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14/08/2008 - 10:20

Licitações nos portos pressionarão custos do setor produtivo brasileiro


Outorgas onerosas de terminais privativos, como pretende o governo, contrariam os interesses da sociedade. Esta é a opinião do diretor geral da CMA CGM do Brasil, Nelson Carlini, que participou no dia 12 de agosto (terça-feira), no do seminário “Portos Públicos X Terminais Privativos”, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

Segundo Carlini, as licitações de terminais privativos em áreas de particulares vão encarecer a operação portuária e os custos serão transferidos ao setor produtivo, com prejuízo para a sociedade.

“O certo seria a liberdade para os investimentos, pois é disso que o país precisa”, afirmou o armador, lembrando que diante das pressões o novo decreto dos portos deverá trazer um modelo mitigado, gerando novas distorções sem resolver definitivamente os problemas do setor.

O diretor da CMA CGM apresentou uma série de dados dos principais portos do mundo e fez uma análise comparativa dos custos e dos gargalos da infra-estrutura logística brasileira.

Ressaltou, entre outros, que enquanto nos dez maiores portos de contêiner do mundo o calado é de pelo menos 15 metros, no Brasil o maior calado é de 12,8 metros, em Santos, mas apenas na maré cheia.

Lembrou ainda o alto custo médio de escala dos navios nos portos brasileiros, que chega a US$ 12.900,00, enquanto que entre os maiores portos dos “emergentes” – que competem diretamente com o Brasil – esses custos variam de US$ 4.400,00 (Dubai) a US$ 9.700 (Pussan, Coréia).

A desvantagem competitiva, salientou, estende-se também ao custo operacional de embarque e desembarque, sendo de US$ 225 por contêiner no Brasil, contra US$ 72 na Ásia, US$ 135 EUA, US$ 150 na Europa.

“Os obstáculos infralegais que estão sendo discutidos no novo Decreto dos Portos não contribuirão para eliminar a pressão sobre esses custos. O decreto deve apertar ainda mais o parafuso, provocando o naufrágio de investimentos já previstos. Este será o resultado, caso se confirme a tentativa de maximização das transferências onerosas, por meio de licitações, dos investimentos privados”, concluiu

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