Chegada do iPhone 3G ao Brasil freia crescimento dos acessos à Internet via gadget da Apple

Dados apurados pela Predicta apontam desaceleração no crescimento dos acessos realizados via iPhone, que era de 1% ao dia até meados de abril, desde que sua vinda ao Brasil foi anunciada.

Antes mesmo de seu lançamento oficial no Brasil, o iPhone 3G movimenta o segmento de telefonia, especialmente depois que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) homologou o aparelho a pedido da própria Apple. As operadoras Claro e Vivo entraram em acordo com a empresa para comercializar o gadget e garantem que o produto estará nas prateleiras bem antes do Natal. Funcionários da Vivo já circulam com o aparelho por aí, testando suas redes 3G. A TIM ainda busca a conclusão do acordo com a Apple, por meio da Telecom Itália, para lançar a novidade junto com seus concorrentes.

Essa movimentação pode ter freado o crescimento acelerado dos acessos via iPhone à Internet brasileira, que vinham mantendo média de crescimento de 20 pontos percentuais por mês. Com o anúncio de que a Vivo comercializaria o aparelho no país o número que já chegava a 49 p.p. em março, caiu para 11 p.p. em abril. Depois do lançamento oficial do aparelho 3G, a queda foi ainda mais acentuada e atingiu cinco p.p. negativos em junho. Nos meses de julho e agosto, o crescimento se manteve em três e 11 p.p. respectivamente, segundo dados apurados pela Predicta, consultoria especializada na análise do comportamento de navegação dos internautas brasileiros.

Claudia Woods, diretora de marketing e inteligência da empresa, esclarece que essa estabilização reflete uma desaceleração nas compras do iPhone, causadas pela soma desses dois fatores. “Como os consumidores sabem que dentro de poucos meses o gadget estará disponível para venda no país, é provável que o impulso de adquirir o aparelho tenha diminuído, especialmente porque se especula que chegará aqui a preços acessíveis”, afirma.

Claudia aponta que um outro possível fator seja o movimento natural que ocorre algum tempo depois de lançamentos de produtos tecnológicos. “Assim que um novo gadget é adquirido, é normal que a curiosidade estimule um uso mais freqüente no início e foi o que aconteceu com o iPhone. Os novos usuários acabam acessando a Internet várias vezes ao dia. Acredito que com o passar dos meses é comum haver a normalização na utilização dessa funcionalidade e, conseqüentemente, uma pequena queda na quantidade de acessos”, analisa a executiva. “Mas esse comportamento não é suficiente para desacelerar tanto o crescimento. Está claro, pelo momento em que essa desaceleração aconteceu, que os brasileiros ainda sem o aparelho esperam para adquiri-lo aqui no Brasil”, completa a executiva.

A diretora ainda explica que mesmo a movimentação ascendente em agosto, quando atingiu novamente 11 p.p., não deve ser vista como a possível entrada de novos aparelhos na base, já que eventos como as Olimpíadas estimularam um maior acesso à Internet por parte dos usuários que já possuíam os dispositivos móveis. “Esses períodos estimulam os acessos, quando as pessoas tendem a acessar a canais de notícias em uma freqüência maior, por isso o volume via outros celulares também cresceu”, afirma.

Segundo pesquisa recente realizada pelo DataFolha, o número de internautas no Brasil chegou a 59 milhões, mas o volume de acessos via dispositivos móveis ainda é pequena. A executiva acredita que esse bolo tende a crescer em ritmo acentuado com a chegada de novos aparelhos com tecnologia 3G, principalmente o iPhone. “Duas barreiras principais impediam o crescimento dos acessos via dispositivos móveis no Brasil: a velocidade das redes e a dificuldade de navegação dos aparelhos disponíveis. Com a chegada da tecnologia 3G e com o lançamento de aparelhos cada vez mais capazes de oferecer ao usuário uma experiência de navegação similar a de seus computadores, o movimento ascendente será irreversível.”, completa.

A área de inteligência da Predicta, que foi considerada pela WAA (Web Analytics Association) a melhor consultoria de Web Analytics das Américas, apurou ainda que o total de acessos realizados por todos os dispositivos móveis ultrapassaram um milhão de acessos só no primeiro semestre do ano. Para se chegar a esse resultado a equipe analisou todos os dados gerados pelo Predicta Atmosphere, ferramenta de observa o comportamento de navegação usuários de internet por meio de métricas de audiência e que consegue identificar o sistema operacional pelo qual o visitante está acessando os sites dos clientes da Predicta.

“O iPhone utiliza um sistema operacional exclusivo e é por isso que conseguimos identificar os acessos de forma tão clara”, explica Claudia. “Se considerarmos um período de 30 dias, podemos dizer que mais de 98% dos internautas brasileiros foram expostos a uma das ferramentas da Predicta. Mas vale lembrar que o universo de dados coletados contempla exclusivamente sites e portais, excluindo suas versões WAP”, finaliza a executiva.

Predicta - Consultoria líder no mercado brasileiro de AdServing e Web Analytics, a Predicta acumula mais de oito anos de experiência no setor. Dona de ferramentas exclusivas, a consultoria oferta soluções capazes de gerenciar campanhas publicitárias na Internet, administrar o inventário publicitário de veículos de comunicação e monitorar a navegação de usuários nos sites de seus clientes, sejam eles agências, anunciantes ou os próprios portais. A análise dos dados gerados através dessas ferramentas possibilita um melhor planejamento de comunicação na Internet. Sua equipe de 82 “Predictors” atende uma carteira de mais de 150 clientes, incluindo as maiores agências de publicidade do país, como Almap, Ogilvy, Lew Lara, Agência Click, além de grandes empresas como Gol, Philips, Unilever, Volkswagen, Antártica, Havaianas, Terra e IG. || www.predicta.com.br.