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21/08/2008 - 10:35

Ceará ganha o primeiro terminal brasileiro de GNL


Ainda em 2008, o segundo terminal de regaseificação da Petrobras será inaugurado na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou no dia 20 de agosto (quarta-feira), o primeiro terminal de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) do país. O empreendimento está instalado no Porto Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante, no Ceará. Com um projeto inédito no mundo, este terminal dá início à atuação da Petrobras como agente no mercado internacional de Gás Natural Liquefeito (GNL). Ainda este ano, o segundo terminal de regaseificação da Petrobras será inaugurado na Baía de Guanabara (RJ).

O terminal de Pecém tem capacidade para regaseificar 7 milhões de metros cúbicos/dia. Com o GNL, o país terá maior flexibilidade e segurança na oferta de gás natural aos mercados térmico e não-térmico. O GNL será utilizado para atender, prioritariamente, as usinas termelétricas (UTEs).

Em sua mensagem o presidente da República ressaltou a capacidade de realização da Petrobras: "Esse terminal foi construído em tempo recorde, em oito meses. Isso significa que a Petrobras vai se transformando aos poucos em mais do que uma empresa de petróleo". O presidente falou ainda sobre o momento especial que o país atravessa. Ao final, afirmou "esse terminal que está aqui (no Ceará) é um orgulho para a Petrobras, é um orgulho para o Brasil.

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que o novo terminal é de alta tecnologia e inovador pois traz o gás comprimido em 600 vezes, numa temperatura inferior à 160 º na forma líquida. Ao chegar, o produto é transformado novamente em gás antes de ser injetado na rede de gasodutos. Ele também enfatizou o esforço que a Petrobras empreende na construção de uma rede de gasodutos que interligará o Nordeste ao Sul do país por todas as redes do Brasil. Segundo ele, "esse terminal é pioneiro, dá orgulho para o Nordeste e dá orgulho para o Ceará, pois dará uma contribuição fundamental para a estabilidade do sistema elétrico brasileiro no Nordeste".

Pela Petrobras participaram o presidente José Sergio Gabrielli, os diretores Maria das Graças Foster, Paulo Roberto Costa, além do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o presidente da Petrobras Bicocombustível, Alan Kardec , o presidente da Petrobras Distribuidora, José Eduardo Dutra, e de autoridades federais, estaduais e municipais, empresários além de representantes de entidades sindicais.

Projeto inédito - O projeto GNL Petrobras é inédito no mundo. Os terminais de regaseificação da Companhia são os primeiros a utilizar navios adaptados para realizar tanto o armazenamento do GNL como a regaseificação do produto a bordo. O Brasil também é pioneiro ao adotar o modelo de transferência de GNL de um navio supridor para outro navio regaseificador por meio de braços criogênicos, capazes de suportar temperaturas de cerca de 160º C negativos.

Características do terminal - A capacidade de regaseificação do terminal instalado no Porto de Pecém, 7 milhões de metros cúbicos de gás/dia, equivale a cerca de metade do consumo atual de gás natural destinado ao mercado térmico em todo o país. Também representa um acréscimo de 11% na oferta atual (jul/08) de gás natural ao mercado nacional, que é de 60 milhões de metros cúbicos/dia. O gás processado em Pecém será usado, prioritariamente, para a geração de energia elétrica nas usinas Termoceará (CE), Termofortaleza (CE) e Jesus Soares Pereira (RN).

A Petrobras adaptou a estrutura do píer 2 do Porto de Pecém, que funcionava como terminal de derivados de petróleo, de forma a prepará-lo para receber o GNL. Para a adequação, foram construídas duas plataformas de concreto para elevar a altura do píer em três metros. Também foi feito reforço na estrutura de atracação e amarração (os chamados dolfins de amarração e atracação) das embarcações, e montadas facilidades para a transferência de GNL entre o berço externo e interno do píer (sistema de tubulações, válvulas e instrumentação), chamado skid central.

Estas obras de reforço permitem a ancoragem de navios de grande porte, como são os supridores de GNL, e a perfeita segurança do terminal. O píer tem cerca de 340 metros de comprimento. A plataforma de atracação, com 45 metros de comprimento por 32 metros de largura, será compartilhada pela infra-estrutura de GNL e de combustíveis líquidos. No terminal, também foram instalados seis braços para transferência de GNL e dois para Gás Natural Comprimido (GNC). Todos eles têm 28 metros de altura. Os braços para GNL pesam 70 toneladas cada; e os para GNC, 85 toneladas.

Além das intervenções no píer, foi construído um gasoduto (22,5km de extensão) que liga o terminal à malha de transporte de gás já existente. Um trecho desse gasoduto (2,5 km) é aéreo, instalado na ponte de acesso ao píer. O restante (20 km) é terrestre. Também foi construída uma nova casa de controle.

