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02/09/2008 - 09:37

Rio 2016 mobiliza o setor hoteleiro

Hotéis apóiam a candidatura ao aderir ao contrato exigido pelo Comitê Olímpico Internacional.

Rio de Janeiro - Um dos desafios da cidade do Rio de Janeiro para consolidar a confiança do Comitê Olímpico Internacional (COI) até a votação, em outubro de 2009, da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016 é o item Acomodações. O Rio tem hoje em torno de 22.500 quartos no nível de hotelaria aceito pelo COI, que varia de duas a cinco estrelas. Com o objetivo de sediar as Olimpíadas, o plano do Comitê de Candidatura Rio 2016 é, além da construção de novos empreendimentos previstos, alcançar a adesão das redes hoteleiras já existentes na cidade. Nos hotéis de 5 estrelas da cidade, entre os quais Copacabana Palace, Fasano e Windsor, a taxa de adesão já atinge 90% do total de quartos. Além destes, 6 mil quartos de hotéis de 2 a 4 estrelas, como Sol Ipanema, Rio Copa, Copa Sul e Mar Ipanema, já estão comprometidos com o projeto olímpico.

Para envolver o setor e atingir tais resultados, foi montada uma força-tarefa com os principais integrantes do trade de turismo do Rio, que compõem a Comissão de Acomodações do Comitê de Candidatura. Entre eles, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH); Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio); Rio Convention & Visitors Bureau (RC&VB); Ministério do Turismo; Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur); Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do Estado do Rio de Janeiro; Empresa de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (TurisRio); Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (RioTur); e outras entidades ligadas ao setor. Também participam da Comissão representantes do Ministério do Esporte, da Subsecretaria Especial do Município para o Rio 2016 e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

A Comissão vem trabalhando para que os hotéis fluminenses ofereçam garantias de receber os turistas dos Jogos Rio 2016 caso a cidade venha a sediá-los. É necessária a adesão de 90% dos quartos disponíveis de cada hotel. A formalização do compromisso é feita a partir da assinatura de um contrato de adesão ao projeto olímpico. A mobilização do setor é um importante passo para atingir a meta mínima do COI de 40 mil quartos para público e Família Olímpica durante os Jogos. Até 2012, o setor prevê 3.885 mil novos quartos na cidade, que complementarão os já existentes. Os empreendimentos a serem construídos são analisados pelo consultor internacional de Acomodações John Sindelar. O projeto da área inclui, além dos hotéis, a construção de vilas de mídia e de árbitros, a utilização de transatlânticos aportados na cidade e possivelmente a locação de apartamentos de temporada no município. Ao todo, o projeto olímpico do Rio soma mais de 49 mil quartos, acima das exigências do COI, em um raio de até 50km a partir do Parque Olímpico (Barra da Tijuca).

Em 2008, depois que a cidade do Rio foi anunciada como candidata aos Jogos Olímpicos de 2016 (junto a Tóquio, Madri e Chicago, dia 4 de junho em Atenas), a hotelaria fluminense foi convidada para um encontro geral seguido do Fórum Comercial da ABIH, ainda em junho. Na ocasião, estiveram presentes 42 representantes de cerca de 60 hotéis do estado, considerados decisivos pelos dirigentes do setor turístico. Durante o encontro, a Comissão de Acomodações apresentou o projeto para o dossiê exigido pelo COI, que será entregue em fevereiro de 2009. Em resposta positiva, os representantes do setor no Fórum voluntariamente reduziram as tarifas de hospedagem, em demonstração de compromisso com os Jogos Olímpicos.

As ações do Comitê estão em consonância com a preparação de outros grandes eventos já confirmados na cidade do Rio: os Jogos Mundiais Militares de 2011, a Copa das Confederações de Futebol de 2013 e a Copa do Mundo de 2014. A preparação do Rio para sediar os três eventos e se manter no páreo para os Jogos Olímpicos inclui também a qualificação e o fomento da indústria hoteleira do estado, através da realização de seminários, palestras e exposições, captação de agentes financiadores internacionais e nacionais e incentivos governamentais para novos empreendimentos. O Ministério do Turismo está criando linhas de crédito para qualificação hoteleira. Além disso, a auto-avaliação também se tornou gratuita, o que favorece a classificação do setor, obrigatória para as redes que aderem ao projeto olímpico.

Benefícios desde já - Além de o setor ser qualificado e preparado para os Jogos através de seminários para grupos de clientes oferecidos pelo próprio Comitê Organizador, oferecendo uma importante herança de conhecimento e experiência únicos, com as Olimpíadas ocorrem melhorias significativas em sistema de transporte, aeroportos, portos e hotéis, que beneficiam diretamente o trade. Com a promoção turística da cidade e do país-sede, o ganho é imensurável, pela dimensão econômica e social e o impacto que os Jogos exercem na infra-estrutura e na imagem de uma nação.

Após sediar os Jogos Olímpicos de 1992, Barcelona, na Espanha, apresentou um aumento de 105% nos pernoites em comparação com o período anterior ao evento. Em 1990, foram contabilizados 3,796 milhões de pernoites e, em 2000, o número saltou para 7,778 milhões. Durante os Jogos, a cidade recebeu pouco menos que 2 milhões de turistas, número semelhante ao dos anos anteriores. Dez anos depois, em 2001, o grande legado se fez sentir quando a cidade recebeu mais de 3 milhões de turistas. O número de passageiros nos aeroportos de Barcelona também cresceu consideravelmente depois de uma década de realização dos Jogos: se, em 1992, o trânsito aéreo na cidade abarcava 10 milhões de pessoas, em 2001 chegou a mais de 20 milhões. A quantidade de participantes de convenções mais do que duplicou, passando de 100 mil em 1992 para 250 mil em 2001.

Mas se engana quem sugere que, por estar oito anos à frente, uma Olimpíada não pode trazer ganhos para além do longo prazo. A história comprova que, já no período de candidatura, as cidades concorrentes a sede do maior evento esportivo do mundo experimentam ações de curto prazo altamente eficazes, que fomentam o turismo e agregam valor à sua imagem.

Anos antes de realizar os Jogos Olímpicos, a cidade-sede atrai viajantes de negócios relacionados à competição, membros da mídia que cobrirão o evento, encontros e conferências dos grupos de clientes olímpicos (COI, comitês olímpicos nacionais, federações internacionais, patrocinadores e mídia), além de serem realizados previamente eventos-teste, treinamentos de equipe, encontros, incentivos, conferências e exibições atreladas à cidade. Os turistas que visitam a sede devido à realização do megaevento podem estender a viagem, gerando oportunidades de estada prolongada nos hotéis. Durante a Olimpíada, muitos quartos são reservados para o público credenciado (cerca de 40 mil somente do exterior), com boas tarifas e pagamento antecipado, além de se lucrar com comida e bebida em restaurantes, bares e similares.

Os números dos Jogos de Sydney 2000, na Austrália, não mentem. De 1993 a 1996, ou seja, ainda na década anterior ao evento, as chegadas de viagens internacionais do segmento de reuniões, incentivos, congressos e exibições (MICE, na sigla em inglês) cresceram 78%. Além disso, em 1997 e 2000, Sydney foi nomeada cidade número um do mundo em convenções pela Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA, na sigla em inglês). Os dados e fatos confirmam a oportunidade que está diante dos olhos.

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