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23/08/2008 - 13:08

RIPA, MCT e ITEP realizam Oficina de Aqüicultura em Recife


A cidade de Recife (PE) é o berço do poeta modernista João Cabral de Melo Neto, que lançou em 1950 o poema “O Cão sem Plumas”, em que discorre sobre as más condições sociais e econômicas do homem que habitava as margens do rio Capibaribe, que corta a cidade. O poema faz referência ao descaso do homem com o meio ambiente e registra a indignação do poeta com o subdesenvolvimento da época. Passados 58 anos, o desenvolvimento de ciência e tecnologia ainda persegue a preservação ao meio ambiente e a oferta de alimentos de qualidade a preços acessíveis. Aprimorar o uso do camarão, marisco, rã, molusco, alga e peixes marinhos, continentais, ornamentais, entre outras aqüiculturas, é o assunto que irá reunir 80 pesquisadores do setor em Recife, de 25 a 27 de agosto.

A “Oficina de Aqüicultura” é promovida pela Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio (Ripa), coordenada pelo Instituto de Estudos Avançados da USP São Carlos, em parceria com o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e o Instituto Tecnológico de Pernambuco (Itep). De acordo com o engenheiro de pesca, pesquisador do Laboratório de Tecnologia Ambiental-Labtam do ITEP e assessor técnico da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Glauber Carvalho, os especialistas irão discutir carcinicultura marinha (cultivo de camarões marinho), piscicultura marinha e continental (cultivo de peixes), a malacocultura (cultivo de ostras), ranicultura (cultivo de rãs), peixes ornamentais, carcinicultura de água doce e algocultura (cultivo de algas), além do tema recursos hídricos com foco em manejo e sustentabilidade na aqüicultura.

A Oficina reunirá grupos de trabalho para discutir os diversos temas. Para a abertura das atividades no dia 25 está confirmada a palestra com o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Antonio Ostrensky Neto, responsável pelo Estudo Setorial para o Desenvolvimento Sustentável da Aqüicultura no Brasil.

Uma das novidades tratadas no evento será a unidade de Geoinformação do Itep, que irá integrar o Sistema de Informações Geográficas (SIG) da Rede Tecnológica de Aqüicultura da Região Nordeste (Aqua-Gis). Posteriormente, os dados serão disponibilizados na internet para consulta de produtores, financiadores e gestores. De acordo com Carvalho, o ITEP pretende realizar visitas a campo e efetuar o georreferenciamento dos integrantes do setor. Durante a Oficina de Aqüicultura, o presidente do ITEP Frederico Montenegro vai apresentar um acervo de mapas temáticos e a base de dados que será disponibilizada para consultas via Internet.

O trabalho realizado pelo ITEP, e financiado pela RIPA, levantou dados secundários sobre o setor aqüícola junto da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca e dos seus escritórios estaduais, dos órgãos estaduais de meio ambiente, dos escritórios regionais da Secretaria de Patrimônio da União e de diversas instituições com atuação no setor.

No segmento da aqüicultura, o ITEP tem concentrado esforços para atender as demandas tecnológicas do setor, elaborando programas de certificação dos processos produtivos, desenvolvendo pesquisas e monitoramento de empreendimentos aqüícolas e integrando a rede de pesquisa Rede de Carcinicultura do Nordeste (Recarcine), que congrega diversas universidades e centros de tecnologia da Região Nordeste.

Números da Aqüicultura - Em agosto de deste ano o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou em Salvador, durante lançamento do “Mais Pesca e Aqüicultura” - Plano de Desenvolvimento Sustentável 2008/2011, medida provisória transformando a Secretaria Especial em Ministério da Pesca e Aqüicultura (MPA). Com a mudança, o novo órgão passa a ter novas competências para o desenvolvimento de políticas voltadas para o setor. O objetivo do Plano é fomentar a produção de pescado no país para transformar o peixe em um alimento popular. A Secretaria Especial foi criada em janeiro de 2003.

O potencial do Brasil para o desenvolvimento da aqüicultura é grande já que, somente de costa marítima, o país é constituído por 8.400 quilômetros. De acordo com dados do governo federal, a produção de pescado no Brasil em 2006 alcançou um volume de 1.050.808 toneladas e apresentou um crescimento de 4,1% quando comparado a 2005, com valor de produção correspondente a R$ 3.294.604.130,05. O volume oriundo da aqüicultura totaliza 271.695,5 t (25,9%) da produção total de pescado do Brasil. Dentre as regiões produtoras, o Nordeste manteve-se em primeiro lugar com 109.849 t, ancorada pela produção do camarão marinho (Litopenaeus vannamei), principal produto na pauta de exportação responsável por 41,89% das vendas ao exterior, seguido pela tilápia (Oreochromis niloticus). Em análise por ambiente, a aqüicultura continental na região Nordeste obteve a segunda posição no ranking das principais regiões produtoras com 22% do volume produzido, com foco no cultivo de tilápias e de tambaquis. Na maricultura, a produção foi de 88.967 toneladas equivalente a 33% da produção nacional ou a 28,3% da produção total da aqüicultura brasileira, gerando uma receita de aproximadamente US$ 303,6 milhões, representada principalmente pela produção de camarão.

RIPA - A Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio (RIPA) foi criada em 2004 pelo Comitê Gestor do Fundo Setorial de Agronegócio (CT-Agro) do Ministério da Ciência e Tecnologia com o propósito de subsidiá-lo, bem como a agências de fomento, Ministérios afins, instituições de pesquisa, setor produtivo e terceiro setor, no estabelecimento de prioridades e na promoção de estudos, projetos e iniciativas que pressuponham decisões de natureza estratégica e competitiva baseadas na inovação tecnológica. O projeto RIPA é financiado com recursos do Fundo Setorial do Agronegócio (CT-Agro), via Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A RIPA é parceria da Embrapa, Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), empresa Listen Local Information System, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV). O coordenador executivo da RIPA, Paulo Estevão Cruvinel é pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Carlos (SP).

ITEP - O Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP-OS), organização social sem fins econômicos, é um centro de referência regional na oferta de soluções tecnológicas para o setor produtivo, visando à modernização e ao desenvolvimento sustentável de Pernambuco e da Região Nordeste. Criado em 1942, o ITEP atua no atendimento às principais demandas dos setores econômicos estratégicos do Estado e do Nordeste, priorizando as propostas que promovem a redução de desigualdades tecnológicas regionais e a inclusão social, através da geração de novos empregos e novos empreendimentos, além da melhoria de competitividade tecnológica dos empreendimentos já existentes e dos arranjos produtivos locais.

“Oficina de Aqüicultura”, dias 25 e 26, a partir das 8h30 e dia 27 até 12h30, no Hotel Atlante Plaza - Avenida Boa Viagem, 5426 - Boa Viagem. | Foto: Glauber Carvalho é pesquisador do Laboratório de Tecnologia Ambiental do ITEP || Por: . Roberta Salgado Gonçalves da Silva / RIPA

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