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11/08/2008 - 14:31

Engenharia discute soluções para a infra-estrutura brasileira, em Búzios

Com a volta progressiva dos investimentos em infra-estrutura, a engenharia brasileira se lança agora ao trabalho de avaliar as soluções técnicas mais adequadas para os gargalos em geração de energia, transportes e infra-estrutura urbana. Serão estes os focos do principal evento da engenharia geotécnica nacional, o Cobramseg 2008, que vai reunir mais de 700 especialistas brasileiros e estrangeiros, em Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, entre os dias 23 e 26 de agosto deste ano. Os participantes vão debater o atual estágio da infra-estrutura brasileira, depois 25 anos com investimentos muito aquém das necessidades do país. O Cobramseg 2008 será palco da apresentação dos relatório técnicos sobre as possíveis causas do acidente na Estação Pinheiros do Metrô de São Paulo, ocorrido em janeiro de 2007. O evento é promovido pela ABMS - Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, entidade técnico- científica, sem fins lucrativos, fundada em 1950, que reúne mais de 1.000 geotécnicos de todas as regiões do País.

O Cobramseg 2008 é a 14ª edição do evento, que é o maior e mais tradicional da engenharia geotécnica brasileira. "Até 2006, o Congresso acontecia a cada quatro anos", lembra Alberto Sayão, professor da PUC-Rio e presidente da ABMS - Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, a entidade promotora. "Foi necessário criarmos edições bienais para fazer frente às dimensões crescentes deste nosso encontro".

Mais de 700 engenheiros e especialistas do Brasil e de outros países vão participar do Cobramseg 2008, que acontece em Búzios, Rio de Janeiro, de 23 a 26 de agosto deste ano. "Vamos discutir a infra-estrutura brasileira, comprometida negativamente pelo reduzido nível de investimentos nas últimas 3 décadas", explica Sayão. "Felizmente, tal situação começa a ser revertida; muitos projetos e obras estão em andamento e a Engenharia está voltando a se fortalecer".

Para Sayão, a "engenharia brasileira, especialmente a engenharia geotécnica, está pronta a dar a sua parcela de contribuição dentro deste novo cenário de retomada dos investimentos, apresentando as soluções técnicas mais adequadas para a superação dos gargalhos na infra-estrutura". Ele lembra que a engenharia geotécnica trata diretamente das obras de infra-estrutura, abrangendo barragens e reservatórios de usinas hidrelétricas, rodovias, ferrovias, dutovias, metrôs, túneis, escavações, encostas, obras portuárias, exploração de minérios, disposição de rejeitos, aterros sanitários e fundações em geral".

Energia: Novas hidrelétricas em construção - Depois do apagão no início desta década, ficou clara a necessidade de mais investimentos em geração e distribuição de energia. Com o avanço da economia e o crescimento do consumo, os investimentos em infra-estrutura energética se fazem ainda mais necessários para evitar novos racionamentos.

Estão previstos no PAC investimentos de quase R$ 60 bilhões em novas usinas hidrelétricas, dos quais mais da metade até 2010. O montante corresponde a cerca de 60 empreendimentos, com geração potencial de 30 mil megawatts, mais da metade do consumo brasileiro do ano passado.

Na área hidrelétrica, que ainda domina a matriz energética brasileira, o país tem tecnologia de ponta e possui algumas das maiores barragens do mundo. Em especial, as de enrocamento, que representam um tipo de construção muito utilizado atualmente.

"As barragens de enrocamento com face de concreto, que possibilitam construções em áreas de pouco solo e abundância em rocha, são projetos recentes, que se destacam hoje em vários países do mundo", afirmou Paulo Teixeira da Cruz, professor de Engenharia Geotécnica na Escola Politécnica da USP e consultor de barragens. Cruz conduzirá uma apresentação especial sobre o tema no Cobramseg 2008.

