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Reunião de bancos latino-americanos busca acelerar ciclo inédito de crescimento da região

FMI prevê mais dois anos de crescimento, chegando a cinco anos de ininterrupto ciclo positivo. Bancos de todo o subcontinente preparam reunião no Rio de Janeiro, em novembro, para manter crescimento e desenhar novos modelos de negócios.

O FMI divulgou suas previsões para o crescimento das economias da América Latina e Caribe. As taxas podem alcançar 4,8% ainda em 2006 e 4,2% para o próximo ano. Se as previsões forem confirmadas, o subcontinente completará um ciclo inédito na sua história, posto que as boas notícias do crescimento do PIB e do PIB per capita começaram no ano de 2003 e, até agora, não trocaram de mão.

Assegurar e acelerar esse ciclo de crescimento, além de aproveitar para realizar a inclusão de populações não bancarizadas, é algumas das principais metas da Assembléia 2006, evento que vai reunir representantes de instituições financeiras de 40 países, nos dias 12, 13 e 14 de novembro, no Rio de Janeiro. “A região necessita de investimentos a passos de gigantes se querem manter as taxas de crescimento dos últimos anos. Os bancos consideram fundamental que o crescimento econômico siga um ritmo acelerado. Antes que este boom mude o paradigma do ciclo, é importante aumentar a capacidade do complexo produtivo aliado a um aumento de produtividade”, destaca Juan Antonio Niño, presidente da Felaban, Federación Latinoamericana de Bancos, entidade responsável pelo evento.

Organizada pela sua associada brasileira, a Febraban, a Assembléia 2006, será realizada no Rio de Janeiro, entre os dias 12 a 14 de novembro e já conta com cerca de 1.100 inscritos do mundo todo.

Ciclo de crescimento - O PIB da região registrou crescimento promissor no encerramento do primeiro trimestre desse ano, que marcou uma evolução positiva de 5,5% sobre igual período do ano passado que, por sua vez, já marcava crescimento de 1,4% sobre 2004. Essa constante expansão foi pontificada, pelas contas do FMI, com as marcas de 5,9% em 2004 e outros 4,5% positivos registrados no encerramento de 2005 sobre 2004. De acordo com números da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), órgão de estudos ligado à ONU, esse ciclo de crescimento também se reflete no PIB per capita (ou o sentido no bolso dos cidadãos) que se expandiu em média e ao ano à razão de 2,8% no período de quatro anos. “O ciclo tem seu auge, acompanhado de altos preços dos chamados commodities e um melhor desempenho da demanda interna”, raciocina Antonio Niño.

É justamente esse fator que vai levar a Assembléia a desenhar aos bancos de todo o continente o modelo de negócios da microfinança. “O auge da demanda interna levou a um melhor comportamento da carteira de consumo, que experimenta um bom momento em vários países da região. Agora, a carteira que se associa aos empréstimos produtivos não ficam atrás. Por várias formas, os bancos da região estão presentes no financiamento das iniciativas dos empresários”, conta Antonio Niño.

A era de crescimento latino-americano apresenta fundamentos positivos. Os setores que lideram o crescimento são egressos da infra-estrutura: Transporte e Telecomunicações com 7,7% positivos nesse ano, secundados pela Construção com 6,4%. Os saldos em conta corrente de países da região criam um superávit inédito de 1,5% do PIB e chegam a US$ 35 bilhões disponíveis. Segundo aponta o BNDES (Banco Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social), o investimento externo cresceu 9,7% em 2005, atingindo um fluxo de US$ 47,8 bilhões.

Para incrementar as boas notícias, os bancos vão debater também a legislação em vigor e partir para saltos de crescimento. “Os bancos querem crescer em um mercado que tem imenso potencial. Além disso, os mercados financeiros se converteram em uma espécie de fiscais sobre o que virá da política econômica desenvolvida por nossas autoridades. Com políticas transparentes e críveis, os mercados funcionam”, explica o presidente da Felaban.

