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26/08/2008 - 11:38

Idosos e eleições

Os idosos desse país sempre nos trazem excelentes surpresas. Seja na arte, na cultura, na literatura e no empreendedorismo, lá estão eles, contribuindo para o desenvolvimento nacional. E quem acha que eles param por aí, se engana. Nas eleições de 2008, lá estão novamente marcando presença.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 208 cidadãos com mais de 70 anos – homens e mulheres - pretendem disputar prefeituras em todo o país. Eles se concentram principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste, sendo quase uma centena apenas no estado de Minas Gerais. O posto de mais velho é ocupado por dois candidatos, ambos com 89 anos. O órgão recebeu, no total, 378 pedidos de candidaturas, mas algumas foram impugnadas ou rejeitadas e outras ainda se encontram sob avaliação da Justiça Eleitoral.

Na lista de candidatos “vividos”, figuram diversos tipos de profissionais. São agricultores, pecuaristas, advogados, comerciantes, professores, motoristas, médicos e bancários. Há também juízes, dentistas, jornalistas e um zootecnista, além de outros 65 declarados à Justiça Eleitoral como aposentados.

O quadro revela alguns pontos importantes a serem analisados. O primeiro diz respeito à democracia. Graças a esse regime de governo, o Brasil pode colocar para a escolha da população candidatos das mais variadas profissões, classes sociais e idade. O único requisito imposto pela Constituição Federal é a idade mínima. Para a disputa de cargos a prefeito, vice-prefeito e deputado é preciso ter mais de 21 anos.

Uma análise especial deve ser realizada também sobre o comportamento da terceira idade. Sua presença nas eleições nos leva a duas importantes constatações. A primeira é que idade e inatividade não são palavras “casadas” quando impera a vontade de ser útil. Mesmo depois de dedicar décadas de vida ao trabalho, há idosos que ainda guardam energia de sobra e que desejam usá-la para fazer “diferença” para o país. E é justamente nesse sentido que pode ser feita a segunda constatação.

Assim como milhões de outros cidadãos, os idosos também estão insatisfeitos com a forma pelas quais muitas cidades do país estão sendo conduzidas. São pessoas que querem aproveitar a experiência adquirida no decorrer do tempo para buscar soluções para situações que incomodam. Acreditam que sabem o caminho das pedras, da transformação.

Os motivos que levam tais pessoas especiais à busca de cargos públicos são nobres e devem ser aplaudidos. Nesse contexto, porém, há algo ainda maior. Por atividade ou por ideologia, o mais importante é que o levantamento realizado pelo TSE dá ao imenso eleitorado brasileiro composto pela terceira idade uma esperança: a de que seus anseios estão devidamente representados no poder. Vida longa aos candidatos e boas eleições!

. Por: Milton Dallari é diretor administrativo e financeiro do Sebrae-SP e conselheiro da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp.

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