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Brasil aceita reajustar em 285% o gás comprado da Bolívia para Cuiabá


Brasília - Os governos brasileiro e boliviano chegaram a acordo sobre o preço pago pela Usina Termelétrica Governador Mário Covas. Atualmente, a usina paga US$ 1,19 por milhão de BTU (sigla em inglês para Unidade Térmica Britânica). No acordo, o preço pago passa a ser de US$ 4,2. O reajuste vale a partir de abril, segundo o Ministério de Minas e Energia.

A termelétrica, que abastece 70% da energia consumida em Cuiabá, é administrada pelo consórcio privado Pantanal Energia, formado pelas empresas Shell e Prisma Energy. "É a primeira vez que se consegue um aumento dessa dimensão", comemorou o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, em entrevista à Agência Boliviana de Informação, veículo estatal. Segundo ele, o reajuste vai representar um ganho extra de US$ 68 milhões por ano à Bolívia.

O reajuste do preço pago pelo gás havia sido feito pelo presidente boliviano, Evo Morales, durante a Cúpula de Líderes do Mercosul, em janeiro. Segundo Evo, nos novos contratos feitos com a Argentina, o governo boliviano recebe US$ 5 por milhão de BTU.

Antes do encontro, o ministro brasileiro das Relações Exteriores Celso Amorim, havia confirmado o interesse brasileiro em negociar. “O preço do gás de Cuiabá é injusto e está sendo corrigido”, afirmou.

Brasil importa da Bolívia quase tanto gás quanto produz - O Brasil sempre produziu mais gás natural do que comprou da Bolívia. Mas o combustível do país vizinho foi ganhando espaço no mercado brasileiro e atualmente o volume importado está próximo do produzido.

O Brasil consumiu em 2006 cerca de 26 milhões de metros cúbicos diários de gás natural da Bolívia (equivalente a metade do consumo do estado de São Paulo) e produziu 26,8 milhões, segundo o Ministério de Minas e Energia.

Dez anos atrás, o Brasil decidiu expandir a participação do gás natural boliviano na geração da energia produzida no país, de 2% para 10% (índice a ser atingido em 2008). Quatro anos depois, em 2000, estava pronto um gasoduto de 2.593 quilômetros, que transporta o produto até a cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul.

Na verdade, o Brasil mostra interesse no combustível do país vizinho desde o início do século passado. As primeiras negociações para utilização das reservas de petróleo (de onde vem o gás natural) da região do Grande Chaco, no território boliviano, foram realizadas em 1936.

O negócio, no entanto, demorou quase 60 anos para começar a sair do papel. Somente em 1993, os dois países assinaram protocolo para elaborar o contrato de compra e venda do gás natural.

Com financiamentos internacionais do Japão e da Itália, além de linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Petrobras iniciou as obras em 1997.

Dois anos mais tarde, o gasoduto começou a operar ainda de forma parcial, estendendo-se, no território brasileiro, de Corumbá (MS) até Guararema (SP). Com a inauguração do trecho entre Campinas (SP) e Canoas, em março de 2000, o gasoduto foi concluído e o gás boliviano pôde ser transportado até o sul do país.

Desde então, a importação cresceu continuamente, passando de 5,8 milhões de metros cúbicos diários em 2000 para 10,1 milhões no ano seguinte, quando houve o “apagão” no Brasil.

Para este ano, a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) prevê um volume de 30 milhões. Mas a importação não deve superar a produção, já que o governo brasileiro pretende aumentá-la dos atuais 26,8 milhões para 38,6 milhões, conforme previsão apresentada pelo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, à Câmara dos Deputados em dezembro último.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, está no Brasil para discutir uma série de termos de cooperação com o Brasil, entre eles as condições para exportação de gás. | Por: Daniel Merli, Roberta Lopes e Wellton Máximo/ Abr | Crédito da foto: Roosewelt Pinheiro/Abr

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