e representam o caminho para resolver um dos principais problemas dos produtores: a falta de técnicos especializados para profissionalizar a produção local.

"Nós ainda produzimos leite da forma que aprendemos com nossos pais, que aprenderam com nossos avós. Mas para crescer precisamos de técnicos especializados ajudando a profissionalizar a produção", diz Camargo. Para ele, os cursos já são um dos melhores resultados já produzidos pelo APL.

Esse APL foi estruturado há cerca de 2,5 anos a partir de articulações do governo estadual e envolvimento de outros órgãos e instituições públicas, iniciativa privada e entidades de apoio como o Sebrae. O objetivo é o desenvolvimento sustentável daquela região, especialmente a partir do aumento da qualidade, da produtividade e da competitividade das atividades agroindustriais leiteiras, que são uma das maiores potencialidades locais.

Hoje o APL reúne cinco mil produtores de leite, especialmente de micro e pequenas propriedades de dezoito municípios, incluindo São Luiz dos Montes Belos e os outros 17 do entorno. A mão-de-obra ocupada estimada é de mais de 12 mil pessoas.

A produção diária atual é de 424 mil litros de leite. A meta é o incremento de 30% na produtividade leiteira nos períodos de entressafra em 2007 e mais 30% em 2008, inclusive para atender a demanda da indústria de laticínio local que processa, diariamente, 715 mil litros de leite, parte deles trazida de outras microrregiões. Outra meta é, até dezembro de 2008, um crescimento de 16% na receita bruta das indústrias do setor.

Para isso já foram desenvolvidas várias ações, incluindo a área de assistência técnica, uma vez que a ineficiência técnica do produtor foi um dos principais problemas registrados.

Esse trabalho envolve desde a recomposição, ampliação e capacitação do quadro técnico para atendimento aos produtores até cursos profissionalizantes, como o de 'Técnico em Bovinocultura de Leite' oferecido pela Secretaria de Educação do Estado para pessoas que atuam diretamente na área. Segundo Jesus Camargo, os de Agronegócios e Tecnologia em Laticínio são da Universidade Estadual de Goiás.

Outra luta é a busca de recursos para colocar em prática as ações definidas pelos integrantes do APL para o desenvolvimento do Arranjo. Parte desse trabalho foi facilitada em dezembro passado, quando o APL teve seu Plano de Desenvolvimento aprovado pelo Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais, que funciona no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Isso significa que está entre os Arranjos que têm prioridade na obtenção de recursos do governo federal.

Segundo o gerente de Desenvolvimento do Oeste Goiano (da Secretaria de Desenvolvimento de Goiás), Benedito Cardoso Laureano, já estão definidas pelo menos três ações para as quais o APL buscará recursos junto ao governo federal.

Uma delas é a implantação de uma assistência técnica e gerencial especialmente desenhada para a atividade leiteira, uma inovação que aproveita a metodologia do Educampo, projeto do Sebrae que oferece capacitação tecnológica e gerencial para grupos de produtores rurais, e a experiência das empresas públicas como a Emater, para melhorar a eficiência e a competitividade dos empreendimentos.

As outras duas ações são a implantação de um Centro Tecnológico de Leite (CTL) na Fazenda-Escola da Unidade Universitária da Universidade Estadual de Goiás, em São Luís de Montes Belos, e a estruturação das instalações dessa fazenda-escola. Segundo Benedito Cardoso, o CTL foi projetado e implementado pela Embrapa Gado de Leite e já conta, em sua estrutura, com um laticínio-escola que deve ser inaugurado em junho. O objetivo, agora, é conseguir recursos junto ao governo federal para a implantação de laboratórios de análises de leite e de produtos derivados.

Geor - Desde novembro de 2006, o projeto está sob a metodologia da Gestão Estratégica Orientada para Resultados (Geor), desenvolvida pelo Sebrae para elaboração e gestão de projetos e que busca alcançar resultados práticos das ações definidas pelos integrantes do Arranjo, incluindo o monitoramento dessas iniciativas.

"Inicialmente estamos promovendo o aprendizado do grupo no sentido de trabalhar com a metodologia", conta o gestor do Projeto de Desenvolvimento Local do Sebrae em Goiás, Luiz Átila. "Essa metodologia nos permite ter uma visão do conjunto das ações a serem desenvolvidas em todo o APL, dando transparência às ações de cada parceiro e otimizando nosso esforço", assegura Benedito Cardoso. "O Sebrae é um grande parceiro, porque tem técnicos especializados para nos orientar", completa o produtor Jesus Camargo.

Na última quarta-feira (31), o núcleo de gestores do APL se reuniu em São Luiz dos Montes Belos para debater ações pactuadas e contratualizadas para, em seguida, colocar as iniciativas em prática. Uma das definições é a conclusão do Centro Tecnológico de Leite. | Por: Dilma Tavares

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira