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Campanhas de prevenção contra HIV-AIDS não podem se restringir ao carnaval

Alerta é de especialista internacional da área de saúde e responsável por pesquisas sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis no mundo, o carnaval não é nem a única nem a melhor data para campanhas sobre o tema, na sua avaliação, além de esporádicas, campanhas acabam sendo ou abrangentes demais ou muito específicas.

O Brasil tem avançado na questão do marketing social na área de HIV-AIDS, mas ainda esbarra em suas estratégias de comunicação. Essa é a avaliação de Miguel Fontes, diretor da John Snow Brasil, empresa de consultoria especializada em gestão de investimentos sociais. De acordo com o consultor, as estratégias de segmentação foram muito bem implementadas no País, com o direcionamento de recurso para redução de danos no caso de usuários de drogas, distribuição de preservativos para populações sexualmente ativas e tratamento de pessoas vivendo com HIV/AIDS. No entanto, a principal limitação ainda reside na comunicação das mesmas. “Estas são feitas de formas esporádicas. Além disso, as estratégias ou são muito específicas para um determinado público-alvo ou abrangentes demais não obtendo os resultados desejados”, ressalta Fontes.

Consultor do Banco Mundial e PhDc pela Bloomberg School Of Public Health da Johns Hopkins University dos Estados Unidos, Miguel Fontes é responsável por diversos projetos internacionais na área de saúde. Atualmente, coordena a pesquisa The Face Of Global Sex 2007, cujo objetivo é estudar formas mais eficazes de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis em todo o mundo. A pesquisa, patrocinada pela organização inglesa Durex Network, será divulgada em junho e pela primeira vez traz números referentes ao Brasil.

Na sua avaliação, a escolha de campanhas de larga escala para uso de preservativos centradas em eventos específicos, como as do Carnaval 2007, são questionáveis. “Quem disse que as pessoas fazem mais sexo durante o Carnaval ou estão mais propensas a usar o preservativo apenas durante o Dia Mundial da AIDS? Não há qualquer evidência científica que comprove estas suposições. Para se ter uma idéia, o Carnaval é uma das piores datas para o setor moteleiro”, avalia Fontes.

Diferenças - O marketing social é um conjunto de ferramentas e tecnologias sociais de gestão para a transformação social. E pode interferir de forma positiva para a mudança de comportamentos. Mas o que se observa no País, na avaliação de Fontes, ainda é uma certa confusão entre promoção social e o marketing social propriamente dito. No primeiro caso, explica o consultor da John Snow Brasil, alia-se uma imagem de trabalho social para fortalecer a promoção do produto que a empresa está distribuindo. Já no segundo, o produto social é o comportamento que se pretende modificar, como por exemplo, o uso do preservativo. O marketing social pode intervir para criar uma conscientização sobre HIV-AIDS, mas os resultados positivos estão intimamente atrelados à forma de atuação dos gestores e investidores sociais.

“Eles têm a opção de utilizá-las ou não. No entanto, estudos da Johns Hopkins University dos Estados Unidos asseguram que a aplicação destas ferramentas e tecnologias sociais é fundamental para assegurar os resultados da intervenção e retorno econômico e social. Mas caso continuem a trabalhar de forma esporádica ou por necessidade, sem pensar em avaliação, pesquisa, planejamento, monitoramento e conhecimento de causas (princípios fundamentais do marketing social), recursos serão perdidos e muitos projetos serão apenas desenvolvidos para atender a uma demanda muito específica da população; ou seja, sem sustentabilidade”, prevê.

No âmbito corporativo, uma das constatações da John Snow Brasil com relação à prevenção da AIDS é de que no local de trabalho uma boa porcentagem das empresas investe em iniciativas de marketing social, trabalhando com organizações como o SESI. Mas o problema surge quando o assunto é investimento social corporativo em HIV/AIDS na interação com a comunidade. “Nesta área, as empresas preferem focar suas ações em educação e mais recentemente em meio ambiente. É verdade que nossas dificuldades educacionais são significativas, mas atenção a questões de saúde é uma necessidade cada vez mais premente”, ressalta Fontes.

John Snow Brasil - Atuando desde outubro de 1995 no País, a John Snow Brasil é uma consultoria especializada na gestão estratégica de investimentos sociais públicos e privados. Elabora Tecnologias Sociais e implementa ações inclusivas para a adoção de novas atitudes, comportamentos e práticas sociais e ambientais. É a única empresa sediada em Brasília a possuir o certificado da Junta Comercial do Distrito Federal que lhe atribui exclusividade na consultoria em Marketing Social.

A empresa no Brasil faz parte da John Snow International (www.jsi.com), reconhecida mundialmente como uma das principais consultorias na área de investimentos sociais. Com sede em Boston (EUA), a JSI é responsável por implementar projetos em 102 países.

*Distribuição de preservativos no carnaval não serve como “Vacina” de prevenção ao HIV- consultores da John Snow Brasil afirmam que a distribuição de preservativos possibilita, mas não garante seu uso Durex Network, divisão social da maior fabricante mundial de preservativos, realizou pesquisa para saber os motivos da resistência da utilização do produto no Brasil.

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