Iniciadas em 20 de dezembro de 2007, as obras para construção do terminal de GNL em Pecém foram concluídas no prazo recorde de oito meses. Cerca de 36% da mão-de-obra, de um total de 450 empregados, foi recrutada no distrito de Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante.

Como funcionam os terminais - Como o nome sugere, Gás Natural Liquefeito (GNL) é o Gás Natural (GN) no estado líquido. A liquefação (passagem do estado gasoso para o estado líquido) acontece após o resfriamento do GN à temperatura de 162º C negativos. No estado líquido, o gás natural tem o seu volume reduzido em cerca de 600 vezes, o que traz facilidades para o transporte. No estado gasoso, o transporte do GN é feito por gasodutos, sob pressão de até 100 quilos por centímetro quadrado.

No estado líquido, o gás pode ser transportado em navios criogênicos. Ao chegar ao seu destino, o GNL é submetido a um processo físico de regaseificação para voltar à forma gasosa. Este processo ocorre por meio da elevação da temperatura, feita nas unidades de regaseificação.

No projeto GNL Petrobras, cada terminal de regaseificação tem capacidade de receber dois navios: um supridor de GNL e outro regaseificador. A cada compra de carga, um navio supridor de GNL vem ao país trazer o gás para ser regaseificado nos navios regaseificadores da Petrobras.

A transferência de GNL entre os navios é feita por meio dos braços criogênicos, dotados de alta tecnologia que garantem a operação com segurança e eficiência. Nos terminais, por meio dos sistemas de tubulações e válvulas, é feita a transferência do GNL entre os braços. Ou seja, o GNL é retirado do navio supridor por meio dos braços, passa pelas tubulações e, em seguida, por meio de outros braços, é injetado nos tanques do navio regaseificador.

Após a regaseificação realizada na planta de regaseificação localizada dentro do próprio navio, o gás é injetado na malha de transporte. Nessa operação, a transferência do gás, agora no estado original gasoso e sob pressão de 100 quilos por centímetro quadrado, é feita por meio de braços de Gás Natural Comprimido (GNC). O terminal de GNL será operado pela Transpetro. A empresa treinou um grupo de 12 operadores em alguns dos principais terminais de GNL do mundo.

Navio armazena e regaseifica GNL a bordo - A embarcação afretada pela Petrobras para o terminal de Pecém tem capacidade de regaseificação de 7 milhões de metros cúbicos/dia; e de armazenar 129 mil metros cúbicos de GNL, o equivalente a 77 milhões de metros cúbicos de gás natural. Com cinco tanques de armazenamento, a embarcação tem dimensões grandiosas: 289 metros de comprimento, 44,6 metros de largura e 11,9 metros de calado.

A conversão do navio, chamado Golar Spirit, foi realizada no estaleiro Keppel, em Cingapura. A obra, iniciada em outubro de 2007, foi concluída no prazo recorde de oito meses. Neste período, foram realizadas as atividades de construção e montagem da planta de regaseificação e dos equipamentos criogênicos. No trajeto entre Cingapura e o Brasil, o navio fez o primeiro carregamento de GNL em Trinidad & Tobago.

A embarcação, que saiu de Cingapura em 11 de junho, chegou em Pecém no dia 22 de julho. Antes de iniciar a operação comercial, a Petrobras está realizando inspeções técnicas detalhadas no navio. Ao chegar ao litoral brasileiro, a embarcação foi submetida a vistoria rotineira da Marinha.

Para abastecimento, a Petrobras tem contratos de suprimento de GNL com os principais fornecedores do mundo, entre eles a Shell e o BG Group. As bases dos contratos são adequadas à flexibilidade do projeto e a demanda do mercado interno.

Além desses contratos, chamados vinculantes e que asseguram a entrega de GNL a partir da sinalização de demanda, a Petrobras assinou onze Master Sales Agreement (MSA), que são acordos de intenção para compra e venda de GNL e estabelecem as principais condições para o fornecimento.

Padrões internacionais de segurança - O projeto GNL Petrobras segue os mais rígidos padrões internacionais de segurança. Foram adotadas as normas e orientações técnicas do Ocimf (Oil Companies International Marine Fórum) e da Sigtto (Society International Gas Tanker and Terminals Operators). A Petrobras integra estas entidades, que são referências internacionais no setor.

Entre as medidas adicionais de segurança adotadas pela Companhia está um sistema de inteligência que integra todo o terminal. É capaz de fazer a interrupção completa da transferência tanto de GNL entre os navios, como de gás natural do navio regaseificador para o gasoduto a qualquer sinal de anormalidade.

Todas as conexões de GNL e as de GNC têm válvulas especiais para o fechamento rápido, caso haja necessidade. Os braços de transferência também são dotados de um sistema de desengate de emergência, que prevê duas situações de atuação. Em uma, há o desligamento das bombas de cargas e o fechamento das válvulas dos braços; em outra, a desconexão dos braços dos navios.

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