O executivo ainda ressalta que o enorme potencial da região, apesar da grande maioria da população não ter acesso aos recursos, está aberto a todos. “Recentemente, esteve presente com mais força, o tema das microfinanças. Muitos países estão aprendendo sobre esta forma de prestação de serviços. Outros as incluíram como parte de suas políticas públicas. Isto elevou a temperatura no tema da bancarização e o maior acesso aos recursos financeiros”, detalha o Antonio Niño.

Comércio exterior - O quadro atual traz mais informações e oportunidades de interação dos bancos com todas as sociedades da região. Talvez a causa mais decisiva do ciclo de crescimento seja a expansão das exportações e o aumento do preço médio dos bens exportados em relação ao que se importa. Nos últimos quatro anos, informa o FMI, o que a América Latina e o Caribe exportaram teve o preço majorado, em média, 11,7% enquanto o que a região importa viu crescer seu preço médio em 6,4%. Esse movimento criou superávits igualmente inéditos de US$ 465 bilhões em 2004 e US$ 560 bilhões no ano passado. “Enquanto ocorre a procura de recursos para financiar o comércio exterior, é fundamental pensar com mais seriedade nos mercados de capitais. Nestes se encontram novos recursos e produtos ajustados às necessidades de nossos empresários. Esse é um ponto fundamental para conquistar uma melhor proteção ao comércio. Produtos novos que proporcionem financiamento, diminuição dos riscos de prazo e de taxa de câmbio, segurança sobre a transação e flexibilidade”, diz Antonio Niño, ao informar que em 2004 houve um crescimento das exportações da região de 9,8% e mais outro de 7,7% em 2005.

Interesse de outras regiões - A organização do evento já contabiliza inscritos de 40 países diferentes, do mundo todo. Os banqueiros virão para assistir no congresso temas que contemplam oportunidades de negócios advindas do ciclo de crescimento como formas de integração tecnológica. “Estamos muito contentes com a chegada dos participantes de todas as latitudes. Este forte interesse na América Latina é uma amostragem de como o setor financeiro da região é sólido, bem regulado, com potencial de crescimento e que está na vanguarda dos grandes temas que tocam os bancos de todo o mundo. Queremos aumentar o tamanho de nossos patrimônios para alavancar os projetos que contribuam com o incremento de nossas realidades”, comenta o presidente da Felaban.

Entre os temas que serão discutidos, estão “Integração e desenvolvimento sustentado da América Latina”, “Expansão do acesso aos serviços bancários: conceito macro sobre a expansão de serviços financeiros e do crédito”, “Diversificação das formas de captação de recursos para comércio exterior”, “Captação de recursos através do mercado de capitais”, “Recursos Financeiros: mudanças face a negócios em mercados emergentes”, "Créditos e meio ambiente: conceitos aplicados às instituições financeiras", "Reflexos da política e da economia internacional nas relações comerciais dentro da América Latina" e “Negociações internacionais do comércio: bilaterais, regionais e multilaterais no comércio entre os países da América Latina".

Sobre os passos já dados para a integração dos processos de toda a região, Antonio Niño observa que “recentemente a Cepal propôs maior integração para a América Latina mediante aceleração das reduções de tarifas, prazos diferenciais e fortalecimento das instituições de comércio exterior”.

Para atingir o objetivo da maior integração, a Assembléia 2006 irá discutir como o oferecimento de produtos financeiros para o comércio exterior é um desafio que tem muitas arestas, ainda mais hoje que a tecnologia e as telecomunicações avançam a um ritmo frenético. “Pelo lado da Felaban temos feito um esforço enorme por homogeneizar produtos, tais como a Carta de Crédito e todos os documentos necessários para as operações internacionais. Também se tem avançado na expansão e capacitação dos sistemas eletrônicos transacionais que registram de forma segura e confiável a informação e os negócios dos banqueiros mundialmente”, afirma o presidente.

A edição 2006 da Assembléia conta com a organização da Febraban e, para os bancos brasileiros em particular, será uma excelente oportunidade de intensificar vínculos com seus parceiros internacionais em operações e financiamento ao comércio exterior. A Assembléia já registra o patrocínio da KPMG, Serasa, Unibanco, Itaú BBA, Bradesco, Banco do Brasil, VISA, BM&F e Standard Chartered, além de cerca de 70 instituições financeiras e empresas internacionais.

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