Mercado streetfashion

Há uma visível lacuna – a ser preenchida – no mercado streetfashion, dos tênis menos performáticos e mais estilosos Nike, Adidas, New Balance, K-Swiss. Não são poucas as marcas que quebraram barreiras de estilo quando o assunto é streetfashion. O fato é que os tênis passam por um momento interessante no mundo, em versões que saíram do esportivo de performance para ganhar lugar cativo na moda casual.

É interessante olhar além das marcas internacionais (boa parte delas produzida aqui) em busca de grifes nacionais com apelo jovem e direcionadas a grandes públicos. É visível a lacuna nas prateleiras de produtos deste nicho. Esta subestimada fatia de mercado é dominada pelos híbridos de sapato e tênis. Fora deles, restam os calçados clássicos e modelos para a prática esportiva.

Para preencher este vazio, a produção nacional renova seu repertório com uma ferramenta segura: o velho e bom vintage. Um ótimo exemplo desta reciclagem pode ser creditado à Rainha, que relançou seu modelo Mont Car depois do sucesso da parceria com a grife paulista de roupas masculinas V.Rom. O tradicional modelo Iate, renovado com boas estampas, também voltou ao mercado na coleção da Redley. Ambos uma herança fortíssima dos anos 80.

A febre do sneaker também pode ser medida no Brasil. O coletivo carioca OESTUDIO está aí para mostrar que um bom tênis não precisa ser datado, adornado por recortes extravagantes ou ter amortecedores potentes. A inspiração, no caso, veio dos tradicionais brogues ingleses, que deram origem a um modelo vulcanizado espertíssimo.

Há pouco tempo no mercado, a marca francesa Veja sai na frente da produção brasileira e aplica noções de desenvolvimento sustentável e materiais biodegradáveis para produzir aqui um modelo exportado para o mundo com apelo de brasilidade. As solas são de borracha da Amazônia, a sapatilha é de algodão orgânico desenvolvido sem agrotóxicos. A produção é feita em uma pequena cooperativa no Ceará, que integra o projeto de uma Ong local. | SenaiDesign