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10/09/2008 - 09:23

Banco Real: perspectivas Copom, por Fábio Susteras – economista do Private Banking do Banco Real

Apesar da queda recente vista nos preços das commodities, cujo reflexo tem se mostrado no recuo dos preços do grupo alimentação presentes nos índices de preços ao consumidor, existem outros itens que ainda preocupam o Banco Central, e devem fazer com que a autoridade monetária decida por um aumento de 0,75% na Selic em sua próxima reunião do COPOM, marcada para se encerrar na 4ª feira (10/09) no fim do dia. Analisando o IPCA, a despeito do índice cheio ter vindo abaixo das expectativas (0,28% X 0,30%), muito por conta da deflação de alimentos (-0,18%), os itens não-alimentícios tiveram alta de 0,42% em agosto. Além disso, o núcleo por médias aparadas ficou em 0,42%, ante 0,40% registrada no IPCA-15 de agosto. O core por exclusão de alimentos no domicílio e preços administrados fechou em 0,46%, acima das taxas de 0,34% no IPCA-15 de agosto. O Índice de Difusão fechou o mês em 63,02% do IPCA, ante 60,90% no IPCA-15 de agosto.

Essas elevações demonstram a continuidade da preocupação principal do BC em relação à inflação: descompasso entre oferta e demanda. Fator derivado de um nível de capacidade instalada da indústria em patamares historicamente altos (83,5%, segundo a CNI), uma das menores taxas de desempregos registradas pelo IBGE (8,1%) e o crédito bancário que bateu recorde em julho ao somar 37% do PIB (de acordo com o BC). Além disso, outros fatores pontuais contribuem para uma maior cautela por parte da autoridade monetária em relação a inflação, entre eles os reajustes salariais de importantes categorias (segundo o Dieese, no primeiro semestre, 85,8% dos acordos salariais com data-base entre janeiro e junho conquistaram reajustes pelo menos iguais à inflação apurada pelo INPC), o dólar (com a recente desvalorização do real, que encarece os insumos importados) e as expectativas do mercado continuam mostrando inflação acima do centro da meta para 2009 (conforme o último relatório Focus). Por tudo isso, acreditamos que será necessário elevação da Selic em 0,75% na próxima reunião do dia 10/09 e mais duas de 0,50% nas reuniões de outubro e dezembro, respectivamente, com a Selic encerrando o ano em 14,75%.

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