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05/09/2008 - 10:34

3100 metalúrgicos foram a sede da Petrobras exigir a P-62


O Rio de Janeiro que sempre foi o maior pólo da indústria naval brasileira desempregou dez mil metalúrgicos este ano.

A mobilização começou em Niterói, por volta das 8h da manhã em frente ao estaleiro Mauá, na Ponta D'Areia, com o objetivo de pressionar a Petrobras a assinar o contrato da plataforma P-62. Os mais de tres mil trabalhadores partiram para o Rio em duas barcas e chegaram à sede da Petrobras por volta das 10h30 da manhã, onde receberam o apoio dos metalúrgicos Rio, Angra dos Reis e da CUT-RJ (Central Única dos Trabalhadores, deputado federal Edimilson Valentim (PcdoB) e do senador Marcelo Crivella.

O deputado federal Edmilson Valentim durante apoio ao protesto em frente a Petrobras

Em março deste ano os metalúrgicos de Niterói fizeram um protesto em frente à sede da Petrobras que chegou anunciar na semana seguinte que a P-62 seria um clone da P-54, projeto do Estaleiro Mauá, que pertence ao grupo Synergy, de German Efromovich, mas até agora não foi assinado nenhum contrato.

"Se a Petrobras não assianar o contrato com o estaleiro Mauá e as obras da P-62 não forem para Niterói, significará o desemprego de mais 3 mil metalúrgicos, uma crise social na categoria metalúrgica fluminense, além do descumprimento do compromisso com o índice de conteúdo nacional mínimo de 75% estabelecido pelo presidente Lula para a indústria naval brasileira" ressaltou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, Reginaldo da Costa e Silva.

O estado do Rio de janeiro é responsável por 80% da produção de petróleo do país e tem sido sistematicamente prejudicado por decisões da diretoria da Petrobras. Desde 2002 já foram afretadas e construídas na Ásia 12 plataformas de produção com apenas 2% de conteúdo nacional.

"Os metalúrgicos de Niterói vão lutar para garantir seus empregos. Sem obras, o estaleiro Mauá, o mais antigo do Brasil corre risco de fechar as portas" lembrou Reginaldo.

O Rio de Janeiro poderá perder 18 mil novos empregos nos próximos meses e ainda perder outros 4 mil a 5 mil postos já existentes no setor naval, caso a Petrobras decida levar para outros estados a construção de 13 dos 43 navios já licitados pela Transpetro para construção em estaleiros fluminenses.

A preocupação foi manifestada pelo coordenador do Fórum Nacional Intersindical dos Trabalhadores da Indústria Naval e Offshore, Luiz Chaves, que organizou na mesma data uma manifestação de metalúrgicos em frente à sede da Petrobras, em protesto contra o enfraquecimento da indústria naval fluminense.

“A manifestação decorre do temor de todos nós de perdemos nossos empregos e de que outros deixem de ser gerados em razão da possibilidade de que a Petrobras leve para outros estados as obras de construção dos 13 navios licitados e vencidos pelo consórcio Rio Naval e pelo Estaleiro Mauá”, disse o sindicalista.

Os manifestantes entregaram à diretoria da estatal, que estava reunida, um documento relatando as preocupações dos metalúrgicos.

“Nós já havíamos entregado este mesmo documento na semana passada à ministra Rousseff [Dilma, ministra chefe da Casa Civil], e também na semana passada uma comissão esteve com o presidente Lula, em São Bernardo do Campo (SP), a quem também foi entregue um documento semelhante”, informou.

Chaves lembrou que recebeu do presidente Lula “o compromisso de que ele lutará para reverter o quadro atual, que coloca em risco os nossos empregos”.

De acordo como sindicalista, de um total de 43 embarcações licitadas pela Transpetro – braço logístico da Petrobras para o setor de transportes –, o Rio de Janeiro ganhou a licitação para construir apenas 13, sendo nove do tipo Aframax, vencida pelo consórcio Rio Naval, e outros quatro do tipo Panamax, vencida pelo estaleiro Mauá-Jurong. Essas encomendas tem um custo estimado de US$ 860 milhões.

“Se a Petrobras mantiver a decisão de não construir as plataformas P-55, P-57 e P-62 aqui no estado e também os 13 navios que foram licitados no ano passado, o estado estará perdendo além dos 18 mil novos postos do trabalho que poderão ser gerados, divisas que certamente viriam para os cofres fluminenses”, alertou.

O coordenador do fórum informou que a diretoria da Petrobras deverá receber uma comissão de trabalhadores na sexta-feira (12) da próxima semana, “quando se espera uma resposta satisfatória”.

A manifestação dos metalúrgicos do Rio aconteceu um dia antes da data prevista para do corte do primeiro aço que vai marcar o início da construção dos 26 navios contratados na primeira fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota de Petroleiros (Promef).

O Promef integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a previsão é que crie cerca de 40 mil empregos diretos e outros 120 mil indiretos em suas duas etapas. A primeira prevê a construção de 26 navios de grande porte (petroleiros e gaseiros), com investimentos estimados de US$ 2,5 bilhões. A segunda etapa prevê a construção de mais 23 navios petroleiros.

Após a manifestação, assessores da presidência da Petrobras ser reuniram com representantes das entidades presentes na passeata. Segundo os assessores, a Petrobras vai dar prioridade para uma resolução do contrato da plataforma P-62.

Segundo os organizadores a reunião da próxima semana será com o diretor de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, que até então, defende o afretamento da plataforma.| Por: Gisele Carpim e ABr

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