Emprego de sobra, equipamentos de menos

Um binário importante a ser considerado na construção civil é a mão-de-obra capacitada com o uso adequado de equipamentos.

O Brasil precisa rever seu projeto educacional. Foi um crime acabar com as escolas técnicas e agora colhemos as conseqüências. Está faltando mão-de-obra preparada para trabalhar na construção civil brasileira, um setor que não pode parar e que é impulsionado pelo bom momento da economia.

Acompanhei recentemente uma notícia vinda do Paraná. Diz que, no estado, emprego na construção civil é artigo de luxo e exclusividade. Os que estão empregados comemoram o boom do setor. Além disso, ótimos salários e a melhora da segurança nos canteiros de obras têm seduzido trabalhadores para esse ofício. Esse mesmo movimento vem acontecendo nas outras regiões do Brasil.

Recentemente, pudemos ver o setor de construção civil chegar a dois milhões de empregos com carteira assinada. O crescimento previsto já foi revisado algumas vezes. Sobram vagas para o setor nas agências de RH e ainda são inúmeros os lançamentos imobiliários em todo o País. Uma mistura de crédito imobiliário com economia fortalecida cria a sinergia que ajuda o setor a prosperar.

O outro ponto a considerar nessa equação é a utilização de equipamentos adequados em cada fase da obra. A indústria de equipamentos para construção civil vem batendo recordes de produção e venda. Essas empresas apontam ainda as locadoras de máquinas como as grandes compradoras e também como o maior nicho de mercado. Não é para menos. Com cerca de 2.000 locadoras estabelecidas no Brasil, a locação de equipamentos cresceu em torno de 34% nesse ano, de acordo com a ALEC (Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Bens Móveis).

Porém, essa demanda aquecida, aliada ao aumento exorbitante que tivemos do aço neste ano, está propiciando uma situação de desabastecimento de máquinas no mercado.

Um cenário onde tenhamos mão-de-obra capacitada e a utilização de equipamentos adequados propiciará uma maior produtividade e segurança para nossos trabalhadores. Nesse caso, certamente teremos índices muito baixos de acidentes na construção civil, semelhantes aos dos países desenvolvidos.

. Por: Altino Cristofoletti Junior, engenheiro civil e diretor da rede de franquia Casa do Construtor.