Portos: Obras em ritmo mais forte - O Cobramseg 2008 dará destaque especial a projetos de Geotecnia Marinha, em especial de infra-estrutura portuária. Com recursos públicos e privados estimados em R$ 2,7 bilhões para 2008, a engenharia vem aumentando o ritmo das obras neste setor. Atualizações tecnológicas reduziram muito os prazos de projeto e construção de portos. "As investigações no mar costeiro costumavam demandar entre dois e quatro anos. Hoje podemos finalizá-las em um ano", afirma Luciano Jacques de Moraes Jr, engenheiro geotécnico especializado em portos, que vai participar do Cobramseg 2008. "À medida que surgem os recursos, a engenharia brasileira responde à altura".

Moraes irá apresentar, no Cobramseg 2008, detalhes de duas obras de portos do Brasil: o Porto de Santana, no Amapá, e o Porto de Açu, no litoral norte do estado do Rio de Janeiro, ambas financiadas pela iniciativa privada. Em atividade desde dezembro de 2007, o Porto de Santana é responsável pela exportação de 6,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. "O porto foi reformado em apenas sete meses", informa Moraes. "Foi um recorde, possibilitado pelos novos padrões de produtividade da engenharia brasileira".

O Porto de Açu, em construção desde 2007, tem previsão de entrega para junho de 2010 e uma expectativa promissora - a de superar o maior porto do Rio de Janeiro, o Porto de Sepetiba. Com obras que alcançarão R$ 1 bilhão, o novo empreendimento terá finalidades múltiplas. Exportará minério de ferro e placas de aço e importará carvão e automóveis. Só com a exportação de minério de ferro, o porto movimentará 26 milhões de toneladas anuais. "A importância dessas obras para o país é imensa", afirma Moraes. "Elas vão ajudar a desafogar os gargalos que freavam o desenvolvimento do país em termos de comércio exterior".

Acidente no Metrô de São Paulo - Outro tema que traz à tona a realidade da infra-estrutura brasileira é o acidente ocorrido na Estação Pinheiros do Metrô de São Paulo, em janeiro de 2007. O acidente, que resultou em sete mortos, terá uma sessão especial sobre as investigações geotécnicas do colapso, prevista para o final do Cobramseg 2008.

A sessão contará com uma palestra do engenheiro André Assis, integrante da Comissão do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) que elaborou um Relatório Técnico sobre as causas do acidente. Assis, que é professor da Universidade de Brasília (UnB), ex-presidente da ITA (International Tunnelling and Underground Space Association) e conselheiro da ABMS, foi entrevistado com exclusividade sobre o Relatório na última edição do e-ABMS . Clique aqui para ter acesso à entrevista e à 26ª edição da revista.

Além da participação de Assis, o evento programou também uma palestra do engenheiro inglês Nick Barton, que apresentará o seu diagnóstico sobre as causas do acidente, preparado para o Consórcio Via Amarela, empresa responsável pela obra.

Infra-estrutura nas Megacidades - Sob o tema geral "Exploração e Distribuição de Energia - Uma visão Geotécnica", a 14ª edição do Cobramseg traz a "Geotecnia de Infra-estrutura das Megacidades" como um dos principais assuntos a serem debatidos em um workshop com a presença de renomados especialistas nacionais e internacionais.

Das sessões do Cobramseg 2008, incluindo o workshop, vão participar centenas de engenheiros geotécnicos, geólogos e especialistas dos diversos segmentos ligados à Engenharia Civil. A importância do evento pode ser avaliada pela presença do presidente e dois vice-presidentes da ISSMGE, associação internacional sobre engenharia geotécnica, que participarão ativamente das sessões técnicas. O Cobramseg 2008 terá sete sessões plenárias, 14 sessões paralelas e três mesas-redondas sobre "novas tecnologias", além de palestras especiais e uma concorrida exposição técnica sobre produtos e serviços geotécnicos. Serão apresentados mais de 330 trabalhos técnicos, incluídos nos anais do evento. Clique aqui para ter acesso à programação completa do evento.

O Congresso é uma promoção da ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica), associação que reúne a comunidade geotécnica do Brasil, empresas, engenheiros e demais técnicos especializados em geotecnia. A ABMS é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 1950, e voltada ao desenvolvimento da Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica no Brasil.

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