Grupo mundial de cafés investe mais R$ 90 milhões no brasil

Fabricante das marcas Pilão, Café do Ponto, Seleto, Caboclo e União, líderes de mercado, a Sara Lee Cafés do Brasil inaugurou dia 31 de outubro de 2006, sua nova fábrica no Distrito Industrial de Jundiaí - um investimento total de R$ 90 milhões. A empresa aposta no País, no momento em que a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) revela que o investimento estrangeiro direto na economia brasileira caiu 17% entre 2004 e 2005 e este ano deve cair mais 2%, segundo as informações. "Vemos no mercado brasileiro uma grande oportunidade de desenvolvimento agora e no futuro", afirma o presidente da Sara Lee do Brasil, Dantes Hurtado Júnior.

Estiveram presentes no evento, além de Hurtado Júnior, o presidente da Sara Lee Internacional, Adriaan Nühn; o presidente da Sara Lee, Divisão Chás e Cafés, Frank Van Oers; o presidente Financeiro da Sara Lee Internacional, Mark Garvey; o vice-presidente de Manufatura da Sara Lee Internacional, Jan Donkers; a gerente executiva de Marketing e Food Service, Lílian Miranda; representante do Ministério da Agricultura; e os prefeitos Ary Fossen, de Jundiaí, e Ocimar Polli, do município vizinho de Itupeva, entre outras autoridades e convidados.

Também no dia 31, a Sara Lee promoveu, às 10h30, um encontro com jornalistas convidados, com apresentação e visita à nova fábrica, seguida de coquetel. A unidade da Sara Lee em Jundiaí, a segunda no País, emprega inicialmente 230 funcionários diretos, gerando cerca de 600 empregos indiretos na região, segundo o gerente de Promoções e Eventos, Paulo Sergio Mero. A empresa tem no Brasil cerca de 1.200 funcionários.

O presidente da Sara Lee do Brasil explica que a Sara Lee Cafés, que tem sede em Chicago, nos Estados Unidos, reafirma seu interesse em aplicar no País, onde acredita em grande potencial de crescimento, especialmente no mercado de produtos de consumo. "Nosso investimento vai gerar, ao lado de produtos de alta qualidade, empregos e renda para todos os envolvidos em nossa cadeia de produção", enfatiza Hurtado Júnior.

A nova unidade brasileira faz parte do plano mundial da empresa de investir em mercados emergentes que considera prioritários, garantindo ao grupo estrutura industrial própria para ser o maior produtor do mundo de café torrado e moído.

A Sara Lee é líder no mercado brasileiro, onde detém cerca de 22% de participação (market share). O País, considerado estratégico pela empresa, é o maior produtor do mundo e o segundo maior consumidor. O primeiro é os Estados Unidos. O grupo é presidido mundialmente por Brenda Barnes, CEO (Chief Executive Officer) relacionada este ano entre as 10 mais poderosas mulheres do mundo pelas revistas Fortune (em 6º) e Forbes (em 9º).

A escolha de Jundiaí é estratégica. A malha de acesso à cidade permite o recebimento de matérias-primas e o escoamento da produção da empresa para qualquer localidade brasileira. Passam pelo município algumas das melhores e principais estradas do País e há garantia de fornecimento de água e de gás, insumos fundamentais para a fabricação de café torrado e moído, bem como mão-de-obra altamente qualificada.

Histórico - A Sara Lee, que nasceu nos Estados Unidos em 1939, ingressou no mercado brasileiro em 1998, quando adquiriu a marca Café do Ponto. O grupo, que emprega cerca de 137 mil funcionários no mundo, atua em aproximadamente 200 países nos segmentos de alimentos, bebidas não-alcoólicas, como café e chá, produtos de higiene pessoal e limpeza. A Sara Lee - nome de uma fabricante de pães e bolos, comprada pelo grupo - detém mais de 100 marcas de produtos, a maioria líder em seus segmentos.

Depois de ter o Café do Ponto, o grupo comprou as marcas Seleto (em 1999) e Pilão, União e Caboclo (2000), passando a deter as grandes marcas atuantes no Brasil, de qualidade superior.

Na atualidade, todas as suas operações no Brasil estão concentradas no segmento de cafés. A nova planta industrial de Jundiaí, com 35 mil metros quadrados de área construída, num total de 226.596 metros quadrados, está planejada para incorporar inovações tecnológicas das mais modernas no processamento e embalagem de café.

A nova fábrica - A fábrica de Jundiaí reúne alta capacidade de processamento e automação, segundo o gerente de Manufatura, Alfio Mazzini. Em produtividade, ela oferece alternativa de recebimento de café a granel com transporte pneumático, um processo exclusivo e inovador no mercado. Conta também com sistema de dosagem e torradores de café automáticos, que permitem um ajuste fino dos blends (combinação de grãos) de café.

Na área de embalagem, houve grande atenção na expansão da capacidade de envase a vácuo, que pode chegar a 80% de capacidade produtiva, em razão de o sistema representar ganhos em escala para a indústria, o comércio e o consumidor. O café embalado a vácuo conserva mais aroma e sabor, mantendo os atributos do produto por muito mais tempo (shelf life de 18 meses, contra 5 meses na embalagem comum, tipo almofada).

A paletização e empacotamento automático são outros itens de destaque. O armazém disponibiliza 15 docas para agilizar o carregamento, facilitando o processo de escoamento da produção.

Merece destaque ainda a preocupação com o meio ambiente: aproveitamento da água da chuva e a manutenção de APP - Área de Preservação Permanente, com aproximadamente 52.000 metros quadrados, além de rígido processo de controle de emissão de poluente.

As APPs foram definidas pelo Código Florestal, de 1965. Posteriormente, de acordo com a Lei nº 6.938/1981, foram consideradas como reservas ecológicas, para proteger o ambiente natural. São áreas apropriadas para alteração de uso da terra, devendo estar cobertas com a vegetação original. A cobertura vegetal nestas áreas irá atenuar os efeitos erosivos e a lixiviação dos solos, contribuindo também para regularização do fluxo hídrico, redução do assoreamento dos cursos d'água e reservatórios e benefícios para a fauna.