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21/08/2008 - 11:23

I Encontro Internacional de Comercio Justo e Solidário aproxima produtores nacionais do mercado estrangeiro

Nos dois dias do evento, que terminou hoje no Rio de Janeiro, produtores brasileiros iniciaram negociações para exportação de seus artigos.

O I Encontro Internacional de Comércio Justo e Solidário se consolidou como uma grande oportunidade para produtores nacionais conhecerem as principais demandas do mercado internacional. Durante dois dias de evento, promovido pelo Sebrae/RJ, cerca de 100 grupos produtores de 10 estados do país tiveram a oportunidade de apresentar seus artigos – artesanato e produtos agrícolas – e também de iniciar o processo de negociação em países como França e Canadá. “Foi uma grande experiência para estes grupos que puderam estreitar as relações comerciais e conhecer outros exemplos de comércio justo praticado no mundo”, afirma Sergio Malta, diretor-superintendente do Sebrae/RJ. Segundo ele, a expectativa é que o evento gere negócios da ordem de R$ 1,2 milhão nos próximos seis meses. O evento aconteceu no Museu de Arte Moderna (MAM).

Para Tiago Davi, da Solidarium, do Paraná, o evento abriu as portas para novos negócios na Europa. A empresa comercializa produtos de artesãos que, entre outras atividades, aproveitam retalhos de uma fábrica de estofados para confecção de artesanato. “Com o evento, o movimento do comércio justo é fortalecido e podemos conhecer novos compradores”, disse Tiago. A iniciativa paranaense despertou o interesse do empreendedor francês Frederic Bailly, da empresa La Compagnie du Commerce Equitable, que importa artigos para comercializá-los em 40 países. “Gostei muito dos produtos e vamos avaliar a aceitação no mercado europeu”, disse Frederic.

O Comércio Justo e Solidário contribui para o desenvolvimento sustentável e movimenta US$ 2,3 bilhões no mundo. Surgido na década de 60 para proporcionar oportunidades de desenvolvimento econômico, social e político a pequenos grupos produtores, a prática hoje reúne cerca de um milhão de produtores de vários setores em mais de 50 países.

Os princípios básicos de uma produção caracterizada pelo comércio justo são: a eliminação dos níveis de intermediação comercial especulativa e de discriminação de raça, gênero e religião, a erradicação do trabalho infantil e escravo, a preservação da saúde e do meio ambiente, a garantia de pagamento de preços justos aos pequenos produtores e relações duradouras, o respeito aos direitos trabalhistas, o estabelecimento de demandas de longo prazo e de políticas de relações éticas transparentes e co-responsáveis entre os diversos elos da cadeia produtiva.

O resultado deste conceito é a remuneração justa e uma relação comercial estável, além do desenvolvimento sustentável da comunidade. De acordo com dados da entidade internacional de certificação FLO – Fair Trade Labelling Organizations, o comércio justo internacional certificado cresceu, nos últimos cinco anos, a taxas anuais acima de 20%. O Brasil conta atualmente com 31 operadoras certificadas pela FLO.

O comércio justo e solidário no Brasil - No Brasil, o comércio justo é desenvolvido há seis anos, por meio do Faces do Brasil (Fórum de Articulação de Comércio Ético e Solidário do Brasil), que congrega redes de pequenos produtores da economia solidária, ONGs e organizações públicas e privadas de fomento e apoio a iniciativas produtivas, como o Sebrae. No Rio de Janeiro, a entidade começou a colocar em prática os princípios do comércio justo e solidário em alguns grupos produtivos por acreditar que a prática é uma tendência e um importante caminho a ser seguido por pequenos empreendedores. O projeto tornou-se modelo para o Sistema Sebrae e passou a ser implantado em outros estados. Atualmente o Sebrae/RJ acompanha e apóia o desenvolvimento de 30 grupos fluminenses. Entre os principais produtos estão mel, banana, café, açúcar mascavo, tecido de algodão ecológico e confecção.

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