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20/08/2008 - 12:14

I Encontro Internacional de Comercio Justo e Solidário reúne no Rio de Janeiro compradores estrangeiros e produtores nacionais

O I Encontro Internacional de Comércio Justo e Solidário, que começou no dia 19 de agosto (terça-feira), no Rio de Janeiro, reuniu cerca de 100 grupos produtores de 10 estados do país, e compradores estrangeiros interessados em adquirir produtos feitos com base nos conceitos de comércio justo. O evento, organizado pelo Sebrae/RJ, tem o objetivo de proporcionar, pela primeira vez, a oportunidade de produtores nacionais fecharem negócios, num mesmo encontro, com compradores brasileiros e estrangeiros. De acordo com Sergio Malta, diretor-superintendente do Sebrae/RJ, a expectativa é que o evento gere negócios da ordem de R$ 1,2 milhão nos próximos seis meses. O Encontro está sendo realizado no Museu de Arte Moderna (MAM) e termina nesta(quarta-feira, dia 20/8).

No primeiro dia, o destaque ficou por conta dos debates sobre a prática de compradores estrangeiros e grupos nacionais que praticam o comércio justo. Para o empreendedor francês Thomas Favennec, da Fair Planet, além de promover desenvolvimento social, a empresa abriu as portas para a exportação para a França de roupas produzidas no Brasil com malha de pet e algodão orgânico. A empresa, que atua no Brasil há três anos, desenvolve um programa que engloba todo o processo da cadeia produtiva, desde a produção do algodão orgânico, no interior do Paraná, passando pela confecção do tecido, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, até a exportação para a França. “No ano passado, alcançamos uma produção de 40 mil peças”, afirmou.

Outro destaque ficou por conta do comprador canadense Naji Harb, da Pillar Group. Segundo ele, o pequeno produtor brasileiro certificado é organizado e tem a confiança do mercado internacional. “Podemos levar os produtos para qualquer parte do mundo com a garantia de qualidade. Entre os que mais despertam o interesse do mercado internacional estão café, frutas in natura, sucos e vinho”, explica.

O Comércio Justo e Solidário é um conceito de parceria comercial, que estabelece um contato direto entre o comprador e o produtor, sem intermediários, que contribui para o desenvolvimento sustentável, e que ainda por cima movimenta US$ 2,3 bilhões no mundo. Surgido na década de 60 para proporcionar oportunidades de desenvolvimento econômico, social e político a esses grupos, a prática hoje reúne cerca de um milhão de produtores de vários setores em mais de 50 países.

Os princípios básicos de uma produção caracterizada pelo comércio justo são: a eliminação dos níveis de intermediação comercial especulativa e de discriminação de raça, gênero e religião, a erradicação do trabalho infantil e escravo, a preservação da saúde e do meio ambiente, a garantia de pagamento de preços justos aos pequenos produtores e relações duradouras, o respeito aos direitos trabalhistas, o estabelecimento de demandas de longo prazo e de políticas de relações éticas transparentes e co-responsáveis entre os diversos elos da cadeia produtiva.

O resultado deste conceito é a remuneração justa e uma relação comercial estável, além do desenvolvimento sustentável da comunidade. De acordo com dados da entidade internacional de certificação FLO – Fair Trade Labelling Organisations, o comércio justo internacional certificado cresceu, nos últimos cinco anos, a taxas anuais acima de 20%. O Brasil conta atualmente com 31 operadoras certificadas pela FLO.

O comércio justo e solidário no Brasil - No Brasil, o comércio justo é desenvolvido há seis anos, por meio do Faces do Brasil (Fórum de Articulação de Comércio Ético e Solidário do Brasil), que congrega redes de pequenos produtores da economia solidária, ONGs e organizações públicas e privadas de fomento e apoio a iniciativas produtivas, como o Sebrae. No Rio de Janeiro, a entidade começou a colocar em prática os princípios do comércio justo e solidário em alguns grupos produtivos por acreditar que a prática é uma tendência e um importante caminho a ser seguido por pequenos empreendedores. O projeto tornou-se modelo para o Sistema Sebrae e passou a ser implantado em outros estados. Atualmente o Sebrae/RJ a entidade acompanha e apóia o desenvolvimento de 30 grupos fluminenses. Entre os principais produtos estão mel, banana, café, açúcar mascavo, tecido de algodão ecológico e confecção.

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