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Carnaval: Capacitação abre mercado para novos empreendedores

Na Cidade do Samba, zona portuária do Rio de Janeiro, onde ficam os galpões das escolas do primeiro grupo, o Centro de Produção da Associação das Mulheres Empresárias do Brasil (Amebras) vive um ritmo intenso. Uma equipe com mais de 100 pessoas do projeto Carnaval e Cidadania trabalha concentrada na confecção de 2 mil máscaras, 500 adereços e peças para decoração. Todo o material atenderá às encomendas para os eventos pré-carnavalescos como os que acontecem em grandes hotéis, como Sofitel, Intercontinental e Othon.

O trabalho deste grupo é um dos indicadores positivos do primeiro curso de capacitação de mão-de-obra realizado no segundo semestre de 2006, por iniciativa da Amebras. Em novembro passado, 138 pessoas receberam certificado pelo treinamento específico em áreas como bordados em fantasias, moda e desenho. Após a capacitação profissional, os formandos receberam orientações de empreendedorismo e cultura associativa do Sebrae/RJ, por meio do curso Juntos Somos Fortes.

“Cerca de 30% dos contratados este ano foram escolhidos entre os melhores alunos, o que significa que eles alcançaram um padrão de excelência para trabalhar com profissionais. Essa oferta de trabalho tende a aumentar. As escolas de samba estão de olho porque sabem que estamos cumprindo nosso propósito de formar uma mão-de-obra de referência”, explica a presidente da Amebras e coordenadora de Projetos Sociais da Liga das Escolas de Samba (Liesa), Célia Domingues.

A formação de profissionais do samba é apenas um dos aspectos deste trabalho conjunto entre a Amebras e o Sebrae/RJ. A parceria inclui da transformação dos insumos à implantação de uma cultura associativa; da criação de negócios coletivos nas oficinas de artesanato da Cidade do Samba à capacitação dos fornecedores e o acesso a mercados.

Neste último item, por exemplo, o Sebrae/RJ contribuiu decisivamente para a loja de souvenirs do projeto Carnaval e Cidadania, que já funciona dentro do galpão da Liesa, na Cidade do Samba. A loja oferece diversas peças que reproduzem a magia do Carnaval: de bonecos fantasiados representando figuras emblemáticas das escolas como o mestre-sala e porta-bandeiras a agendas. Todos os itens são confeccionados por artesãos ligados ao projeto de inclusão social e profissionalização desenvolvido pela Amebras.

Para atuar mais fortemente neste cenário, o Sebrae/RJ prepara um amplo diagnóstico, a ser divulgado em março, sobre a economia do Carnaval. Estudos anteriores, que servem de parâmetro para o Sebrae/RJ, apontam que a folia carioca movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão em negócios, responde por 60 mil empregos permanentes e dobra a oferta de trabalho nos três meses que antecedem à festa. A estimativa é que esta cadeia produtiva envolva, ao todo, cerca de 300 mil pessoas.

“A sofisticação crescente que as escolas apresentam constantemente nos desfiles deixa cada vez menos espaço para improvisação. Nossa meta é aumentar a profissionalização e fazer com que micro e pequenas empresas se insiram cada vez mais nesta cadeia produtiva, gerando renda e empregos no Estado do Rio", afirma o diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Sergio Malta.

Artesanato será homenageado pela Mocidade - O artesanato, atividade que hoje emprega 8,5 milhões de pessoas no Brasil, será o tema do Carnaval das escolas de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, do Rio de Janeiro, e Águia de Ouro, de São Paulo. Os espectadores do desfile carioca poderão ver, no domingo, dia 18 de fevereiro, uma amostra do artesanato de cada região brasileira. A Mocidade apresenta um panorama da cultura do País e uma alternativa à economia industrial e ao desemprego.

O artesão do Carnaval também não ficou de fora da homenagem. Na Mocidade, 220 pessoas trabalham na preparação do desfile. “Muitos são artesãos profissionais que, na época do Carnaval, ajudam a escola”, conta Palo Viana, presidente da Mocidade. Na última ala, 80 artesãos representarão, em um carro, todos os que fazem, à mão, o Carnaval.

A sugestão do tema veio do Instituto Centro Cape e da Central Mãos de Minas, entidades que reúnem artesãos mineiros e que estimulou a homenagem. “Buscamos patrocínio, fornecemos informação e indicamos artesãos”, conta a presidente dos dois órgãos, Tânia Machado.

Durante a pesquisa da paulista Águia de Ouro para fazer o desfile, a importância econômica e cultural da atividade ficou evidente, segundo o presidente da escola Sidnei Carriolo Antônio. “É papel da escola de samba mostrar coisas que estão no convívio diário de todos, mas que passam desapercebidas”, afirma.

O enredo parte da Bíblia, que descreve Deus como o primeiro artesão, ao esculpir o homem a partir do barro. “Percebemos que precisaríamos de 20 escolas de samba para falar de todo o artesanato brasileiro, então nos focamos no artesão”, explica Carriolo. Renda, vime e palha são algumas das matérias-primas comuns aos trabalhos artesanais utilizadas no desfile. “Apenas no barracão temos cerca de 200 pessoas trabalhando, fora as que fazem suas tarefas em casa”, conta o presidente da Águia de Ouro.

Desfile da Águia de Ouro – 17 de fevereiro (sábado) e o Desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel – 18 de fevereiro (domingo).

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